Existem obras na Bibliografia deste Concurso que poderiam ser classificadas como incontornáveis. Um destes casos considero ser este livro do Caio Prado. Ele se constitui em um marco da historiografia brasileira, quando o tema é o processo de colonização. Logo após haver terminado o mestrado em História na UFMG, na linha de pesquisa "História e Culturas Políticas", sentia a necessidade de conhecer mais alguns temas da História do Período Colonial, que os experts da área chamam de História do Império Colonial Português, pois a simples escuta de conversa de amigos da Linha de Pesquisa "História Social da Cultura", me havia trazido interrogações. Resolvi portanto, me matricular em uma “isolada” desta linha, para iniciar o estudo, de forma sistematizada, do Período Colonial. Qual o primeiro texto do Curso? Formação do Brasil Contemporâneo. Em um programa de curso preparado por uma das maiores autoridades no assunto: a Profª Drª Júnia Furtado. Com, efeito, Caio Prado produziu com este texto clássico, considerado na Academia, como fundador em termos de explicação marxista para a Formação do Brasil, uma obra tão duradoura, que se sustenta ainda hoje. Há mais: havia um colega que pesquisava sobre as Câmaras Municipais, e lembro que o texto do Caio Prado, o qual ele nunca lera na totalidade, acabou sendo decisivo (cap. Administração) para tirá-lo de alguns impasses na pesquisa. Bom, então parece que fica mais claro, porque o IRBr vem mantendo por todos estes anos, este texto do Caio Prado. Há uns dias atrás, olhando o Guia de Estudos (2008), vi que "a prova [de Português] apresenta textos curtos - extraídos da bibliografia obrigatória [e nesta constam livros de História - pag. 20, como Casa Grande&Senzala, Formação Econômica do Brasil, Visão do Paraíso e O Povo Brasileiro: a formação e o sentido do Brasil, além é claro do texto do Caio Prado.] - que servem de base para uma redação (com o valor de 60 pontos) sobre tema suscitado pelos textos e para dois exercícios de interpretação (com o valor de 20 pontos cada um). O apoio em textos propicia subsídios ao candidato, visando evitar que deixe de escrever por falta de motivação ou informação acerca do objeto temático".
Ora, o que eles querem dizer com isto ? Penso que tratam de um importante aspecto que envolve este concurso: a moldagem, o perfil do candidato esperado. Para que serve um Diplomata ? Para defender os interesses do Estado Brasileiro. Da Nação Brasileira. A Diplomacia é uma carreira de Estado, e ao diplomata não basta somente, como alguns sugerem pensar, ser exímio conhecedor de idiomas, pois a diplomacia não é um balcão comercial acrítico onde o cliente lança suas demandas. Esse profissional não deve ser um simples burocrata, mas um indivíduo penso, articulado com o Mundo (Política Internacional, História Mundial, Noções de Economia, logicamente o Inglês e outras línguas..., porém dotado de uma cultura consistente, de leituras sobre o Brasil, onde não poderão faltar Freire, Caio Prado, Sérgio Buarque.
Ao ler uma coletânea de ensaios denominada Rio Branco, a América do Sul e a Modernização do Brasil, me deparei com as impressões deixadas pelo Barão em seus contemporâneos. Um grande jurista da época, Clóvis Bevilacqua, declarara que Rio Branco havia obtido seus êxitos nas diversas disputas sobre limites territoriais que participou, graças a sua elevada cultura histórica. Me inclino a concordar com isto. Em pesquisa para a minha tese de doutorado, deparei com textos do início do século XX, onde além do Barão, outro grande nome da diplomacia daquele início de século, Oliveira Lima, apareciam como incentivadores dos Institutos Históricos, da obtenção, guarda e publicação de documentos, do incentivo a pesquisas na Europa, resgatando aquilo que fosse importante para a História do Brasil.
Se formos olhar o programa, estudando os livros pedidos (mas por favor não queiram estudar todos...), descobriremos algumas interfaces, verdadeiras ruelas ligando a bibliografia da Geografia aos textos de Economia, e estes à Política Internacional, e por aí em frente. Então, vamos à leitura.
Outros três livros fundamentais:
ResponderExcluir** Os donos do poder - Raymundo Faoro;
**Raízes do Brasil - Sérgio Buarque de Hollanda;
** Política Exterior Brasileira - Cervo & Bueno
-- sem a leitura detalhada destes 3 livros penso ser quasde impossível a aprovação de um candidato ao IRBr, visto que os 3 livros tratam de aspectos sócio-históricos bem como comerciais-diplomáticos absolutamente indispensáveis a quem necessita ter um conhecimento aprofundado sobre o Brasil e o contexto em que ele se encontra inserido...
Claro que uma sugestão de post neste blog que faço, desde já, seria uma espécia de top 30 dos livros indispensáveis para um bom preparo! E aí, Antônio? Topa? :)
Claro, Dri! Manda ver!
ResponderExcluirEntão os seguidores tb podem postar? =)
ResponderExcluirÓtimo saber...bem, vamos ver se consigo iniciar a postagem durante o feriado, desde já aceito apoio para montarmos o "kit básico" do postulante ao IRBr!
Olá, Dri,vou reformular. Os seguidores podem postar os comentários, pois não possuem a senha para a postagem. Porém deixei as postagem abertas para comentários. O nosso Blog, e falo nosso porque é de todos nós que alimentamos o interesse por essa Carreira, o nosso Blog, como dizia é bem democrático! Mantemos o compromisso de não apagar mensagens de ninguém, a menos que sejam ofensivas, grosseiras, que desrespeitem as normas do bom convívio, da gentileza, da fraternidade, digamos, republicana. Caso surjam tópicos distintos daqueles que já foram criados, e tomara que surjam, podemos pensar em uma idéia de disponibilizá-los, digo, transformar comentários em tópicos de postagem. Estou à sua disposição. Um grande abraço!
ResponderExcluir