Sejam Benvindos ao Blog Estudos Diplomáticos !

Este espaço foi criado para reunir conhecimentos acadêmicos e informações relacionadas ao Concurso para ingresso no Instituto Rio Branco.



domingo, 28 de fevereiro de 2010

Política Internacional: Quinhentos Anos de Periferia (Parte IV)


(Continuação...)


No entanto, ao mesmo tempo que desenvolvem estratégias de preservação e expansão de poder no cenário internacional, as estruturas hegemônicas, pari passu suas criações, acabam sofrendo seus efeitos. Samuel Pinheiro Guimarães identificou cinco grandes processos de transformação que se encontram inseridos no cenário internacional, os quais se caracterizam pela ocorrência simultânea e interativa. O autor esclarece ainda que cada um desses processos não é inexorável, imprevisível, e a-histórico, como parecem sugerir – ao descrevê-los – alguns teóricos ou apologistas. Para Samuel Guimarães, a realidade é que tais processos de transformação têm sua origem e curso influenciados pelas ações das grandes potências e das estruturas hegemônicas de poder. Tais processos, assinala o autor, repercutem sobre aquelas estruturas, sobre as correlações de poder dentro delas e sobre as sociedades dos Estados que as integram. O primeiro dos cinco grandes processos mencionados acima seria a aceleração do progresso científico e tecnológico. Neste sentido, estima-se que o total de conhecimentos científicos e tecnológicos à disposição da sociedade dobre a cada 11 anos, aceleração que decorre, na avaliação do autor, em decorrência do número atual de cientistas e engenheiros engajados em atividades de pesquisa e desenvolvimento ser maior que a soma de todos aqueles que trabalharam em épocas passadas, o que fez com que o processo de produção científica e tecnológica assumisse características industriais em si mesmas altamente tecnológicas, atividades nas quais os governos e as empresas investem enormes somas. E se as empresas gastam recursos em pesquisa tecnológica para reduzir custos de produção e aumentar “fatias” de mercado ou “criar” mercados novos, os governos investem em programas científicos e tecnológicos por dois motivos principais: 1. Financiar pesquisas de alto risco, assim consideradas, assinala o autor, pelas empresas, devido ao custo, ao longo período de maturação, e à imprevisibilidade de resultados. Dessa forma foram financiados os primeiros programas em biotecnologia, em informática, em atividades espaciais e nucleares, e em outros setores nos EUA, e são financiados em outros países, os programas em pesquisa científica básica. 2. O segundo objetivo dos governos é o de desenvolver os armamentos necessários à defesa de seus interesses políticos e econômicos fora do território nacional. Dessa forma, o progresso científico se verifica primordialmente nos centros universitários de pesquisa, em programas financiados pelas empresas privadas, mas especialmente pelo Estado, devido à dificuldade de apropriação privada do conhecimento novo. Os resultados das atividades de pesquisa tecnológica desses programas, sejam eles financiados ou não pelo Estado, acabam por ser apropriados privadamente pelas empresas por meio da concessão de patentes e de sua defesa pelo Estado. Esforço permanente de inovação tecnológica é essencial para a grande empresa manter fatias de mercado, para expandi-las, para criar novos mercados para velhos ou novos produtos e para entrar em novos mercados.
Na avaliação de Samuel Pinheiro Guimarães, despesas permanentes do Estado em pesquisa são necessárias, e até imprescindíveis, nas atuais condições sociais da guerra, para proteger militarmente os canais de suprimento de insumos e de distribuição de produtos finais, que constituem a própria estrutura dos mercados mundiais e que formam a chamada economia global, em cujo centro se encontram as gigantescas corporações multinacionais, suas principais beneficiárias. Interessante ainda lembrar é o papel dos fluxos de capital, diferentes e que ocorrem em todas as direções: há fluxos de investimentos diretos, que produzem lucros; de empréstimos, que produzem juros; de comércio, que produzem receitas, verificados principalmente entre os países altamente desenvolvidos da tríade Estados Unidos, Europa Ocidental e Japão. Esses fluxos têm resultado em uma crescente concentração de riqueza, renda e poder nos países da tríade, e essa tendência, realça o autor, tem sido um aspecto permanente da cena internacional. Por comporem uma importante e extraordinária parcela dos lucros das empresas multinacionais, as operações no exterior, em especial nos países subdesenvolvidos da periferia, permitem ou facilitam que o lucro de suas operações nos países onde têm sede sejam menores, e não “escandalosos”, e maior seja a remuneração do trabalho. Assim, nas palavras do autor, a melhor remuneração do trabalho nos países-sede das empresas multinacionais é facilitada pela sua altíssima lucratividade na periferia, decorrente sobretudo dos baixos salários nela vigentes e das posições oligopolísticas que desfrutam.


(Continua...)

sábado, 27 de fevereiro de 2010

Vote na Enquete!


Aproveite para votar na enquete ao final desta página! O Estudos Diplomáticos e todos os colegas de estudo que frequentam este espaço, agradecem. Basta um "Clic" no mouse.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Futuras Postagens









Olá. Enquanto aguardo o encerramento da nossa enquete, finalizo a programação das nossas próximas postagens. Temas como a I e II Guerras Mundiais, a Guerra Fria, o Plano Marshall, Bretton Woods. Mas também a Guerra do Paraguai, a República Brasileira e tópicos de Noções de Economia e de Direito integram a nossa pauta, juntamente com a continuidade do Curso de Inglês. Então, é votar na enquete ao final da página e acompanhar as próximas postagens. Seus comentários são importantes para o Blog e para os nossos colegas. Participe!




Roteiro de Estudo 2010: Geografia


Geografia:

A importância da consulta ao Guia de Estudos, coadjuvado pelas provas anteriores é o cuidado inicial para uma boa preparação. E isto, é óbvio, vale para todas as disciplinas. O conhecimento da Geografia está na moda, e para a utilização pragmática por parte dos agentes do Estado, vale dizer em termos de Geopolítica e de Planejamento Estratégico do Estado Nacional torna-se ferramenta gerencial de máximo valor.
Vamos aos Textos: 1. O Manual do Candidato, “Geografia”, da Profª Bertha K. Becker substitui o antigo escrito pela Profª Regina Célia Araújo. Este novo manual, disponível no site da FUNAG, passa a ser a primeira leitura indicada para trilhar os assuntos exigidos no Guia de Estudos. O Manual antigo poderá ser utilizado, pois apesar de vários candidatos entenderem ser pouco apropriado, tem boa escrita, e contou com o aval do Instituto à época da sua edição. Não convém desprezá-lo. Guarde-o, caso o possua, e selecione as leituras que achar que necessita. Será escolha singular, pessoal, de foro íntimo. Quanto ao novo Manual, parece ter sido escrito realmente como um Guia seguro para a primeira leitura, o primeiro contato com a matéria, pois trata de todos os títulos do Programa, na mesma ordem que aparecem no Guia de Estudos. No entanto, como a própria FUNAG esclarece nas páginas iniciais dos seus Manuais, o conteúdo dos mesmos por si só não habilitam o candidato à aprovação.
2. Novamente um texto da Bertha Becker, escrito em parceria com Cláudio Egler: Brasil: uma nova potência regional na economia-mundo. 3. Continente em chamas. Globalização e território na América Latina, org. pela Maria Laura Silveira continua a ser leitura altamente recomendável. 4. A mesma Maria Laura Silveira aparece como organizadora de “Brasil, Território e Sociedade no Limiar do Século XXI. 5. Por uma outra globalização, do saudoso Milton Santos, o Rei da Geografia Crítica. Se quiserem ler apenas a síntese, sugiro que leiam, na falta de coisa melhor, a que preparei e disponibilizei neste Blog, no ano passado. 6. A Ordem Ambiental Internacional, de Wagner Costa Ribeiro. Um assunto sempre em pauta. Onde queremos trabalhar no futuro não há espaço para acríticos ou ingênuos. A Ordem Ambiental Internacional, cuja síntese também disponibilizamos em nosso Blog, nos ajudará a pensar nesta questão. 7. Incontornável, é a leitura de O Corpo da Pátria, do Demétrio Magnoli. A fina astúcia dos portugueses (complementada pelas avançadas meridionais dos bandeirantes), e claro, o trabalho dos homens do Império e o Barão do Rio Branco, já na República, consolidando ganhos territoriais. Imperdível; e, 8. Completando nossa listagem, sugiro o volume organizado por Derek Gregory, Ron Martin e Graham Smith: Geografia Humana, sociedade, espaço e ciência social, cap. 1,2,4 e 8.
Penso em disponibilizar partes da síntese que fiz para alguns capítulos, mas vou esperar o final da nossa Enquete.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Curso de Inglês: 16. Past Perfect

Continuamos o curso de Língua Inglesa. Básico. Nos próximos dias irei disponibilizar o restante dos exercícios deste curso, postando os gabaritos a partir da próxima vídeo-aula, de nº 17.



quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Prazo para ser aprovado...

Concurso muito disputado, e que exige um alto nível de preparação. Há como fixar prazos para aprovação? Este vídeo auxilia a refletir sobre a busca dos nossos sonhos, propondo articular os desejos às ações.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Roteiro de Estudos 2010: História do Brasil


Roteiro de Estudos/2010

História do Brasil

Na elaboração deste roteiro, mantive como focos constantes para chegar na Bibliografia abaixo, o Guia de Estudos e as provas anteriores, acessadas no site da CESPE/UNB. Também me obrigo a revelar que utilizei experiências pessoais e alheias, bem e mal-sucedidas, em diversos concursos e cursos que participei, e dos quais colhi boas lições. As provas anteriores, ainda que sofrendo alterações provenientes de mudanças de Banca Examinadora, o que é muito normal acontecer, estão eleitas como nosso centro de gravidade para esse roteiro bibliográfico. E acho que é um bom momento para desmistificar possíveis sugestões da prática de “estadanias” que porventura alguns cursinhos venham a fazer acerca de possuírem entre seus colaboradores quadros do Itamaraty. Bancas Examinadoras, apesar de soberanas, seguem Editais, o que corresponde a dizer que cobranças em Provas terão de estar em sintonia com o Guia de Estudos. A forma de Cobrança poderá variar um pouco, contudo. Variará a forma, o tipo de questão, mas não o conteúdo.
Começamos então tomando o Guia de Estudos (que estou considerando nossa leitura ‘Zero”), disponível no sítio eletrônico da CESPE www.cespe.unb.br/concursos/diplomacia2010). Já nos referimos no Roteiro de 2009, à pretensão que é o programa de História do Brasil. Não haverá tempo para ler tudo. O Manual do Candidato/História, pode ser acessado no endereço eletrônico www.funag.gov.br ou, em caso de encontrar-se disponível, ser adquirido em versão impressa na loja virtual do mesmo sítio eletrônico. Poderá ser bastante útil, e dependendo do seu conhecimento de História, até imprescindível.Tenha em mente aquilo que o Manual apresenta em uma de suas páginas iniciais: não se trata de uma apostila, e portanto, por si só, não irá habilitar o candidato com os conhecimentos necessários para a aprovação. Não irei descartá-lo por já ter vivido em diversos lugares do Brasil, e conhecer de perto a carência de Livrarias e Bibliotecas de várias cidades, apesar do advento da INTERNET, que criou as Livrarias e Sebos virtuais.
1. História concisa do Brasil, de Boris Fausto, onde o objetivo será uma revisão preliminar. Acesse após suas leituras, ou antes delas, um bloguinho, acho que o nome é Estudos ‘alguma coisa’, parece que é “estudos diplomáticos”. Lá você encontra uma série de vídeo-aulas correspondentes a este livro. Vá nos marcadores ´vídeo-aulas História do Brasil’. A sugestão seria fazer os apontamentos em folhas de fichário, seguindo os tópicos do Guia de estudos. Então, quando for aprofundar suas leituras com as obras subsequentes, poderá “encaixar” em seu fichário, dentro dos tópicos, os seus novos apontamentos. Uma observação a fazer seria que, caso não seja possível o acesso a este livro, você poderá optar pelo bom Trajetória Política do Brasil, de Francisco Iglesias. Obra bem expositiva, mas que têm sua baliza temporal marcada em 1964, o que vale dizer que os itens 9. e 10 do Programa ficarão em aberto.

2. Depois do Boris Fausto, leia a História da Política Exterior do Brasil, dos professores Amado Cervo e Clodoaldo Bueno. Trata-se de um resumo muito bem feito a quatro mãos por dois grandes especialistas quando o tema gira sobre política internacional. Se não tiver seu “livro de cabeceira”, adote este.

3. Formação econômica do Brasil, do Celso Furtado. Como disse no ano passado, “você estuda História do Brasil, História Econômica e ainda cobre uma das obras da bibliografia obrigatória de Língua Portuguesa!”. O bloguinho que citei acima, também disponibilizou a síntese de alguns capítulos deste livro, sobre a Economia do Século XIX.
4. A biografia do Barão do Rio Branco, patrono da diplomacia brasileira, é leitura incontornável. Rio Branco: biografia pessoal e história política, obra clássica de Álvaro Lins. Você estudará não somente a biografia do Barão, mas também a vida política e social do I e II Reinados, assim como os anos iniciais da República.

6. Maldita Guerra: nova história da Guerra do Paraguai, de Francisco Doratioto. Considero inconteste ser esta a melhor obra sobre a Guerra do Paraguai, evento de tamanha importância que serviu definitivamente para forjar as nacionalidades dos países que integram a Bacia Platina.

7. Brasil, Argentina e Estados Unidos: da tríplice aliança ao mercosul (1870-2003) ,de Luiz Alberto Moniz Bandeira. Além de bastante didático, o autor conseguiu imprimir um dinamismo satisfatório a este livro. Provavelmente você gostará da leitura, e ao final dela, entenderá porque o Brasil tornou-se o key state da América do Sul, após uma disputa demorada, mas nem sempre morna com os “hermanos” argentinos.

8. História Geral do Brasil, da Maria Yedda Linhares (Org.). Obra coletiva, e um livro tão bom que me lembro de uma colega que hoje Profª Drª em História, passou toda a graduação, lendo basicamente este livro, em uma versão anterior e reduzida... Apesar de gostar mais dos capítulos destinados ao estudo da República, o fato de ter excluído as excelentes obras do José Murilo de Carvalho, fez tornar prioritária a leitura de outros capítulos desta obra. Então a sugestão é a leitura dos capítulos 3., 4., 5., 6., 7., 8., 9.; e 10.

Técnicas de Estudo e Preparação para Concursos: William Douglas fala sobre "Aliados"

Sugiro atenção especial para este vídeo. Trata-se do posicionamento de um especialista. O "outro", o colega, também pode e deve ser um aliado. A filosofia deste Blog encontra-se pautada entre outras, nesta idéia. Se não fosse desta forma, o Blog nem existiria, pois a cada material postado eu estaria "alimentando concorrentes". Em concursos públicos "a fila anda", e pensar nos limites estritos do egoísmo acaba revelando-se uma insanidade...

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Política Internacional: Quinhentos Anos de Periferia (Parte III)




(Continuação...)

Cumpre dizer que se a Expansão das Agências Internacionais e a Cooptação e Fragmentação correspondem a duas estratégias pelas quais as Estruturas Hegemônicas preservam e expandem o seu poder, estas não são as únicas. Samuel Pinheiro ilumina em destaque, ao menos mais três, a saber, a Geração de Ideologias, a Formação de Elites e a Difusão Ideológica.
A terceira dessas estratégias ( a geração de ideologias), têm em seus instrumentos, segundo o autor, uma grande, crescente e pouco examinada relevância. Trata-se da geração de ideologias para consumo da população de todos os países, quer pertençam eles ao seu centro, quer se situem na periferia. O processo de elaboração de conceitos, de visões de mundo e de situações específicas, que o autor chama de “ideologias”, se desenvolve em diversos níveis e se utiliza de distintos instrumentos. Sua validade e sua utilidade para a preservação e a perpetuação das estruturas hegemônicas de poder, segundo Samuel Guimarães, depende de serem tais “ideologias” percebidas como neutras, desinteressadas, ou, melhor ainda, de interesse geral, imparciais, verídicas e verossímeis, sendo que muitas delas, por não encerrarem tais características, acabam por ser contraditadas pela realidade. Neste caso, passarão a ser substituídas por outras ideologias que as desmentem, ridicularizam e se apresentam como novas e verdadeiras.
Nas palavras do autor, sua elaboração conceitual e seu foco central, inicial, de difusão deve se localizar acima dos governos e dos Estados Nacionais, e têm seu locus ideal nos quadros técnicos das organizações internacionais de âmbito mundial, supostamente imparciais e independentes em relação àqueles governos e Estados. Grandes Organizações de composição mundial, como o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e a Organização Mundial do Comércio, exercem um papel estratégico fundamental no processo de elaboração de ideologias e de sugestões de políticas a serem seguidas pelos governos de Estados periféricos, já que governos dos países centrais não levam em consideração as sugestões de políticas, quando são, o que para o autor é muito raro ocorrer, feitas por tais agências.
A Formação de Elites, quarta estratégia na preservação e expansão do poder das estruturas hegemônicas, diz respeito à formação, nos países da periferia, de elites e de quadros simpáticos e admiradores dessas estruturas hegemônicas de poder. Programas de difusão cultural, de bolsas de estudo, de pesquisadores visitantes, de visitas de personalidades políticas e de formadores de opinião, são instrumentos utilizados amplamente pelos países que integram o centro daquelas estruturas. Segundo o autor, apesar de não ocorrer com todos os indivíduos que participam de tais programas, um grande número vêm a desenvolver sentimentos de simpatia em relação ao estilo de vida, ao modo de ver o mundo e as relações entre aquelas estruturas e a periferia, e finalmente, quanto às políticas que as primeiras propõem para resolver as questões e as crises internacionais. Nisto, estes indivíduos se tornam elementos de grande importância para as estratégias de preservação das estruturas hegemônicas de poder, na medida em que vêm a ocupar posições de destaque na vida pública e privada dos países da periferia.
A Difusão Ideológica responde pela quinta estratégia, ligada ao uso dos meios de comunicação de massa. O autor chama a atenção para o fato dos meios de comunicação de massa terem se tornado gigantescas empresas, as quais passam pelo mesmo processo de concentração e globalização sofridas pelos setores industriais e de serviços. Mantendo estreita vinculação e relação de interdependência com as empresas de publicidade e, portanto, com os interesses econômicos das grandes corporações, que poderão ser ou não multinacionais, cujas sedes localizam-se nos Estados Centrais, fazem com que tenham ser tornado, além de defensores da liberdade de expressão e da opinião particular dos dirigentes dos próprios meios de comunicação, defensores dos interesses e das visões de mundo geradas naquelas estruturas hegemônicas.

(Continua...)




domingo, 21 de fevereiro de 2010

Técnicas de Estudo: Dicas preciosas de um especialista em Preparação para Concursos.

Olá. Este período imediato à prova do TPS separa os candidatos nas suas expectativas. Para aqueles que foram aprovados na fase inicial, e seguem nossos parabéns, caberá concentrar-se e preparar-se com afinco para a primeira das provas discursivas. Para aqueles que voltarão ao TPS em 2011, bom trabalho. Trabalharemos com muita disposição. Não se deve estudar para passar, mas até passar. Continuo aguardando a colaboração dos colegas de estudo no tocante à votação da nossa enquete, ao final da página. Trata-se de um simples "clic" no mouse, porém o número de votos é muito pequeno em relação às visitas recebidas pelo Blog. A importância desta pesquisa se impõe por sua vinculação às nossas prioridades quanto às atividades em 2010. Selecionei diversos materiais; a forma de utilizá-los dependerá no entanto do resultado da nossa enquete.
Abaixo, quatro pequenos vídeos do William Douglas, versando sobre tempo, disciplina, prioridades e decisões pessoais. Um abraço!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Livros da Bibliografia: Obra Relacionada para Política Internacional. Quinhentos Anos de Periferia (Parte II)

(Continuação...)


No seio de tais organizações se desenvolve, sob a liderança dos países que integram aquelas estruturas hegemônicas, um esforço de elaboração de normas, com suas respectivas sanções, de comportamento internacional ( e, hoje, crescentemente nacional) do que seria ‘permitido’, ou seja, ‘legal’. A participação da maioria dos países da periferia nesse processo não só é considerada essencial, como chega a ser ‘exigida’: não para que tomem parte efetivamente da elaboração ou ‘aperfeiçoamento’ daquelas normas mas, sim, para dar legitimidade e validade universal a tais normas e à eventual aplicação de sanções ‘internacionais’ contra os infratores.
De um lado, essas normas de conduta refletem a força relativa dos diversos integrantes daquelas estruturas hegemônicas e regulam suas relações dentro das estruturas. De outro lado, tais normas enquadram os Estados da periferia, buscando sempre o objetivo maior de preservação das estruturas, de seu poder e dos benefícios delas decorrentes para as sociedades dos Estados centrais que as integram.
No âmbito político, busca-se a expansão da competência do Conselho de Segurança das Nações Unidas e de seu sistema de sanções para além do conceito inicial restrito, conforme a Carta de São Francisco, de ameaça à paz e de ruptura da paz.
No âmbito militar se verifica, de um lado, a preservação do status especial dos integrantes daquelas estruturas e, de outro, a elaboração de normas de controle da difusão de tecnologias avançadas, por meio da AIEA, do Tratado de não-proliferação Nuclear (TNP), do Complete Test Ban Treaty (CBTP), da Organização para Eliminação de Armas Químicas (OPAQ), dos Acordos de Wasenaar, do Missile Technology Control Regime (MTCR). Uso da OTAN, e inclusão de novos membros, bem como ampliação da sua área geográfica de atuação.

Cooptação e Fragmentação
No processo estratégico de preservação, expansão e perpetuação de poder dessas estruturas hegemônicas, a eventual divisão interna e fragmentação territorial de terceiros estados, em especial dos grandes Estados da periferia, é vista com favor e interesse, quando não promovida com vigor, ainda que com natural e cuidadosa discrição. A fragmentação da União Soviética e da Iugoslávia e a perspectiva de fragmentação da República Popular da China foram e são vistas com beneplácito, quando não estimuladas, como a política em relação a Taiwan exemplifica. Grandes Estados da periferia, como o Brasil, sempre que se engajam em programas de fortalecimento político, econômico, militar ou tecnológico de natureza autônoma são vistos com suspeita, ameaçados e até atingidos por sanções. Por outro lado, a eventual fragmentação de seu território ou a criação de tensões internas através de iniciativas que incentivam a reivindicação de territórios autônomos para minorias, que estimulam o fortalecimento de diferenças raciais e a ação de seitas fundamentalistas agressivas seriam processos que contribuiriam para, no mínimo, enfraquecer a coesão interna dos grandes Estados da periferia e, assim, para o êxito da estratégia de preservação do poder daquelas estruturas hegemônicas.


(Continua...)

Roteiros de Estudo 2010: História Mundial



Roteiro de Estudos para candidatos ao IRB - 2010

História Mundial .


Para aqueles que experimentam o primeiro contato com este BLOG, os sumários que chamo por Roteiro de Estudo foram pensados para funcionar como uma espécie de tutores ou condutores na evolução do estudo do candidato ao CAD. Tomando por base a Bibliografia (sugerida ou obrigatória) constante do guia de estudos disponibilizado pelo IRBr e tendo as provas anteriores como pontos obrigatórios do trajeto, estes materiais de cunho oficial são os balizadores das nossas escolhas. Os roteiros de 2009 foram elaborados a ‘conta gotas’, pois não me sentia bastante seguro para opinar sobre obras de áreas do conhecimento bem pouco afins com a minha formação acadêmica. Esta insegurança em parte, porém em menor grau, ainda me acompanha.
O Estudo da História Mundial Contemporânea têm sido objeto de cobrança apenas no TPS, o que equivale dizer, que seu conhecimento será avaliado em prova objetiva, de múltipla escolha, e nem por isto, com menores fatores de complicação. Podemos ainda assinalar que os conhecimentos de História Mundial Contemporânea servirão de base para as provas de Política Internacional, sendo esta última disciplina objeto de avaliação na primeira fase (TPS, prova objetiva) e terceira fase, questões subjetivas, prova “aberta”. É preciso maior incentivo para aprender História Mundial Contemporânea?
Porém, optei por uma redução de leituras, materializada na retirada de algumas obras, e na leitura somente parcial de outras.
1. O Manual do Candidato, de autoria do Prof. Paulo Fagundes Vizentini, “História Mundial Contemporânea (1776-1991), continuará valendo por tudo o que escrevi no roteiro de 2009. Porém entendo que deverá ser lido somente por aqueles que sendo “estranhos no ninho” em ‘Humanas’, encontrem-se em dificuldades diante de textos que partem do pressuposto de um conhecimento básico da História da parte do leitor. Mas, mesmo que você esteja nos passos iniciais desta disciplina, não convém deter-se muito neste Manual. Tome algumas anotações indispensáveis: eventos e nomes muito importantes relacionados a estes, cronologias de processos e demais coisas de caráter factual. Servirão para se situar nas leituras seguintes.
2. O volume organizado pelo prof José Flávio S. Saraiva, História das Relações Internacionais Contemporâneas. A leitura desta obra se impõe. Se não tiver tempo para ler mais nada, leia ao menos este livro. Além do Organizador, assinam os artigos os Professores Amado Luiz Cervo e Wolfgang Dopke, além do Diplomata Paulo Roberto de Almeida.
3. Passe então para o texto de Paul Kennedy, Ascensão e Queda das Grandes Potências, O que interessa encontra-se no cap 4 ao 8. Kennedy é um historiador criterioso, brilhante e amiúde, muito detalhista.
4. Michel Beaud, História do Capitalismo (de 1500 aos nossos dias), Continuo defendendo que o texto é muito bom, objetivo e até bem humorado. É claro que você não deverá realizar a leitura do livro inteiro, pois deverá dirigir sua atenção para compatibilizar a leitura com os aspectos propriamente econômicos do Programa. Observe o itens 1. e 5. do Guia de Estudos, “Estruturas e idéias econômicas” e “A evolução política e econômica das Américas”. Então basta observar o índice desta obra, a partir do Cap. 2, para um bom entendimento da questão ideológica que envolveu o desenvolvimento capitalista e a grande arrancada do capitalismo britânico, em seu papel de ponta-de-lança destravador das forças produtivas. A chamada “Grande Depressão” (1873-1895), que aparece como fator sine qua non na explicação do Imperialismo (cap. 4), e a ascensão americana (Cap. 5. A Grande Reviravolta, 1914-1945). Convém dizer que Bretton Woods será tratado apenas no Cap. 6, de forma segura, porém sinteticamente an passant na pág. 303.

5. O longo século XX, de Giovanni Arrighi. Continuo sugerindo a leitura dos capítulos 1 e 4.
5. Quanto às “Eras” de Hobsbawm, vamos combinar uma coisa. Eric Hobsbawm encontra-se entre os melhores intérpretes europeus da História Contemporânea. Porém o volume de leitura de Era das Revoluções; Era do Capital; Era dos Impérios e Era dos Extremos é considerável. Convém selecionar muito bem o que será lido, o que pode ser feito com o Guia de Estudos à mão. Como leitura imprescindível, eu citaria os Cap. 1., 2., 3., 6., 7. e 16 da Era das Revoluções. Também importantes seriam os Cap. 1., 5., 6., 9., 12., 13., 14., 15., e 16 da Era do Capital. Para a Era dos Impérios, você poderá selecionar os Cap. 3., 4., 5., 6., 9., 10., 11., 12. e 13. Quanto à Era dos Extremos aconselho a leitura de toda a parte I (cap. 1 ao 7). Da parte II, os cap. 8, 11, 12 e 13. Na parte III convém estudar todos os capítulos.
9.História da América Latina, do Halperin Donghi. É leitura indispensável e você poderá estudá-lo ao longo das leituras da Era das Revoluções, do Capital e dos Impérios.
10. Em busca da China Moderna, de Jonathan D. Spence. Sugiro a leitura dos Cap. 7 ao 21, mas somente se houver tempo. Porque se não houver, as leituras de Kennedy e Hobsbawm responderão por parte do conteúdo.
Parece que ficou mais leve a carga de leituras. Ou não?!

Uma observação final: se você encontra-se matriculado em algum curso preparatório, desconfie de sugestões para substituir, sobretudo em História Mundial e do Brasil, Política Internacional, Geografia e Noções de Economia, os livros “sugeridos” no Guia de Estudos, por outras obras. Existem cursos que sob a ‘máscara’ de oferecer conteúdo, indicam leituras de alguns artigos ou partes de livros bastante descontextualizados. Já aparecem no mercado apostilas estranhas à FUNAG. Fuja disto. Não existem soluções miraculosas... O Guia de Estudos oferece diversas opções ao candidato, no que concerne à escolha das obras para estudo.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Livros da Bibliografia: Obra relacionada para Política Internacional. Quinhentos Anos de Periferia (parte I)



GUIMARÃES NETO, Samuel Pinheiro. Quinhentos anos de Periferia: uma contribuição ao estudo da Política Internacional. 3.ed. Porto Alegre/Rio de Janeiro:UFRGs/Contraponto, 2007.


Samuel Pinheiro Guimarães Neto (ver entrevista concedida à TV Senado, clicando no marcador leituras sobre o Brasil) considera o conceito de estrutura hegemônica mais apropriado para abarcar os complexos mecanismos de dominação. O conceito de estruturas hegemônicas evita discutir a existência ou não, no mundo pós-Guerra Fria, de uma potência hegemônica, os Estados Unidos, e determinar se o mundo é unipolar ou multipolar. O conceito de estruturas hegemônicas é mais flexível e inclui vínculos de interesse e de direito, organizações internacionais, múltiplos atores públicos e privados, a possibilidade de incorporação de novos participantes e a elaboração permanente de normas de conduta; mas, no âmago dessas estruturas, estão sempre Estados Nacionais.
Samuel Guimarães aponta que os interesses econômicos das grandes empresas sempre estiveram vinculados aos Estados, de uma forma ou de outra, desde o Comitê dos XXI da República Holandesa, até as grandes companhias inglesas de comércio e às corporações transnacionais americanas de hoje. Todavia, as megaempresas atuais não têm como se transformar em organismos legislativos e sancionadores legítimos, isto é, aceitos pela sociedade, os quais serão sempre indispensáveis enquanto houver competição e conflito entre empresas, classes, grupos sociais, étnicos, religiosos, etc...
Na área internacional, as estruturas hegemônicas se organizaram, após o Congresso de Viena de 1815, mais ou menos informalmente (por meio das reuniões do Concerto das Nações; da Santa Aliança; dos sistemas de alianças conhecido como ‘equilíbrio de poder’ na Europa) enquanto agiam pela força, direta, ostensiva e às vezes de forma coordenada, em zonas da periferia para incorporá-las como colônias ou para subjugar revoltas contra seus interesses, como a História da expansão européia na África, e, em especial, na China, bem exemplifica.
Todavia, com o desenvolvimento das lutas sindicais, humanitárias e anticolonialistas, as ideologias ‘desiguais’ foram progressivamente substituídas, nas próprias sociedades nacionais do centro das estruturas hegemônicas, por ideologias ‘igualitárias’, que levaram à extensão do sufrágio e à legislação de limitação da exploração do trabalho. Entre os Estados, as tendências igualitárias levaram às novas concepções de igualdade soberana dos Estados e de autodeterminação dos povos, em especial a partir da Revolução Bolchevique e dos Catorze Pontos de Wilson, que foram a ela uma tentativa de resposta.
Diante dessa nova realidade, que impedia, ou, pelo menos, dificultava o uso direto da superioridade e da força militar e econômica, as estruturas hegemônicas de poder procuraram criar organizações internacionais por meio das quais pudessem preservar o seu poder no âmbito internacional e legitimá-lo aos olhos de sua opinião pública internacional, inspirada agora por uma visão ‘igualitária’ do mundo. Assim, sob a liderança dos Estados Unidos, e após a primeira crise interna de contestação de liderança que foi a Primeira Guerra Mundial, as estruturas hegemônicas de poder criaram a Liga das Nações, que não teve o sucesso esperado e, após a segunda crise, de 1939 a 1945, a Organização das Nações Unidas, como centro de um sistema de agências internacionais nos mais diversos campos de atividade, desde os refugiados à saúde, às telecomunicações, à agricultura, à energia nuclear, etc... .

A Expansão das Agências Internacionais

A primeira estratégia de preservação e expansão das estruturas hegemônicas de poder se verifica através da expansão das organizações internacionais, sob seu controle, tais como o Conselho de Segurança, Centro de Poder Efetivo das Nações Unidas; a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN); a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA); o Grupo dos Sete (G-7); a Organização Mundial do Comércio (OMC); a União Européia; o North American Free Trade (NAFTA); a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE); o Fundo Monetário Internacional (FMI), etc... .


(Continua...)

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Exercícios do Curso de Língua Inglesa .

Os exercícios propostos abaixo, correspondem à primeira lição do Curso de Inglês.

Exercícios:
De acordo com o diálogo visto, decida se as
alternativas a seguir são verdadeiras ou falsas.
True False
Christina is on time. ( ) ( )
Christina is late time. ( ) ( )
Christina is Venezuelan. ( ) ( )
The teacher is late. ( ) ( )
The teacher is American. ( ) ( )
Christina and the teacher ( ) ( )
are new at school.
Complete as seguintes frases com a forma
correta do verbo to be.

Complete as seguintes frases com a forma
correta do verbo to be.
São Paulo _______ a state. It _______ located in Brazil. My family and I
________ from Brazil. My father ________ a carpenter and my mother
________ a housewife. I have two brothers. Their names _________
José and Francisco. I _________ a student and my name _________
Paulo.
Complete as seguintes frases com a forma
correta do Pronome Pessoal.
Adriana is a student in my class. ______ is my friend. Her parents are
teachers. ______ are my teachers. Adriana and I live in the same
building. ______ are neighbors. She has a brother and ______ is an
engineer.

Complete as seguintes frases com a forma
correta do Pronome Possessivo.
He is a taxi driver. ______ name is Tony. He has a wife and ______
name is Julliet. They have two children. _______ names are Carlos and
Mandy. Carlos and I are in the same class. He is ______ friend. We like
Ms. Johnson very much. She is ______ teacher.
Corrija os erros das seguintes frases:
a) We is from Venezuela.
b) Venezuela are in South America.
c) He is a writer. Her name is Jennifer.
d) Susan not is my friend.
e) Where you are from ?
f) This is Mr. Smith. Your son is in my class.

Curso de Inglês: 15 - Modal Verbs

Aula nº 15 - Modal Verbs




sábado, 13 de fevereiro de 2010

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sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Quadro Horário de Estudo

Acima, a ilustração de um quadro horário de estudos (para melhor visualização, basta clicar em cima da figura) voltado para a aprovação no Teste de Pré-Seleção (TPS) ao longo de 1 ano. Lembrando os ensinamentos de William Douglas, o expert em Concursos, uma formalidade como essa torna-se útil na medida que organiza o tempo do candidato. Paga-se um preço pelas conquistas (o quadro acima representa a situação de um indivíduo que trabalha em horários integrais, manhã e tarde). Porém sugiro que tente fazer um quadro horário exequível e flexível (no caso acima, as sobras dos intervalos do almoço foram aproveitadas para o estudo do francês e do espanhol, matérias estranhas ao TPS, porém exigidas em fase posterior). Poderão haver imprevistos como reuniões de trabalho em horários externos ao expediente (inclusive a utilização de horários de almoço...), idas ao médico, alguém desesperado pedindo orientação para alguma monografia, idas ao Banco, reuniões de pais na escola dos filhos, atendimento de ligações de coordenadores de curso em horários pouco convencionais (após as 22:00 hs.) etc... primordial será atender a todos com um sorriso de serenidade e resignação, pois tratam-se de coisas comuns na vida de pessoas comuns. Também importante é reservar certo tempo com a família. O importante desse tempo com a família não será a quantidade, mas a qualidade. Aproveite as coisas boas da vida! Passeios com os filhos, uma saída com a esposa(o) ou namorada(o). Interessante é negociar tudo isto. Sejam acima de tudo, felizes!

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Sobre Cursos Preparatórios


Aberta uma nova "temporada de caça" dos cursinhos aos candidatos ao IRBr. As formas como isto ocorre, melhor dizendo a maneira pela qual os cursinhos preparatórios chegam aos possíveis candidatos à matrícula são bastante invasivas: e-mails pessoais, e-mails de Blogs, malas diretas, anúncios que o Google se encarrega de selecionar para espaços como o nosso ( e neste caso específico, abrimos parêntese e lembramos da política deste Blog de trilhar o caminho da ética: somente clique naqueles anúncios que realmente interessar a você, ainda que eles possam vir a gerar alguma receita para este humilde Blog ), apenas para ficar nestes exemplos. Em 28 de março de 2009, portanto há quase um ano (clique no marcador abaixo) promovi uma consulta aos nossos colegas de estudo. Naquela oportunidade, vários seguidores fizeram a exposição de suas experiências e opiniões balizadas. A conclusão, digamos, praticamente um consenso, seria que os Cursos Preparatórios podem direcionar as leituras, servir como facilitadores do conhecimento, poupar tempo da preparação, e assim fazendo, organizar a vida do candidato. Àquela época também foi levantado por uma colega, que os cursinhos haviam descoberto um novo nicho, juntamente com concursos públicos mais consagrados, para engrossar ainda mais as suas receitas. Já começam a aparecer rankings de melhores cursos, etc... Então pergunto: se a situação for mesmo como defende a propaganda dos tais cursos preparatórios, como ficam aqueles que se encontram longe de Cidades como Brasília, São Paulo, Rio de Janeiro ou Porto Alegre, que agregam os cursos, até aonde estou informado, mais conhecidos? Como Professor, ou seja, enquanto mercado de trabalho, e mesmo tendo direcionado a minha formação para o ensino universitário, necessariamente tenho que entender tais cursos, incluindo os pré-vestibulares, como uma fatia a mais no mercado de trabalho. Um local em potencial para o aumento da renda familiar, em caso de necessidade. Analisando porém de forma crítica, como profissional de Educação e Cidadão, minhas convicções me obrigam a ir em direção contrária aos argumentos contidos na propaganda invasiva dos cursinhos. Alegações, acenadas como vantagens, por tais propagandas chegam a sugerir que Diplomatas envolvidos com tais cursos trazem dividendos, por ter conhecimento da Banca, das mudanças que tal Banca estaria proposta a fazer, etc... muito antes que fosse dada qualquer publicidade, termo que aqui emprego na qualidade de princípio constitucional que qualquer ato da Administração Pública deve guardar. Ora, uma situação desse tipo, caso venha a ocorrer, caracteriza vazamento de informações que seriam privilegiadas, deslegitima Bancas, e no limite, desmoralizaria todo o Concurso.
Para finalizar, reitero minha opinião expressada há quase um ano, reformulando porém algumas posições que um ano de estudo e contatos deste Blog produziram: 1. O Curso Preparatório poderá atuar favoravelmente no sentido de disciplinar seu tempo de estudo, fazer as divisões por matéria de forma mais equilibrada, porém não individualizada. 2. Professores com boa bagagem e interessados, podem realmente atuar como facilitadores de estudo. 3. Simulados poderão auxiliar como promotores de um estímulo para a competição, atributo que quando utilizado de forma adequada, vale dizer, não doentia, pode acarretar dividendos nas provas do concurso. 4. A maior parte disto tudo, vale principalmente para o TPS! As outras fases exigem uma bagagem intelectual e esforço pessoal do candidato que nenhum curso que eu conheça ou tenha ouvido falar, poderá oferecer. Portanto, sem ilusões! ( E se você acha que precisa realmente de tais cursinhos, ao menos para o TPS, e puder pagar seus preços relativamente elevados, não faça como o marinheiro da gravura acima, negando-se à rendição e afundando junto com seu navio! )
P.S. Porém...irei disponibilizar em breve, uma sugestão de quadro horário para estudos, visando o TPS. A flexibilidade parece ser o grande desafio destes planejamentos, e isto é adequado de forma individual. A disciplina para manter o planejamento vivo, também. Igualmente encontra-se em nosso plano, simulados e estudos dirigidos. Um grande abraço!

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

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segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Sites e Blogs interessantes

Há algum tempo havia disponibilizado alguns endereços que considero relevantes para visitação . Selecionei mais quatro. Sugiro que acessem e tirem suas próprias conclusões.
Editado pelo Mário Machado, que é Analista de Relações Internacionais. O espaço é voltado para atualidades da Política Internacional.







Estudos Diplomacia. Trata-se de um grupo de estudos para Diplomacia hospedado pelo Yahoo. Você faz o cadastro e passa a ter acesso a mensagens dos participantes, arquivos disponibilizados pelos integrantes do grupo e informações diversas. Se preferir, as mensagens poderão ser direcionadas para o seu e-mail.








Voltado para a resolução de questões de Direito. Vale a pena conferir, e selecionar aquilo que interessa ao CAD. O espaço é muito interativo.







Apresenta basicamente, para o que nos interessa mais de perto, textos sobre atualidades das Relações Internacionais e Geografia. Nomes como Demétrio Magnoli e Nelson Bacic Olic se encarregam de revestir com abordagem acadêmica os artigos.













O Brasil em uma Visão Estratégica.

O vídeo abaixo foi produzido pela Tv Senado, com o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, o qual concedeu entrevista na qualidade de Secretário Especial para Assuntos Estratégicos. Versa entre outras coisas, sobre medidas para a redução das disparidades sociais brasileiras, a exploração dos recursos do petróleo da camada pré-sal, bem como sobre a política de defesa nacional, porém, gravita sobre um tema central: a descolonização das mentes, ponto primordial para o abandono de aprisionamentos mentais inaceitáveis de inferioridade que ainda transitam - de forma inaceitável - em parcela da inteligência brasileira. Seria o famoso "complexo de vira-lata", expressão cunhada pelo dramaturgo Nélson Rodrigues.


Samuel Pinheiro Guimarães, que há pouco tempo era o "Nº 2" do Itamaraty, é autor de alguns textos que auxiliam na compreensão de importante corrente da Política Internacional que molda a visão brasileira sobre este assunto, e ajuda a direcionar nossa inserção internacional. Para o estudo específico do CAD, impõe-se a leitura da obra sugerida no Guia de Estudos: Quinhentos Anos de Periferia, editada a partir de 2001 pela Contraponto/UFRGS, e que em 2007 já se encontrava em sua terceira edição. Como realizei a leitura e parte do fichamento no início de 2009, farei retornos ao texto, e irei completá-lo, disponibilizando em breve, vale aguardar. Um abraço!

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Política Internacional: Grandes Fóruns da Sociedade Internacional Européia e Global - V (Parte Final)


(Continuação...)


Teerã, Yalta e Potsdam: os acordos para uma sociedade bipolar (1944 – 1945)
Os Estados Unidos, a União Soviética e a Grã-Bretanha haviam formado sua aliança temporária somente para contrapor-se às ameaças do poder alemão e japonês, e também somente após o início das operações militares. Com aquele poder destruído, a razão básica para a aliança desapareceu.
Dessa forma, as Conferências realizadas pelas três potências em Teerã, Yalta e Potsdam meramente estabeleceram, anotou Adam Watson, esferas de dominância de fato, e em termos amplos. O poder no sistema Global de Estados rapidamente se reorganizou em torno de dois pólos opostos: a União Soviética e uma aliança ocidental na qual os EUA eram o parceiro mais forte. Assim, os EUA e a URSS eram o centro em torno dos quais se desenvolveram sociedades muito separadas, estrategicamente presas uma contra a outra, mas isoladas pela Geografia e pela ideologia.
Naquele contexto, a Instituição Internacional superior não deveria ser um governo mundial, mas um congresso diplomático permanente (acima, a Conferência de 26 Jun 1945, em San Francisco) ao qual cada Estado indicaria um delegado e que com o tempo se tornaria “omnilateral” pela admissão de todos os Estados “amantes da paz”.
Apesar do quadro para uma Organização nesses moldes existir na Liga das Nações, os três aliados da época da guerra decidiram pelo estabelecimento de uma versão reformada da mesma. Cinco grandes potências atuariam como membros permanentes do Conselho de Segurança, e assim, a oposição ativa de qualquer uma dessas potências poderia bloquear decisões do Conselho geradoras de obrigações, de modo que o apoio, ou pelo menos a aquiescência, das cinco potências fosse necessário para que as Nações Unidas adotassem qualquer ação coletiva significativa.
Quando as grandes potências estivessem de acordo, as Nações Unidas poderiam revelar-se um meio adequado para o estabelecimento e a implementação de planos de ação conjuntos. O poder de veto foi e continua sendo impalatável para os idealistas e para os Estados que não podem exercê-lo.
O veto contudo, tem funcionado como uma válvula de segurança, diminuindo a tensão dentro da Instituição. As Nações Unidas tinham por objetivo a universalidade, mais do que a eficácia, e doravante ser membro da organização seria o símbolo da qualidade de Estado independente e da aceitação na sociedade internacional global.
As nações estabeleceram também algumas organizações especializadas de participação universal para difundir e intercambiar entre governos vários aspectos da tecnologia, tais como a saúde e a medicina, ou a alimentação e a agricultura. Tal como originalmente constituídas, as Nações Unidas não funcionaram como um Concerto das maiores potências, mas mantiveram a Ordem.

Curso de Inglês: 14 - Reading

A Leitura de pequenos textos em Inglês. Não tenhamos dúvidas sobre a importância desta lição.

Blog do Prof. Mankiw


O Prof Gregory Mankiw, de Harvard, autor de Introdução à Economia, mantém um Blog muito interessante. O endereço eletrônico: http://gregmankiw.blogspot.com/


sábado, 6 de fevereiro de 2010

Política Internacional: Grandes Fóruns da Sociedade Internacional Européia e Global - V (1ª Parte)



Teerã, Yalta e Potsdam: os acordos para uma sociedade bipolar (1944 – 1945) – com o final da devastação experimentada pela 2ª Guerra Mundial, os vencedores defrontaram-se com duas questões de grande importância em termos de ordem mundial:
1. Reagir às pressões desconhecidas de um sistema reformulado que os colocava numa situação mais difícil do que antes;
2. As instituições e as regras deveriam ser dadas à nova sociedade internacional que deixara de ser eurocêntrica.
O Congresso realizado ao fim daquele grande conflito, materializado nas Conferências de Yalta, Teerã e Potsdam guardava nítida diferença entre aqueles que tradicionalmente se seguiram às grandes guerras gerais do Sistema Europeu de Estados; naquelas ocasiões, como é sabido, estadistas de potências vitoriosas e derrotadas entendiam que estavam revisando as regras e instituições de uma sociedade internacional, mantida unida por valores comuns, e por uma civilização comum. Agora, os vencedores eram duas superpotências: uma Rússia soviética muito arrasada pela guerra, e os Estados Unidos que assumiram o lugar da Grã-Bretanha no sistema.
(Continua...)

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Curso de Língua Inglesa: 13 - Future

Prosseguimos com o Curso de Inglês.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Nova fase no Blog



Vivemos uma nova fase neste Blog. Novos materiais foram selecionados, e estou analisando a melhor forma de postá-los. Foi boa a troca de experiências, o contato com os leitores e colaboradores deste espaço. Reitero que o espaço é de todos nós. Por isto, nunca é demais o convite para realizar comentários, abandonar a passividade, ampliar a troca de idéias. Fiquem à vontade! Tive reforçada a idéia que os chamados “cursinhos” não são tão decisivos assim. Há muito oportunismo no meio, com cursos de baixa qualidade, a Bibliografia é desconcertante e acho até que passada a barreira do Teste de Pré-Seleção, com uma boa orientação, as chances do candidato aumentam muito. Parece haver um consenso entre aqueles que começando a preparar-se para o CAD, defrontam-se com as inúmeras, porém transponíveis barreiras: a aprovação possivelmente não virá no primeiro concurso. Na grande maioria das vezes não virá no segundo, mas quem sabe no terceiro concurso? Creio que o problema é não perder o foco. Entre as várias disciplinas, diversas estratégias. Algumas destas estratégias consideradas possíveis, constituem o objeto desta comunicação, pois esboçam nosso roteiro de postagens para 2010.
Começando pelo que considero a grande “pedreira”, Língua Portuguesa. Lembro que quando comecei a pensar de forma mais séria em tentar ingresso no IRBr, procurei uma professora de Português, Licenciada em Letras, vizinha e amiga, pensando em tomar-lhe algumas aulas que seriam remuneradas, Após olhar o programa, ela disse com a sinceridade que sempre esperei dela e dos colegas: " - Olha, Antonio, este concurso exige preparação muito específica e de alta complexidade. É melhor procurar alguém mais direcionado para isto”. Como discordar? Os cursinhos voltados para concursos públicos, que verifiquei, são organizados para preparar candidatos para provas como as do TPS. Então creio ser exeqüível, encontrando-se de posse de vídeo-aulas, realizar uma preparação a domicílio. Você poderá, assim como eu, repetir quantas vezes quiser a explicação do professor, sem que o colega da carteira do lado ameace perder a calma... As vídeo-aulas disponibilizadas são voltadas para o “Português Jurídico”. Agora serão disponibilizadas novas vídeo-aulas, com a novidade que haverão exercícios, e muitos. Tudo com gabarito.
Língua Inglesa: vamos terminar as postagens das vídeo-aulas, que acho muito boas, mas também disponibilizar exercícios, visando o TPS. Posteriormente penso em apresentar um outro curso, porém ainda estou avaliando a relevância desta contribuição.
Geografia: após tanto ouvir indicações, e em virtude disto ter adquirido o “Projeto de Ensino de Geografia”, Geral e do Brasil, do Demétrio Magnoli, livros muito bons, mas voltados para o ensino secundário, e de haver descoberto falhas, ou omissões entre o Programa do Guia de Estudos e a Bibliografia que ele sugere (pois fui lendo os livros indicados), penso se não é despropositado assistir e disponibilizar também vídeo-aulas de Geografia, em nível secundário. E tudo com exercícios e gabaritos. Estou inclinado a fazer isto, e quase convencido que o resultado poderá ser bom.
História do Brasil: consegui diversas vídeo-aulas, algumas de qualidade apenas mediana, mas nada muito comprometedor. Exercícios completam o quadro de propostas.
Política Internacional: vou disponibilizar algo que andei lendo e fichando, porém terei que ser bastante seletivo, pois o material foi anotado a caneta e não tenho muito tempo para ficar digitando. Serão então pequenas sínteses ou quadros e exercícios propostos.
História Mundial: é um programa muito amplo. Criar textos baseados em tópicos, e utilizando a Bibliografia sugerida, como fiz em relação à Guerra Civil Norte-Americana (veja postagens anteriores), demanda muito tempo. Mas acho que consigo selecionar alguns temas de maior relevo, mapas, quadros explicativos e questões propostas. Alguns documentários poderão ser postados, respeitado o limite de 100 mb.

Noções de Direito e Direito Internacional Público: como já postei um curso completo de Direito Constitucional, será preciso realizar algumas postagens voltadas para o Direito Internacional. Serão propostos ainda diversos exercícios, de Direito constitucional e Internacional, e tudo com gabarito.

Noções de Economia: com as vídeo-aulas que postei, acho que podemos completar com exercícios tomados do Mankiw, e das provas anteriores. Economia Brasileira, com sínteses e quadros construídos a partir de “A Ordem do Progresso”, poderão completar as postagens desta disciplina.
E isto para 2010! Opine! Pois se você acompanha com freqüência este Blog, as escolhas envolvem seus planos também... Um abraço a todos!

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Política Internacional: Grandes Fóruns da Sociedade Internacional Européia e Global - IV



O Tratado de Versalhes (1919) – O acordo de Versalhes é considerado como o primeiro ato constituinte de auto-regulação global por parte de uma sociedade que de européia, tornara-se mundial; arranjo transitório, é verdade, dadas as ausências da Rússia e da Alemanha. O objetivo em Versalhes era produzir tanto um acerto que pudesse funcionar para a Europa, quanto a planta das regras e das instituições para uma sociedade mundial capaz de manter a ordem e de evitar a guerra. Em contraste com seus antecessores, Vestfália, Utrecht e Viena, Versalhes teve tantos defeitos, e foi tão menos congruente com as realidades da situação, que não conseguiu atingir nenhum dos dois objetivos. Os elementos de continuidade com o passado europeu ainda eram muito fortes, talvez os principais, nas mentes dos estadistas reunidos em Versalhes. Os próprios tratados de paz eram documentos juridicamente geradores de obrigações de acordo com a tradição européia, embora os termos tenham sido mais abertamente ditados pelos vencedores. Os vencedores redesenharam fronteiras, aboliram Estados, criaram novos Estados e impuseram indenizações financeiras pouco sábias. A concepção da nova sociedade global, a Liga das Nações, perpetuou a prática de cinco grandes potências, que, exceto em casos de desacordo claro, tinham a finalidade de constituir uma espécie de concerto do mundo, por dominarem o Conselho da Liga; esta concepção de sociedade global incorporava quase todas as regras e as práticas que haviam se desenvolvido na grande republique européia, inclusive seu direito internacional e sua diplomacia, assim como seus pressupostos básicos sobre a soberania e a igualdade jurídica dos Estados reconhecidos como membros independentes da sociedade, deixando virtualmente intactas as capitulações e outras práticas que os europeus haviam instituído coletivamente em países que iam do Marrocos à China, bem como as grandes estruturas imperiais dos Estados dependentes controladas pelos vencedores e por alguns países neutros. A opinião pública dos países democráticos ocidentais, bem como os seus estadistas, em face do horror da carnificina e destruição experimentadas na Grande Guerra, elegeram como tarefa primordial criar um sistema de segurança, declarar a guerra “fora da lei” e evitar um outro armagedon; o presidente norte-americano Woodrow Wilson, em nome dos americanos interessados em questões internacionais, mas também de muitos europeus que consideravam a sociedade de antes da guerra uma anarquia de Estados soberanos, entendiam ser temeroso confiar somente na capacidade e controle dos estadistas, e no equilíbrio do poder. A maquinaria não deveria ser um governo mundial, mas uma Liga de Estados que desejassem e pudessem evitar perturbações da paz. O acordo da Liga das Nações foi redigido segundo o princípio da legitimidade anti-hegemônica, como a base de uma Sociedade de Estados soberanos que concordavam voluntariamente com disposições relativas à segurança coletiva. Com o acordo sendo imposto pelas principais potências ocidentais vencedoras, só se poderia esperar que funcionasse de forma eficaz, se aquelas potências concordassem em agir como uma autoridade hegemônica coletiva para regulamentar e, quando necessário, fazer cumprir as normas da nova sociedade internacional. A Liga era um compacto permanente comprometido a manter a paz segundo as linhas de Kant, e também uma Santa Aliança de potências vitoriosas e virtuosas determinadas a tornar o mundo seguro para a democracia. Costuma ser dito que os Acordos de Versalhes se assemelham ao Acordo de Viena, porém na avaliação de Adam Watson eles foram muito menos eficazes do que o Concerto Europeu de Viena, e por duas razões de extrema importância:
1. A falta de elaticidade: os aliados ocidentais ao invés de restaurar a mobilidade do equilíbrio do poder, renunciaram à totalidade do conceito de equilíbrio, que eles consideravam em grande medida responsável pela catástrofe, a favor da idéia mais rígida da segurança coletiva. Um Estado que recorresse à força para alterar suas fronteiras, ou para estabelecer controle sobre áreas a ele não atribuídas deveria ser considerado Estado agressor, sendo obrigação dos membros da Liga, amantes da Paz conter tal Estado pelo uso da força. O problema da Liga na busca de uma maneira de administrar a mudança e de ajustar o sistema a alterações no poder dos Estados é que isso praticamente excluía a mudança.
2. Uma nova legitimidade, porém de pouca força: a Liga proclamava uma nova legitimidade, mas era demasiado fraca para pô-la em vigor. Os governos das quatro comunidades mais poderosas e expressivas do século XX, os norte-americanos, os russos, os alemães e os japoneses, não estavam comprometidos com as disposições da Liga para a manutenção da ordem internacional. A Alemanha e o Japão permaneceram potências insatisfeitas, cuja força relativa no sistema era maior do que sua voz ativa na administração.


A Liga das Nações foi a primeira tentativa de constituição para a nova sociedade global de Estados. Incorporava três princípios de importância para Estados menores e para aqueles que aspiravam a uma nova ordem mundial:
1. A presunção da universalidade: a Liga estava aberta a todos Estados reconhecidos como independentes;
2. Fórum permanente: a Liga proporcionava um fórum permanente, em que Estados menores podiam fazer conhecer suas opiniões e desempenhar um papel na decisão de questões internacionais, especialmente na definição da nova legitimidade; e,
3. Princípio da Segurança Coletiva: a Liga representava o princípio da segurança coletiva, a proteção do fraco contra o forte e a responsabilidade especial das grandes potências de oferecer proteção coletiva.
Todos esses três princípios, com novas formas, permanecem como componentes da legitimidade de hoje em dia.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Novos Roteiros de Estudo em Preparação


Um Planejamento bem realizado, aquele que alia a visão de futuro, reunindo os meios disponíveis adequados, e que se utiliza da disciplina e da flexibilidade na execução, não é atividade apenas de grandes empresas ou aparatos estatais.
Como boa parte dos nossos leitores percebe na prática do dia comum, até uma ida mal planejada ao supermercado pode trazer consequências danosas. O que podemos dizer da caminhada daqueles que se propõem conquistar a aprovação para ingresso no IRBr?

Muitos dos nossos leitores já conhecem, e creio que alguns até utilizam dos roteiros que disponibilizamos no ano passado (ver marcador abaixo). Roteiros de estudo são basicamente feitos sob medida, pois partem do grau de conhecimento que se possui e busca no futuro, atingir uma meta estabelecida, que em nosso caso, é a aprovação no Concurso. Nesta perspectiva, os roteiros que preparei há alguns meses objetivavam sanar os muitos óbices que se colocavam entre aquilo que domino, ou seja, algumas matérias, e o programa integral do concurso, observado o alto nível da sua cobrança. Então fui organizando as disciplinas que mais conhecia, até me deparar com Noções de Direito, Português, etc... . Esclareço no entanto duas coisas: - A primeira delas é que os roteiros, por tudo que já escrevi acima, não são "trilhos", mas "trilhas", ou "picadas na selva", se preferirem. Assim foram pensados, e disponibilizados para domínio público, visando sobretudo aqueles que se encontram fora dos cursinhos. Poderão portanto ser modificados, a gosto do freguês.
A segunda observação refere-se à validade desses roteiros. Continuo achando todos eles bastante exequíveis, de forma geral. E quando digo de forma geral, me refiro a um tipo ideal "weberiano": o candidato ao IRBr que não domina diversas das disciplinas exigidas no Concurso. São roteiros equilibrados, mas que visam, e isto é muito importante esclarecer, chegar ao TPS em condições de atingir a nota mínima necessária. Então, nas outras fases, como já escrevi anteriormente, dependerá do interesse, do recurso tempo-qualidade que é importantíssimo, e é claro do talento de cada um.
Então vocês devem estar se perguntando: - porque alterar roteiros que ainda se sustentam, que ainda se apresentam como eficientes? Entendam como um aperfeiçoamento, à luz de leituras realizadas, acesso a novas obras, etc...
Mas outro aspecto importante que provocou mudança de rumo nos roteiros encontra-se relacionado com certa dificuldade de acesso ao material. Isto se revelou na medida em que fui recebendo e-mails e comentários após postagens. Então revi meu planejamento para o Blog, e resolvi disponibilizar vídeo-aulas voltadas para o Programa do Concurso. Este foi o caso das vídeo-aulas de Gramática e de Inglês, que não se encontravam previstas, inicialmente. Democratizar o conhecimento é minha forma de fazer "ação afirmativa", pois assim negros, brancos, vermelhos, "verdes", "roxos" e até Ets., desde que nascidos em solo pátrio (extra-terrestres nascidos no Brasil, rs.), e dispostos a assimilar os conhecimentos necessários, para poder contribuir dentro do Corpo Diplomático - ocupação onde os elevados ideais realmente contam - para o sucesso e o crescimento de um País que não deve ser dividido pela cor da pele. Somos todos miscigenados e irmãos. É assim que penso.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Política Internacional: Conceitos Fundamentais em Política Internacional - X (Final)



Forças profundas: este conceito refere-se aos variados aspectos da vida da sociedade, o que significa o conjunto de causalidades, ou vale dizer, as forças materiais sobre as quais os homens de Estado têm de atuar em seus desígnios e cálculos estratégicos. Esta noção, cunhada por Pierre Renouvin(imagem à direita), mas também tributária dos desafios propostos por esse historiador francês no sentido da construção de novas explicações visando a evolução do estudo das relações internacionais, encontrou em Federico Chabod, considerado o pai da historiografia italiana das relações internacionais, a sugestão de incluir os sentimentos, as paixões, as mentalidades e as psicologias coletivas. Surgia aí um debate entre seminais historiadores que propunham uma renovação epistemológica para o estudo das Relações Internacionais.

Hegemonia : conceito bastante empregado na Teoria das Relações Internacionais. Um estudioso como Adam Watson utiliza este termo quando entende que alguma potência ou autoridade num sistema encontra-se em condições de “escrever as leis” sobre as operações de tal sistema, o que valeria dizer, consegue determinar em alguma medida as relações externas entre Estados-membros, deixando estes internamente independentes. A autoridade, ou nestas situações, o exercício da hegemonia pode ser exercido por um Estado individual poderoso, ou por um grupo de Estados que venham a se encontrar nessas condições. Um exemplo deste último caso seria a ‘hegemonia difusa’ exercida pelas cinco grandes potências européias depois de 1815 (Congresso de Viena). Para o Prof. Watson, uma hegemonia não é um fiat ditatorial, pois em vários exemplos históricos, tanto a hegemonia exercida por uma potência individual, quanto aquela exercida por um pequeno grupo, envolveram diálogo contínuo entre a autoridade hegemônica e os outros Estados, e uma noção, dos dois lados, da vantagem da celeridade. Não obstante, Adam Watson defendeu ainda que as regras e as instituições da sociedade internacional européia estavam longe de ser puramente voluntárias, pois eram em grande medida, impostas pelos principais vencedores nos grandes acertos pacíficos como Vestfália, Viena e Versalhes, e eram nesse sentido, hegemônicas.
(Final)

Política Internacional: Grandes Fóruns da Sociedade Internacional Européia e Global - III



O Congresso de Viena (1815) – O acordo de Viena surgiu ao fim de um quarto de século de levantes e guerras, sendo considerado uma síntese, em alguns aspectos, entre duas maneiras opostas de organizar a Europa, vale dizer, a autoridade imperial que Napoleão tentara implantar e o princípio anti-hegemônico que vigorara implicitamente na sociedade internacional européia desde Vestfália, e de forma explícita, desde Utrecht. A Rússia e uma Grã-Bretanha industrial e financeiramente reforçada tinham objetivos semelhantes: restabelecer a Áustria e a Prússia como grandes potências independentes. Além disso, a França Bourbon restaurada deveria ser elevada à mesma posição, em benefício da própria estabilidade do sistema. A França não seria punida ou privada de territórios que eram franceses antes da Revolução. A contra-doutrina da legitimidade dinástica, e o desejo prático de administrar o sistema pareceram aos estadistas em Viena, justificar igualmente as intervenções ideológicas para reprimir tentativas revolucionárias de tomar o poder em qualquer Estado. A Europa não devia ser dividida em esferas de influência separadas: as cinco potências concordaram que era necessária uma maquinaria coletiva para manter e modificar o acordo. Uma instituição coletiva, ou liga para administrar o sistema, havia sido proposta pela minuta de tratado de Kant para a paz perpétua, e por outros projetos. As cinco grandes potências (Inglaterra, Rússia, França, Áustria e Prússia) não confiavam umas nas outras para intervir unilateralmente a fim de lidar com ameaças à paz e à segurança; mas nos casos em que concordaram em agir juntas, ou pelo menos aquiesceram em agir após consulta, elas poderiam exercer coletivamente uma hegemonia difusa que nenhuma concordaria em que outra exercesse sozinha; podiam ditar a lei juntas e também podiam emendar a lei. A harmonia entre elas orquestraria um concerto da Europa. A hegemonia difusa dos cinco grandes prejudicava, na prática, os interesses dos soberanos menores. Os estadistas das cinco grandes potências que se reuniram em Viena e em congressos e conferências subseqüentes pensavam que a difusão e o equilíbrio embutidos no sistema do concerto proporcionariam o que eles consideravam, as vantagens essenciais da autoridade hegemônica e que ao mesmo tempo limitariam estritamente as suas desvantagens. O sistema do concerto do início do século XIX refletia realidades, porém as grandes potências arrogavam-se os deveres e os privilégios de operar o concerto para si próprias, e os Estados europeus menores não davam seu consentimento, embora aquiescessem. A operação do sistema na própria Europa pode ser dividida em três períodos:
De 1815 a 1848 – período de paz entre as grandes potências, e de repressão de revoluções sociais e políticas;
De 1848 a 1871 – marcado pelo nacionalismo revolucionário, e por guerras de ajuste; e,
De 1871 ao fim do século – período de paz na Europa, com o concerto dominado em grande medida por Bismarck.
A hegemonia difusa do Concerto da Europa, depois de Viena, não impediu que houvesse recursos à guerra; mas manteve a prática da sociedade bem longe do mero conflito de independências múltiplas, e limitou o uso da força a níveis aceitáveis e a objetivos limitados, desde que permanecesse flexível. A ossificação das alianças depois de 1900 tornou impossível uma harmonia concertada.

(Continua...)

Política Internacional: Conceitos Fundamentais em Política Internacional - IX



Suserania: Trata-se de um conceito um tanto vago. Em Direito Internacional normalmente significa que um Estado exerce controle político sobre outro. Em muitos contextos históricos, significa uma vassalagem disfarçada. Estudiosos como Wight e H. Bull (foto à direita) referem-se a sistemas suseranos ou sociedades suseranas, querendo retratar àqueles sistemas em que os membros aceitavam a hegemonia como legítima. Há no entanto, uma diferença entre sistemas cujos membros estão de acordo, de uma maneira geral, quanto à idéia de que deveria haver uma autoridade suserana, mesmo quando é uma obediência na prática, e aqueles cujos membros só aceitam a autoridade suserana tacitamente. Vale dizer que a aceitação tácita é o mesmo que a aquiescência, e é necessária para qualquer hegemonia.

Stato: a noção de stato é originada do Renascimento italiano, e encontra raízes na necessidade de legitimação do poder, uma questão central da política em uma sociedade política antitética pois, às sociedades ordenadas pela tradição e pelos costumes. As novas técnicas de aquisição e consolidação do poder dentro de área territorial, e estendidos para além dela, advindos com o Renascimento, resultaram em um ‘poder nu’, para reproduzir as palavras de Adam Watson, controlado pelo governante, poder que era chamado de stato. Seu significado, que inicialmente equivalia em sentido ao que hoje usamos para status quo, sofreu transformações e tornou-se a palavra Estado, no sentido de uma autoridade governamental ou da forma política de uma nação.