Sejam Benvindos ao Blog Estudos Diplomáticos !

Este espaço foi criado para reunir conhecimentos acadêmicos e informações relacionadas ao Concurso para ingresso no Instituto Rio Branco.



quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Feliz 2011 !


O Blog entra em breve recesso. Volto em Fevereiro. Aproveitem as matérias postadas até aqui, pois são muitas. Feliz 2011 a todos. Antonio Carlos

sábado, 11 de dezembro de 2010

Novo livro!
















No dia 09 de dezembro, foi realizada a noite de autógrafos do meu novo livro, A REPÚBLICA NA PRAÇA: manifestações do jacobinismo popular em Minas Gerais (1893-1899). Acima, flagrantes da Palestra e dos autógrafos, em Auditório da UFMG.

domingo, 28 de novembro de 2010

Avizinha-se um Conselho de Segurança Reformado?



A Doutrina de Segurança Nacional Norte-Americana e as Prováveis implicações na Reforma do Conselho de Segurança da ONU.

A mudança pretendida pelo Presidente Barack Obama, onde os EUA não pretendem mais assumir sozinhos a segurança mundial parece refletir, mais que a crise, uma das mais tradicionais divisões da Política Externa Norte-Americana. Traduzida em termos de atuação no cenário internacional, os EUA se revezam entre a força e a não intervenção. Cabe lembrar, que em obra adotada no concurso de admissão ao CACD, a Profª Cristina Pecequilo refere-se a uma divisão entre os linhas-dura e os liberais, os realistas e os idealistas correspondente à classificação usual na política daquele país de falcões e pombas.
A prática da potência hegemônica, que é grosso modo a instrumentalização do seu acumulado histórico, tem a ver com as maneiras pelas quais o interesse está sendo perseguido, no que são aplicadas diferentes táticas, dependendo do local, tempo e circunstância, porém mantendo um certo padrão subjacente na definição desse interesse, que é variável e não modificado pelas demandas do contexto. Intervir em face dos interesses americanos,ou não, e em caso de intervenção, de que forma essa se dará? A base de elaboração para a perseguição desses interesses está localizada na tradição da nação americana. Assim seriam quatro as estratégias permanentes dos Estados Unidos: A liberdade dos mares, traduzida para o atual contexto, como a liberdade dos mares e dos ares; A abertura de portas, com vistas à expansão dos interesses comerciais; O controle dos fluxos financeiros, comerciais e monetários; e, A proteção doméstica do país, e a preservação do caráter específico de sua sociedade e política. É importante ainda acrescer, que ao longo da evolução da política externa norte-americana, três conjuntos de objetivos sempre estiveram presentes na agenda dos norte-americanos: 1. A garantia da paz e da prosperidade; 2. A manutenção da estabilidade e da segurança; 3. A promoção e a defesa da democracia. É bom lembrar que a Teoria da Estabilidade Democrática, construto teórico pelo qual os EUA tentam legitimar sua pretensão de intervir na política interna de diversos países, é na verdade uma variável contida na Teoria da Estabilidade Hegemônica. De onde somos conduzidos que aos Estados Unidos cabe o papel do hegemon, ou seja, aquele que dá as cartas do jogo. Em momentos de crise, inclusive. Obviamente, o Estado hegemônico exige o alinhamento às suas idéias e costuma jogar duro com os chamados Estados contestadores, como o Irã, o Iraque no passado, e alargando um pouco a noção de Estado Contestador, Cuba e o Afeganistão. Se em relação aos Instrumentos da Política Internacional, é ponto pacificado que na perspectiva realista, a força militar é apresentada como o único instrumento que realmente importa, fica também claro que em momentos de crise econômica, como o atual, seja normal os EUA tentar compartilhar o custo das operações com outros Estados. Ora, como existem diversos tratados de defesa regional onde os EUA estão presentes, fica também lógico que em cada região seja determinado um Estado-Chave, considerado por sua demografia, capacidade industrial, posicionamento geográfico, em suma, os aspectos tradicionalmente considerados em termos de Geopolítica, sejam designados pelo Departamento de Estado e Defesa esses “key-states”. Esse parece ser o caso da Índia, em sua região de influência. Porém, ao que parece, pelo peso dos seus “PIBs”, o que acaba sendo decisivo para o pertencimento definitivo no círculo (quase !) fechado dos membros permanentes do Conselho de Segurança, os candidatos pretendidos pelos americanos seriam a Alemanha e o Japão, e bastaria ver a quem os americanos constrangeram para reduzir custos da sua operação na Bósnia, ao pedir o patrocínio, por ocasião da “intervenção humanitária” levada a efeito na Guerra dos Balcãs. Caso o Brasil desponte nos próximos anos como uma economia forte, estabilizando-se como a quarta ou quinta economia mundiais, a própria lógica de legitimação do sistema, conhecido como estruturas hegemônicas de poder, conceito central nos escritos do Diplomata Samuel Pinheiro Guimarães (autor de outra importante obra adotada no CACD) atuará como força centrípeta a favor do Brasil, conduzindo-o, face aos seus méritos, ao assento definitivo no Conselho de Segurança reformado.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Novo Curso disponibilizado no Buzzero.com !



Olá, Caros Leitores. Conforme prometido, disponibilizei mediante Curso On-line no Buzzero.com, todo o meu banco de provas referente ao TPS de História Mundial. São 74 questões com o gabarito oficial do concurso, além de dicas específicas para o estudo de História Mundial (História Contemporânea) e roteiros de estudo para esta disciplina. Aproveitem essa oportunidade!Aguardo sua matrícula...




domingo, 14 de novembro de 2010

O Mundo necessita de um "novo Bretton Woods"?


Ficamos acostumados a comparar a crise de 1929 com a de 2008, um pouco sob o estímulo de jornalistas, editores e articulistas, estes - mesmo os de talento - por vezes sugados em meio ao turbilhão, compelidos ou mesmo pressionados a contribuir “em tempo real”, o que causa muitas vezes a tentação de produzir relações silogísticas, quase sempre apaixonadas (e quase nunca calcadas em consistente análise econômica) por comparações entre crises separadas por cerca de oitenta anos. Talvez, com o auxílio de alguns escritos do Paulo Roberto de Almeida, possamos iniciar nosso esclarecimento, a partir da dinâmica seguida pela crise de 1929.
Em 1929, a crise foi iniciada a partir dos EUA, tendo como processo associado o final da expansão continuada do pós-Primeira Guerra.

Até 1925 a especulação fora com terras, assumindo as ações em bolsa o objeto da especulação nos anos 1928-1929. A expansão monetária deu-se a partir de ações compradas na margem, com pico especulativo em setembro de 1929. Como sabemos, as quebras bancárias e o pânico financeiro ocorreram em outubro de 1929. À época, o emprestador de última instância foram as operações no mercado aberto do Federal Reserve de NY.
Em 2008, conforme logo ficou claro, o processo associado foi a exacerbação do crédito imobiliário, cuja propagação se deu via derivativos nos demais mercados. A especulação anterior, dessa vez não foram as terras (como nos anos 1920), mas as hipotecas subprime, derivativos e ativos financeiros (sobretudo ações) sobrevalorizados. A expansão monetária teve como instrumentos financeiros, ativos ultra-alavancados. O pico especulativo ocorreu entre os anos 2003-2007, por ( e isto é muito importante!...) um descuido ou se quisermos, um “cochilo” do Federal Reserve e das rating agencies, hipótese fundamentada, mas que em uma economia que acostumou a se auto-rotular como de risco “zero”, sempre se corre o risco de aparecer pintada como uma heresia a tentativa de comprovação. Então, ocorreram as quebras bancárias que assistimos nos EUA, a partir do segundo semestre de 2007, a setembro-outubro de 2008, com disseminação na Europa e Japão em 2008. Na crise de 2008, os emprestadores de última instância ( e isto também é muito importante!...) foram os bancos centrais dos principais países desenvolvidos, além dos países emergentes.
Ora, sabemos que foi através da entrada no primeiro grande conflito mundial, que os Estados Unidos foi alçado à condição real de grande potência. Até a Guerra, os EUA, apesar da sua grande capacidade industrial, era um país periférico e devedor em cerca de 17 Bilhões de Libras à Inglaterra. O final do conflito invertera o jogo a favor dos Norte-Americanos, fazendo destes os credores em 17 Bilhões, conforme os dados de Michel Beaud em sua 'História do Capitalismo'. A Guerra proporcionou aos EUA, essa ascensão, atrasando o caminho do “Estado Contestador” que era à época, a Alemanha do Kaiser. A Guerra deu expansão continuada, como dissemos acima aos EUA, até que a especulação envolvesse o agora principal centro do capitalismo em uma crise mundial, de efeitos catastróficos para uma geração inteira de norte-americanos. O Segundo Grande Conflito Mundial (1939-1945), apresentando mais uma vez a Alemanha como Estado Contestador, agora ao lado de potências vencedoras, mas insatisfeitas na I GM, como a Itália e o Japão, deu oportunidade aos EUA de reconstruir ao seu gosto, e logicamente ao seu favor, até por falta de outras opções exequíveis, a Ordem Econômica Mundial. O Sistema de Bretton Woods foi formado como um complexo de instituições, sistema que deveria seguir, nas palavras de Robert Gilpin, vários princípios fundamentais, entre eles, frisamos, estava a liberalização do comércio, liberdade para a movimentação de capitais, além de taxas de câmbio que deveriam ser fixas ou vinculadas, cujas mudanças de vulto deveriam ser objeto de consulta ao FMI. Faziam então parte do Sistema de Bretton Woods, dois regimes internacionais, encarnados em instituições. O já citado FMI, criado na intenção de administrar o sistema monetário internacional com base em taxas de câmbio fixas mas ajustáveis ( atuando ao lado do Banco Mundial, o BIRD ) e o acordo geral para tarifas e comércio (GATT), desenvolvido para gerir o sistema internacional de comércio. Como sabemos, intrínsecamente garantidor dessa ordem econômica, estava os Estados Unidos, com o seu dólar padrão-ouro. A não conversibilidade do dólar foi decretada pelo Governo Nixon, ainda em 1971. Não obstante, as máquinas da casa da moeda norte-americana trabalhem incessantemente, os EUA emitem títulos da dívida pública e continuam a ser financiados pelo exterior. A OMC, surgiu a partir da Rodada Uruguai do GATT, em 1995. Pensando bem, então, diríamos que Bretton Woods já foi bastante reformado, e que a auto-confiança norte-americana, ao lado de uma boa dose de irresponsabilidade de algumas de suas instituições oficiais e oficiosas ajudaram a causar a bolha especulativa e o terror financeiro. E como era de se esperar, os Bancos Centrais das Economias Desenvolvidas, mas também as emergentes lastrearam o esboço de recuperação econômica a nível mundial. Seriam então as auditorias sobre a maior economia do mundo que deveriam se tornar o maior foco da continuidade de uma reforma do Sistema, que entendemos, já vem sendo realizada há algumas décadas.
(Na foto acima, detalhe da Conferência de Bretton Woods, 1944)

domingo, 7 de novembro de 2010

A Guerra Cambial e Outros Assuntos



O primeiro aspecto que nos parece relevante é a questão como está organizada a ordem econômica mundial, bem como dos aportes que ainda subsistem do chamado Sistema de Bretton Woods (SBW), pois entendemos que a atual guerra cambial – enquanto parte do chamado “pacote macroeconômico” não possui uma explicação que prescinda das políticas monetária (que envolvem taxas de juros) e fiscal (que envolvem gastos públicos e protecionismo econômico).
Sabemos que o SBW foi estabelecido em 1944, erigido na Conferência de Bretton Woods (EUA), na qual foi refletido o pensamento americano e britânico sobre a ordem econômica mundial. As instituições que formaram o SBW compunham dois regimes, ou regras, internacionais que foram particularmente importantes para o êxito da economia internacional: o Fundo Monetário Internacional (FMI) administrador do sistema monetário internacional, erigido com base em taxas de câmbio fixas, mas ajustáveis e o Acordo Geral de Tarifas de Comércio (GATT), desenvolvido para gerir o sistema internacional de comércio. É preciso lembrar que o pequeno número de agentes envolvidos na formulação do SBW em grande medida explicou o extraordinário êxito da Conferência (em acentuado contraste com os esforços posteriores na busca de regras comuns de gestão da economia mundial – na verdade é preciso que se diga que haviam certas divergências entre negociadores britânicos e americanos), devemos também lembrar que à medida que este número de países abrangidos foi aumentando, o regime de comércio ficou mais difícil de ser manejado. O SBW previa um sistema monetário internacional de taxas fixas e devia proporcionar reservas monetárias em quantidades suficientes para permitir aos governos dos países membros manter as taxas de câmbio de suas moedas em valores predeterminados. Aliás, foi para isso que o FMI foi criado: para resolver este problema valendo-se das contribuições dos países membros, e oferecendo créditos em reserva a Estados com problemas de pagamentos internacionais. O sistema monetário então criado, deveria atrelar as políticas monetárias de seus membros a determinado padrão, para prevenir inflação ou desvalorização em escala global. Em termos doutrinários, a estabilização de um sistema monetário pode ser obtida mediante: 1) A vinculação de todas as moedas a um ativo “não-monetário” (sendo o ouro o mais indicado); 2) Pela coordenação das políticas monetárias nacionais; ou, 3) Seguindo-se um líder cujo histórico de políticas indique que ele proporcionará o grau desejado de estabilidade econômica no futuro. Ora, os três métodos foram usados nos primeiros anos do pós-guerra, o que vale dizer que: A) as políticas monetárias dos Estados membros foram atreladas mediante a vinculação de todas as moedas ao dólar; B)Por sua vez o dólar era vinculado ao ouro; e, C)As grandes potências passaram a coordenar informalmente suas políticas econômicas. É preciso ainda que se diga que este sistema monetário funcionou de forma extraordináriamente bem-sucedida até o início da década de 1970. Era um sistema totalmente diferente, fosse do compromisso rígido do padrão-ouro, do fim do século XIX, ou da anarquia monetária da década de 1930, quando os governos tinham demasiada liberdade para empreender desvalorizações competitivas. Pela altura da Guerra do Vietnã, na década de 1960, os EUA haviam deixado de promover uma política de estabilidade de preços, e a aceleração da inflação causada pela guerra acabou por levar ao abandono do sistema de taxas fixas por parte do Governo Nixon, em agosto de 1971. Ainda assim, os EUA e o dólar continuavam sendo elementos centrais do sistema. No fim da década de 1960, a Grã-Bretanha recuou da sua condição de principal parceira dos EUA, e principal esteio do dólar, sendo substituída pela Alemanha, que apoiou a hegemonia americana, acumulando dólares e comprando títulos do governo americano. No entanto, recusando-se a apoiar as políticas econômicas do presidente Carter, os alemães proporcionaram nova ruptura no sistema, juntando-se aos franceses no patrocínio – e isto é muito importante para a nossa discussão ! – do sistema monetário europeu. A criação desta “Zona de Estabilidade” na Europa Ocidental foi a primeira de muitas tentativas de isolar as economias européias das violentas flutuações do dólar. É claro que na década de 1980, como sabemos, os alemães foram substituídos pelos japoneses, que através de seus investimentos nos EUA, deram a necessária sustentação financeira às políticas econômicas e militares de Ronald Reagan. É preciso ainda que se diga que o sistema de regras monetárias internacionais estabelecido em Bretton Woods foi substituído por um acordo político incerto alcançado pelas potências econômicas dominantes, e gerido por seus bancos centrais, cada vez mais independentes dos seus governos, naquele que viria mais adiante ficar conhecido como sistema de “Faixa de Referência”, baseado nos esforços cooperativos ( ou nem tanto!), das principais potências econômicas para estabilizar os valores das divisas e as relações monetárias internacionais. De lá para cá, temos um aumento substancial da interdependência econômica ( de profundo impacto nas políticas econômicas internas), pois a interdependência reduziu consideravelmente a capacidade de levar a efeito políticas de pleno emprego, reduzindo nos países o consenso interno de apoio a uma economia mundial aberta (outro ponto capital da nossa discussão!). Lembramos que a ordem comercial materializada institucionalmente no antigo GATT, e após a sua Rodada Uruguai, na atual OMC, é a outra vertente da ordem econômica mundial, vale dizer a bússola da sua ordem comercial, com já nos referimos acima. De tudo aquilo explanado até o presente momento, parece ficar claro alguns pontos fortes que ajudarão na nossa problematização:
1. Que o sistema erigido para solucionar problemas monetários e fluxos comerciais, que são mundiais, não serão substituídos dada a atual interdependência, a não ser imperfeitamente, pela criação de zonas de estabilidade ou acordos comerciais limitados a blocos regionais, e basta recordar o quanto a “Zona do Euro” ficou desestabilizada com a crise brotada a partir dos EUA, em 2008.
2. Que em face do pressuposto acima e baseando-se na soberania devida a cada Estado no cenário mundial, acordos de estabilização monetária passam por instrumentos de política macroeconômica nacionais, que como sabemos são as políticas fiscais, monetárias e cambiais-comerciais, e que encontram sua contrapartida em termos de economia do setor externo – e em última instância na Ordem Econômica Mundial - na Balança de Pagamentos, que como se sabe é a forma padronizada pelo FMI, e adotada em grande parte do mundo para a contabilização das transações Internacionais. Ora, também é sabido que a Balança comercial registra as exportações e as importações pelo seu valor FOB (free on board), significando que a mercadoria é contabilizada pelo seu valor de embarque no país de origem, antes de acontecer o transporte, o que digamos faz com que o câmbio assuma doravante um papel fundamental na competitividade dos produtos no plano internacional. Atentemos para o fato que o principal instrumento da política monetária é a taxa de juros, sendo seu objetivo primordial, a inflação baixa. A política cambial envolverá as ações que afetam a taxa de câmbio e a política comercial tratará dos incentivos ( e em alguns casos dos desestímulos) às importações, o que pode ocorrer por meio de alterações nas tarifas, no crédito ou via cotas. É preciso ainda que se diga, em contra argumentação aos que reclamam do gasto público, que se este tem valor fixado por critérios políticos e não econômicos – e desde que o Estado não seja ineficiente – tal gasto poderá ser contabilizado em benefício da otimização de suas ações no paradigma do Estado Logístico (que cria parcerias com as empresas nacionais privadas e lhes proporciona suporte institucional de governo para a disputa no mercado externo, bem como a manutenção do mercado interno, enquanto bens públicos, pesquisas estratégicas, etc...). O gasto público seria então, mais uma rubrica na equação da demanda agregada (Y=C+I+G+X-M). Notemos, diante do que foi colocado acima, que os EUA, enquanto partidários do Estado Logístico, têm um déficit público enorme (G>T), porém financiado externa e historicamente, como também colocado acima, respectivamente por britânicos, alemães e japoneses.

domingo, 31 de outubro de 2010

Em breve mais um curso! Questões de História Mundial.


Todas questões de História Mundial do TPS reunidas em um único local... Uma centena de questões que foram objeto de cobrança, entre 2003 e 2010, com gabarito, dicas de otimização de estudo e roteiros...que serão disponibilizados no Buzzero.com

Língua Portuguesa: 10. Sintaxe de Regência

Abaixo encontra-se reproduzido o item 1. do Programa de Português do CAD. Os tópicos que o compõem, são exigidos de forma direta na 1ª Fase do Concurso ao IRBr (TPS), e de forma indireta na primeira prova da 2ª Fase. Eles são o objeto principal das nossas postagens sob a rubrica Língua Portuguesa.

1. Língua Portuguesa: modalidade culta usada contemporaneamente no Brasil.
1.1 Sistema gráfico: ortografia, acentuação e pontuação; legibilidade.
1.2 Morfossintaxe.
1.3 Semântica.
1.4 Vocabulário.

Acompanhe mais esta boa vídeo-aula. SINTAXE DE REGÊNCIA

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Novo Curso Disponibilizado !



Olá, Pessoal. Disponibilizei novo curso no site Buzzero (http://buzzero.com/). Agora são dois cursos à disposição de todos, para alavancar o aproveitamento, rumo ao CACD.


Matricule-se hoje mesmo. O acesso ao material é imediato ! É só entrar no site buzzero.com e clicar na opção vestibulares e concursos ( O curso está na Seção Concursos)

domingo, 10 de outubro de 2010

História do Brasil: 4. Histórias do Poder, Administração Pública e a Política

Administração Pública e a Política, 1900 - 2000. Este é o quarto de uma série de cinco vídeos.


sábado, 9 de outubro de 2010

Cursos pela INTERNET!




O Blog Estudos Diplomáticos começou a oferecer cursos pela Internet. A grande diferença que separam as ofertas que normalmente nos chegam, é o preço e a facilidade. Visitem o BUZZERO.COM, onde os nossos cursos ficarão hospedados. No momento operamos com o estudo do livro " Por uma outra globalização", do Milton Santos. Logo postaremos outros.
O endereço eletrônico é http://www.buzzero.com/
utilize o menu concursos

sábado, 2 de outubro de 2010

História do Brasil: 3. Histórias do Poder, Militares, Imprensa e Igreja

Militares, Imprensa e Igreja, 1900 - 2000. Este é o terceiro de uma série de cinco vídeos.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pequena Prorrogação no Prazo!

Olá, Caros Leitores. Consegui um pequeno adiamento no prazo para entrada em vigor da nova sistemática do Blog. Dessa forma, nas três próximas semanas, o acesso ao Blog continuará como antes, livre. Sugiro que aproveitem esse tempo para associar-se. Aproveitando para esboçar a nova sistemática:
1. Haverão novos parceiros, pois ando meio sem tempo em face de tantas atividades;
2. O Blog Estudos Diplomáticos continua voltado para o CACD, e especificamente para o nível de questões que costumam ser objeto do TPS;
3. O acesso será mediante senha. O sistema reconhecerá como válidas as senhas dos atuais seguidores pelo prazo de seis meses, então para aqueles já associados, quando da implantação da nova sistemática, seis meses ficarão grátis;
4. Novos seguidores, com a sistemática a ser implantada deverão desembolsar, ou se preferirem deverão "investir" uma pequena quantia, pagamento que dará acesso ao Blog por seis meses qual contará com novos parceiros e muito mais suporte;
5. Serão disponibilizados simulados com nosso Banco de Provas, ou seja, as questões de todas as provas do TPS, de 2.003 em diante serão aqui abordadas; e,
6. Tão importante quanto o que foi adiantado acima, serão oferecidos cursos específicos, contratados à parte. Porém, adianto, os preços serão bem modestos, e sem perder a qualidade.

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Nova Sistemática no Blog

AVISO IMPORTANTE!
Olá, Caros Leitores. O Blog passará em breve por mudanças. O acesso às nossas matérias será realizado mediante o uso da senha do leitor, aquela mesma que é utilizada por ocasião da postagem dos comentários. Até o dia 26 de setembro, ainda será possível associar-se como seguidor-leitor do Blog, sem custos. Após, essa data, a seguir o cronograma das mudanças, leitores não cadastrados não mais terão acesso às nossas matérias. Caso deseje continuar acessando o material do Blog, realize seu cadastro como seguidor, fazendo constar seu nome do quadro de seguidores que figura na coluna direita do nosso Blog.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

História do Brasil: 2. Histórias do Poder, A Batalha pelo Voto

A Batalha pelo Voto, 1900 - 2000. Este é o segundo de uma série de cinco vídeos.


domingo, 19 de setembro de 2010

História do Brasil: 1. Alianças, Partidos e Frentes

Alianças, Partidos e Frentes, 1900 - 2000. Este é o primeiro de uma série de cinco vídeos.


sábado, 18 de setembro de 2010

Língua Portuguesa: 9. As Orações Subordinadas Adverbiais

Reproduzo abaixo o item 1. do Programa de Português do CAD. Como temos divulgado, os tópicos que o compõem, são exigidos de forma direta na 1ª Fase do Concurso ao IRBr (TPS), e de forma indireta na primeira prova da 2ª Fase. Eles são o objeto principal das nossas postagens sob a rubrica Língua Portuguesa.

1. Língua Portuguesa: modalidade culta usada contemporaneamente no Brasil.
1.1 Sistema gráfico: ortografia, acentuação e pontuação; legibilidade.
1.2 Morfossintaxe.
1.3 Semântica.
1.4 Vocabulário.

Acompanhe mais esta vídeo-aula. O Período Composto: As Orações Subordinadas Adverbiais.


sábado, 11 de setembro de 2010

Geografia: Uma Visão Geral da Eficiência Energética no Mundo

Buscando ampliar sua inserção social por meio de iniciativas culturais, a CPFL Energia instituiu, em 2003, a CPFL Cultura, um amplo programa cultural que promove reflexões sobre os desafios e oportunidades da contemporaneidade. Grandes Temas e Convidados Ilustrem cumprem com brilhantismo os objetivos dessa edificante iniciativa. O vídeo que vocês assistirão a seguir, é parte desse programa. Nossa postagem é um presente do Blog Estudos Diplomáticos para a sua noite de Sábado, ou quem sabe, a sua tarde de Domingo. A todos um bom final de semana. O Editor.


Uma Visão Geral da Eficiência Energética no Mundo - Parte I






Uma Visão Geral da Eficiência Energética no Mundo - Parte II




sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Noções de Economia: Respostas às Questões Propostas no Estudo Dirigido



Respostas ao Estudo Dirigido de Noções de Economia

1) Os dados abaixo foram retirados dos indicadores de contas nacionais trimestrais do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Eles retratam a situação brasileira em 2004.

Contas Nacionais – BRASIL (2004) – R$ Milhões
Produto Interno Bruto: ?
Consumo das Famílias 975.245
Consumo do Governo 332.332
Investimentos 376.573
Exportações 318.387
Importações 235.917


De acordo com o quadro acima, qual o valor do PIB Brasileiro ?

Observados os valores do quadro acima, o PIB brasileiro foi de R$ 1.766.621 Milhões.

2. Os Estados Unidos da América apresentaram os seguintes valores para sua economia em 2001 (dados em US$ Bilhões):

Produto Interno Bruto: Y

Consumo das Famílias: 6.978
Consumo do Governo: 1.858
Investimentos: 1.586
Gastos líquidos no setor externo: -349

Com base nos dados acima, pede-se o seguinte:

a) Qual o valor do PIB (Y) norte-americano?

O valor do PIB Norte-americano, tomando-se os dados acima, será o resultado da expressão y = c + i + g + x – m considerada como a principal expressão existente na literatura macroeconômica. Então ficou muito fácil:

y = c + i + g + x – m
y = 6.978 + 1858 + 1586 – 349
y = 10.073.

Logo, o PIB norte-americano foi de 10.073 U$ Bilhões.

b) O que significa o valor negativo da conta Gastos Líquidos do Setor Externo?

Os gastos líquidos no setor externo é a diferença entre as exportações (x) e as importações (m). Ora, se a conta fica negativa, e indicativo que as importações (m) superaram as exportações (x).

c) Lembrando que o investimento global é financiado pelas poupanças privada, pública ou externa, conforme a expressão I= S + (T-G) + (M-X)

E sabendo que os EUA têm um déficit público enorme (G>T), como o investimento está sendo financiado?

Como já nos informaram que o valor das importações é maior que o das exportações e os gastos públicos são superiores ao que se arrecada (G > T), teremos a poupança privada como a financiadora, juntamente com a poupança externa (a diferença entre importações e exportações), pois as importações representam como se sabe, recursos reais que entram no país, como máquinas e equipamentos.

3. Pesquise a taxa de câmbio em relação ao euro. Um euro vale quantos reais?

a) Suponha que você esteja de férias em Paris e lá uma lata de coca-cola custa 3 euros. Você possui R$31,00. Considerando que não há taxas nas conversões de moeda, quantas latas de coca-cola você poderá comprar?

Suponhamos o Euro a 2,5698. Então, R$31,00 equivalem a 12,06 euros. Sem taxas de conversões, teríamos o poder de compra de 4 latas.

b) Se acontecer algo no Brasil que desvalorize abruptamente o real, você conseguirá comprar mais ou menos latas de coca-cola em Paris?

Compraria menos latinhas, pois a desvalorização cambial corresponde a uma perda do poder de compra da moeda nacional.

4. Suponha o seguinte Balanço de Pagamentos hipotético:

Balanço de Pagamentos – US$ milhões

BALANÇA COMERCIAL (BC)
Exportações: 60.362
Importações: 51.216
Serviços: -5.038
Rendas: -18.191
Transferências Unilaterais: 2.390


TRANSAÇÕES CORRENTES (TC)
Conta Capital e Financeira: 8.808
Erros e Omissões: -813


RESULTADO DO BALANÇO (BP)



Com base nos dados apresentados, responda as seguintes questões:

a) Qual o valor, em milhões de dólares, da Balança Comercial – BC, do saldo em Transações Correntes – TC e do resultado do balanço de pagamentos – BP ?


A Balança Comercial conforme estudamos, registra as exportações e as importações pelo seu valor FOB. As exportações são contabilizadas como receitas, e as importações, como despesas. Logo teremos 60.362 – 51.216 = 9.146 US $ Milhões. Já a conta Transações Correntes é a soma da Balança Comercial, de Serviços, de Rendas e das Transferências Unilaterais. Então como sabemos, o saldo da Balança Comercial foi de 9.146 US $ Milhões, somaremos a esse valor, os Serviços (-5.038. Essa conta registra todos os serviços pagos ou recebidos pelo país, como viagens internacionais, fretes, manutenção de embaixadas... Entradas serão contabilizadas com sinal positivo, portanto saída de divisas serão marcadas com sinal negativo. Essa é a metodologia criada pelo FMI e divulgada na 5ª ed. Do Manual de Balanço de Pagamentos daquele Fundo), de Rendas (-18.191. Esse valor exprime as remunerações do fator trabalho – salários - , assim como as remunerações dos investimentos, como juros, lucros e dividendos), e por fim, somamos as Transferências Unilaterais (2.390. Como se sabe, esse valor exprime transações que não criam contrapartidas. Para exemplificar, temos remessas de dinheiro de não-residentes, donativos, auxílios a instituições beneficentes ou religiosas, etc...). Bastará fazer o cálculo. O saldo em Transações Correntes será – 11.693.

b) O saldo em Transações Correntes apresentou sinal positivo ou negativo? O que isso significa?

Como vimos acima, o Saldo em Transações Correntes, também chamado de Poupança Externa, foi negativo. Isso significa que estamos absorvendo recursos reais, ou não financeiros, do resto do mundo. Lembremos que o fato do País apresentar superávit em Transações Correntes é importante, por inspirar confiança no mercado internacional, facilitando a obtenção de créditos. Com o saldo de Transações Correntes em negativo, conforme o caso hipotético acima, o país fica vulnerável a crises cambiais e suscetível a desvalorizações da moeda nacional.

c) O resultado do Balanço de Pagamento apresentou sinal positivo ou negativo? Como isso pode ser resolvido?
Apresentou sinal negativo. A metodologia foi somar a Conta Transações Correntes (-11.693), com a Conta Capital e Financeira (que nos foi dada como sendo 8.808) e os Erros e Omissões ( que sabemos foi de – 813 ). Então o resultado do Balanço de Pagamento foi de - 3.698 US $ Milhões. Sinal Negativo como vimos. Os economistas recomendam para casos assim, algumas medidas para corrigir o desequilíbrio. O País pode usar as reservas de ouro ou moeda acumuladas em períodos anteriores, e pode pedir empréstimos para cobrir o rombo. Caso não consiga as opções anteriores, deixará de pagar os compromissos externos, declarando moratória. Assim, os pagamentos não realizados passam a constituir os atrasados comerciais.


Certamente o pessoal inscrito não encontrou dificuldades em realizar estes exercícios. Porventura existam dúvidas da parte dos inscritos neste ED de Noções de Economia, poderemos trocar informações pelo e-mail estudosdiplomaticos@gmail.com

terça-feira, 7 de setembro de 2010

07 de setembro


No dia 7 de setembro, o Príncipe Dom Pedro, na qualidade de Regente do então Reino Unido a Portugal, resolveu tomar uma decisão que vinha postergando já há certo tempo. É verdade que Dom Pedro não reunia exatamente as qualidades que se esperavam em um Estadista, ainda mais para ser fundador de uma Nação. Em uma época que produzira o Iluminismo, seria Dom Pedro, tomados os parâmetros daquele momento histórico, um homem de "poucas letras". Além disto, o jovem príncipe era dado a certas boemias e tinha gosto por aventuras amorosas... No entanto, possuía nosso personagem histórico a coragem moral para certas atitudes. Uma delas, foi romper os laços de dependência política que uniam o Reino do Brasil a Portugal. Com mentores de elevada capacidade ele podia contar: José Bonifácio, e sua princesa, oriunda da nobreza austríaca, onde as mulheres já eram capacitadas para atuar nos aparelhos do Estado, como peças dirigentes. Já possuíamos o potencial requerido para sermos uma Nação, e bastava apenas um gesto simbólico. Ao contrário daquilo que muitos defendem, talvez por baixa estima, ou quem sabe por entendimento da História como um distorcido processo mecânico-silogístico (" O Brasil pagou indenização a Portugal, Logo... a nossa independência foi comprada...), houve luta, e independente da forma como essa ocorreu, ou ainda da disposição de Portugal em engajar-se verdadeiramente no conflito, a independência foi conquistada pela população, transformada em milícia armada, a unir esforços ao pequeno contingente de tropa paga e profissional então disponível. A nossa independência foi conquistada, mas continua a ser mantida, por todos os brasileiros, homens e mulheres que com o seu trabalho profícuo e edificante, mantém nosso País, apesar de tantas dificuldades, próspero e unido. Que Deus nos abençoe!

sábado, 4 de setembro de 2010

Política Internacional: Livros da Bibliografia. O Desafio do Capitalismo Global: a economia mundial no século XXI - II


Observe o seguinte trecho: "Para os críticos da crescente globalização do mundo, a industrialização da Ásia do Pacífico e de outras economias em desenvolvimento ameaça redundar numa 'chinesação' dos padrões de vida ocidental". Tendo em vista o comentário acima estar relacionado com o acelerado índice de crescimento econômico e de industrialização experimentado por alguns PMDs, contextualize a declaração supra, extraída da obra em estudo.

domingo, 29 de agosto de 2010

Língua Portuguesa: 8. Período Composto

Abaixo encontra-se reproduzido o item 1. do Programa de Português do CAD. Exigido de forma direta na 1ª Fase do Concurso ao IRBr (TPS), e de forma indireta na primeira prova da 2ª Fase, ele é o objeto principal das nossas postagens sob a rubrica Língua Portuguesa.

1. Língua Portuguesa: modalidade culta usada contemporaneamente no Brasil.
1.1 Sistema gráfico: ortografia, acentuação e pontuação; legibilidade.
1.2 Morfossintaxe.
1.3 Semântica.
1.4 Vocabulário.


Acompanhe esta boa vídeo-aula. O Período Composto: 1. Orações Subordinadas Adjetivas; 2. Diferenças semânticas entre as orações subordinadas adjetivas; 3. Funções sintáticas dos pronomes relativos nas orações adjetivas; 4. Diferença entre a conjunção integrante e o pronome relativo.



sábado, 28 de agosto de 2010

Política Internacional: Livros da Bibliografia. O Desafio do Capitalismo Global: a economia mundial no século XXI


Quando se trata de fazer referências à globalização corporativa, promovida pelas corporações multinacionais (CMNs), logo surge a discussão sobre os investimentos diretos estrangeiros (IDEs). Comente a seguinte frase, de Robert Gilpin, "Quando se fala de globalização corporativa, são poucos os países efetivamente envolvidos"

Língua Portuguesa.

Língua Portuguesa

De forma reiterada, tenho alertado que o Blog Estudos Diplomáticos apesar de assumir o compromisso de oferecer subsídios voltados à conquista da “nota de corte” do Teste de Pré-Seleção, que é a primeira fase do Concurso de Admissão, não possui a pretensão de fazer o papel normalmente ocupado pelos “cursinhos”. A propósito: os cursinhos preparatórios seriam mesmo indispensáveis? Fica a pergunta. Nossa opinião parte do princípio que todos os candidatos ao IRBr, por pré-requisito existente no edital do concurso, possuem algum curso superior. Ora, o concludente de um curso superior, qualquer que seja o curso, deve possuir necessariamente, a capacidade básica de decodificar materiais impressos , pois como sabemos, o papel do professor universitário, consiste basicamente em “facilitar” o processo de conhecimento por parte do aluno. Então nossa posição seria que, uma vez de posse dos materiais, impressos ou em mídia, o candidato poderá estudar e alcançar, com esforço, esteja claro, um bom aproveitamento. Restaria ainda a necessidade de um espaço de interação. Neste aspecto, este Blog fica a desejar, pois seria interessante que os leitores expusessem sua opinião – e nossos visitantes são muitos, assim como é numerosa a nossa lista de leitores. Aproveitamos então para fazer o convite, renovado sempre, de participação. Isto é fundamental para quem se prepara. Tendo em vista a importância ocupada pela prova de Português na primeira fase, programei uma série de postagens, algumas das quais já estão disponibilizadas neste Blog, bastando acessar aquelas com marcadores língua portuguesa. As novas vídeo-aulas de Gramática, tentam responder pelo item 1. do Programa de Português. Conseguir material de bom nível e digitalizado, não é tarefa fácil. Às vezes relutamos em disponibilizar vídeo-aulas direcionadas para exames vestibulares, porém creio ser um mero preconceito, haja visto as mesmas possuírem aceitação testada e de comprovada eficiência. Tudo o mais é propaganda, misticismo daqueles que montam cursinhos preparatórios ou mero fetiche dos que ainda pensam que buscar preparação em cursinhos, via de regra muito caros, seja o único caminho para a aprovação. É a nossa opinião!
Face a esta exposição de motivos, e com vistas ao programa abaixo, continuarei a postar novas vídeo-aulas para o estudo da Gramática, basicamente a Morfossintaxe e a Semântica, em 16 lições, que contarão com questões objetivas, algumas procedentes do CESPE, organizador do concurso ao IRBr. Pretendemos ainda disponibilizar um curso de Redação, em 12 vídeo-aulas.
Lembro que postagens anteriores contemplaram um curso completo de Gramática, o qual poderá ser acessado pelo marcador vídeo-aulas português. Segue o programa de Língua Portuguesa do concurso, excluídos os livros de leitura obrigatória:

Programa (Primeira e Segunda Fases):
1. Língua Portuguesa: modalidade culta usada contemporaneamente no Brasil.
1.1 Sistema gráfico: ortografia, acentuação e pontuação; legibilidade.
1.2 Morfossintaxe.
1.3 Semântica.
1.4 Vocabulário.

2. Leitura e produção de textos.
2.1 Compreensão, interpretação e análise crítica de textos em língua portuguesa.
2.2 Conhecimentos de Linguística, Literatura e Estilística: funções da linguagem; níveis de linguagem; variação linguística; gêneros e estilos textuais; textos literários e não literários; denotação e conotação; figuras de linguagem; estrutura textual.
2.3 Redação de textos dissertativos dotados de fundamentação conceitual e factual, consistência argumentativa, progressão temática e referencial, coerência, objetividade, precisão, clareza, concisão, coesão textual e correção gramatical.
2.3.1 Defeitos de conteúdo: descontextualização, generalização, simplismo, obviedade, paráfrase, cópia, tautologia, contradição.
2.3.2 Vícios de linguagem e estilo: ruptura de registro linguístico, coloquialismo,
barbarismo, anacronismo, rebuscamento, redundância e linguagem estereotipada.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Política Internacional: O Desafio do Capitalismo Global: a economia mundial no século XXI


Existe algo mais dinâmico e atual que temas como os acordos regionais de comércio? Ou as corporações internacionais ? O que seriam as "Moss"? Existe uma relação direta entre a nova economia americana e a redescoberta da "asiaticidade" japonesa? O que se pode esperar das relações entre a UE e o NAFTA? E destas com o Mercosul ? Estas e muitas outras questões podem ser respondidas com muita propriedade mediante a leitura atenta desta boa obra selecionada das indicações sugeridas na bibliografia do CACD. O Desafio do Capitalismo Global: a economia mundial no século XXI. Rio de Janeiro: Record, 2004, da lavra de Robert Gilpin. Após as postagens de "Quinhentos Anos de Periferia", "O Desafio do Capitalismo Global" passa a ser o nosso companheiro de viagem, o nosso "livro de cabeceira". Postarei sínteses, mas também, "provocações....".

domingo, 22 de agosto de 2010

Política Internacional: (Sínteses de Livros da Bibliografia do CAD) QUINHENTOS ANOS DE PERIFERIA (Parte XI - Final.)


(Continuação...)

As políticas neoliberais e a redução da regulamentação dos mercados e da atividade econômica em geral, de um lado aceleram a deterioração do meio ambiente e o esgotamento de recursos naturais, em especial na periferia e, de outro, permitem a concentração do capital em cada mercado, através de fusões e aquisições, e o acumulam, cada vez mais, nos países centrais em relação à periferia. A desregulamentação, em especial das atividades financeiras, globalizou os mercados de capitais. As políticas econômicas recessivas no centro, aponta o autor, combinadas com as políticas de crescimento econômico na periferia, baseadas na atração da poupança externa, na abertura comercial e financeira e no endividamento externo agressivo, acabam por gerar a necessidade de políticas de juros altos na periferia. Criam-se dessa forma, as condições para a circulação de capitais especulativos de um mercado periférico para o outro, os quais permitem, inicialmente, uma temporária e artificial estabilidade de preços, à custa do déficit comercial e do financiamento do déficit público, seguida pela necessidade de realização de lucros que leva à crise cambial e econômica, à desestruturação da economia, ao retrocesso do nível de vida da população e ao agravamento da concentração de renda e das disparidades sociais. É preciso ainda esclarecer, anotou Samuel Pinheiro, a disposição revelada na firme oposição a qualquer iniciativa de regulamentação dos mercados de capitais, dado os capitais especulativos serem originários via de regra, do centro das estruturas hegemônicas. Os capitais são especulativos, frisa o autor, devido às políticas econômicas, e não a despeito das políticas econômicas exercidas pelos governos dos países centrais e da periferia: assim, propostas de regulamentação internacional de fluxos de capitais para controlar sua volatilidade, mesmo quando tecnicamente viáveis, seriam demonstrações de ingenuidade política e desconhecimento da natureza essencial desses fluxos.
Ainda importante seria acrescer algo sobre a questão do meio ambiente e a noção de desenvolvimento sustentável. Na opinião de Samuel Pinheiro Guimarães, a deterioração do meio ambiente e a crescente escassez de recursos naturais, em especial a água e, em breve, o petróleo, levam à convicção de ser impossível reproduzir na periferia os atuais padrões de consumo do centro. Esta convicção está, de acordo com o autor, por trás da ideologia do Desenvolvimento Sustentável que, em primeiro lugar, teria por tarefa desviar a atenção da opinião pública da necessidade e da obrigação dos países centrais de reduzir o extremo desperdício de seus elevados padrões de consumo de recursos e de poluição e, assim, permitir ao centro mantê-los. A ideologia do Desenvolvimento Sustentável, recomenda implicitamente que a periferia deva contentar-se em permanecer em seus atuais baixos padrões de consumo, além de encetar a tarefa paradoxal e dificílima de imaginar e executar estratégias de ‘desenvolvimento sustentável’ , o que exigiria a intervenção do Estado em ambientes políticos nacionais e internacionais nos quais predominam o pensamento econômico liberal. Ficam gerados, dessa forma, segundo o autor, um preconceito anti-industrial nos Estados da periferia, que contribui para fortalecer indiretamente as estratégias que insistem em fundamentar o desenvolvimento em vantagens comparativas estáticas, com base na dotação de recursos naturais, com efeitos óbvios sobre as possibilidades de desenvolvimento a longo prazo. Se há por um lado uma advocacia dos países do centro na defesa da ampla liberdade para as “forças do mercado”, encontrando-se no centro da questão a redução do papel regulamentador do Estado, existe por outro lado uma forte pressão do centro para que sejam adotadas na periferia, políticas eficazes de desenvolvimento sustentável, onde integram o repertório do centro, as ameaças de sanções e restrições ao comércio de bens produzidos de forma “agressiva” ao meio ambiente , através de cláusulas ambientais, aplicadas unilateralmente, ou através da OMC.


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Este livro do Diplomata SAMUEL PINHEIRO GUIMARÃES, editado pela Contraponto, em parceria com a Editora da UFRGs, é leitura altamente recomendada para o concurso de admissão ao IRBr, presente nos editais do mesmo já há alguns anos, motivo pelo qual reproduzimos as sínteses aqui postadas, na intenção de balizar aos colegas que venham a se dispor à leitura de primeira mão.

sábado, 21 de agosto de 2010

Língua Portuguesa: 7. Período Composto


Abaixo encontramos o item 1. do Programa de Português do CAD. Exigido de forma direta na 1ª Fase do Concurso ao IRBr (TPS), e de forma indireta na primeira prova da 2ª Fase, ele é o objeto principal das nossas postagens sob a rubrica Língua Portuguesa.
1. Língua Portuguesa: modalidade culta usada contemporaneamente no Brasil.
1.1 Sistema gráfico: ortografia, acentuação e pontuação; legibilidade.
1.2 Morfossintaxe.
1.3 Semântica.
1.4 Vocabulário.


Período Composto.1. Introdução ao estudo do Período Composto: Orações Subordinadas e Orações Coordenadas. 2. Orações Subordinadas Substantivas.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

História Mundial: Algumas consequências da II Guerra Mundial para as Relações Internacionais do Século XX





Algumas Consequências da II Guerra Mundial para as Relações Internacionais do Séc XX


Antonio Carlos Figueiredo

Um ligeiro esboço das condições que tornaram possíveis a emergência da II Guerra Mundial nos ajuda a pensar, a partir do núcleo duro das causas centrais daquele grande conflito, o arsenal de instituições das quais a comunidade de nações se armou a partir de 1945. Nossa estratégia então será pensar na gênese das instituições criadas após 1945, com o objetivo de modelar o mundo quanto à segurança coletiva, à ordem econômica, mas também sob aspectos voltados à cooperação internacional. Talvez um bom começo passe pelas deficiências demonstradas pela Sociedade ou Liga das Nações. Da sua fragilidade, pela não participação dos Estados Unidos da América, recolhidos ao isolacionismo sobretudo quando se tratasse de problemas europeus, e da União Soviética – até 1934 – voltada para si mesma no intuito de consolidar o socialismo – ao mesmo tempo em que geria a III Internacional – foi tornado possível a Hitler, na Europa, a Mussolini, no Adriático, e à casta militar japonesa sob Hiroíto, atuarem livremente, à revelia e mesmo fazendo uso de expedientes da Liga, como fez Hitler, ao retirar-se de uma Conferência de desarmamento promovida em 1933, e culpando por isso, naturalmente, a França, então envolvida em um ambicioso programa de rearmamento. Tentou Hitler tornar legítimo o rearmamento alemão em 1934, preparando a Alemanha para uma guerra que, assim esperava, deveria ocorrer a partir de 1940, e que, também assim esperava, deveria dar a vitória à Alemanha ainda antes do término de 1942.
Foi da fracassada experiência da Liga das Nações, e com base nos ensinamentos por esta trazidos, que foi proposta a criação de um novo sistema de segurança coletiva que garantisse a paz, obrigando todos os Estados a com ele se comprometer, no que estes deveriam renunciar ao uso da força, aceitar as fronteiras estabelecidas, e a cada um, a possibilidade de se organizar, política e economicamente, como lhe conviesse. A origem das Nações Unidas é a Carta do Atlântico, de 1941, na qual estavam delineados os objetivos do pós-guerra dos Aliados envolvidos na luta contra o Eixo. A Conferência de Moscou, em 1943, decidiu criar uma organização internacional para “preservar a paz e a segurança”. O projeto de Carta das Nações Unidas foi preparado pelo Departamento de Estado Norte-Americano, e examinado em Dumbarton Oaks (1944) pelas quatro potências patrocinadoras, a saber, os EUA, o Reino Unido, a China e a União Soviética. Potências, é verdade, mas como avaliou Samuel Pinheiro Guimarães, portadoras de condições extremamente desiguais. A proposta de Dumbarton Oaks foi levada à Conferência de São Francisco, em 1945. Junto com a aprovação da igualdade soberana dos Estados, que a exercem na Assembléia Geral, cujas resoluções não são mandatórias. Nela está o conceito de segurança coletiva, sob a tutela do Conselho de Segurança, que é independente em suas decisões, e que não presta contas nem a Assembléia, nem a qualquer outro organismo. Esse Conselho era originariamente composto de onze membros, sendo cinco permanentes com direito a veto, decidindo por minoria de sete, com a participação concorrente e imprescindível dos cinco membros permanentes. A atribuição do poder de veto aos cinco membros permanentes (EUA, Reino Unido, França, China e URSS), foi justificada no memorando explicativo das Quatro Potências Patrocinadoras, como decorrentes de sua primary responsability na manutenção da paz. Após a entrada em vigor da Carta das Nações Unidas, e da instalação do Conselho de Segurança, revela-se o que já estava em gestação: o rompimento entre EUA e URSS, que dará início à Guerra Fria.
Porém o mundo que emergiu da II Guerra Mundial, a par das instituições de segurança coletiva criadas, incluía ainda um novo modelo de política internacional que ficou conhecido como sistema de zonas de influência de raio planetário, caracterizado pela existência das duas superpotências, por si só também, praticamente atores novos, pois atuariam em uma nova ribalta: EUA e URSS.
Contudo, convém lembrar o papel cumprido pela recessão e crises econômicas no entre-guerras, e era necessário que fosse erguido também, um modelo de Ordem Econômica Internacional. O chamado sistema de Bretton Woods (1944), baseado em um esquema de paridades cambiais fixas, porém ajustáveis, fundamentadas no ouro-dólar, tornada a moeda forte na economia mundial. Anotou o Prof. Eric Hobsbawm que a supremacia americana era à época, um fato. A lembrança eram as lições da Grande Depressão, que tanto haviam contribuído para que acontecesse a radicalização política que levou o nazi-fascismo ao poder na Europa. E se em relação à nova ordem econômica a pressão política por ação vinha de Washington, mesmo quando muitas idéias e iniciativas partiam da Inglaterra, nomeadamente de J. M. Keynes. Sobre a criação final do FMI, os EUA prevaleceram. As duas únicas instituições internacionais de fato criadas sob os acordos de Bretton Woods de 1944, o Banco Mundial (Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento) e o FMI (Fundo Monetário Internacional), acabaram por tornar-se de fato, subordinadas à política americana. Sobre Bretton Woods, conforme escreveu Paul Kennedy, o sistema de paridade funcionou bem (a partir de 1945), quando os EUA eram financeiramente supremos, para desabar em 1973, momento em que seu principal pilar, não pôde suportar as tensões. No pós-guerra, o FMI e o Banco Mundial passavam a ser os vetores do investimento internacional, e a manter a estabilidade do câmbio, além de tratar de problemas de balança de pagamento, com atuação destacada nas crises das dívidas dos países do chamado Terceiro Mundo.
A proposta de uma Organização do Comércio Internacional veio a tornar-se no muito mais modesto GATT (Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio), uma estrutura criada em 1948 para reduzir barreiras comerciais por meio de barganhas periódicas. Essa Instituição viria a dar ensejo à atual OMC (criada em 1995), a partir da Rodada Uruguai das Negociações Multilaterais do Comércio. A OMC possui um Conselho Geral, com um representante de cada membro, um Corpo de Solução de Desavenças, o Corpo de Revisão de Políticas Comerciais, o Corpo de Apelação e um Secretariado.
Podemos também considerar uma organização como a União Européia, de certa forma, também como uma contribuição das consequências da II Grande Guerra, para as relações internacionais. Basta lembrar que já em setembro de 1946, Winston Churchill preconizava em Zurique, a constituição dos Estados Unidos da Europa. No seguimento, ocorreram eventos como a unificação das Zonas de ocupação britânica e americana na Alemanha. Pode se considerar, ainda, que a criação, em 1951, da Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA), reunindo países do BENELUX, a França, a Itália e a República Federal da Alemanha, é o embrião da União Européia. Estas iniciativas associacionistas foram tributárias da Doutrina Truman, e do seu correspondente econômico, o Plano Marshall, este último uma criação bastante imbricada à reorganização da vida política e econômica do pós-guerra.


Bibliografia:
GUIMARÃES, Samuel Pinheiro. Quinhentos Anos de Periferia: uma contribuição ao estudo da política internacional. 3.ed. Porto Alegre: UFRGS, 2001.
HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos: o breve Século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

KENNEDY, Paul. Ascensão e Queda das Grandes Potências: transformação econômica e conflito militar de 1500 a 2000. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

SARAIVA, José Flávio Sombra (Org.). História das Relações Internacionais Contemporâneas: da Sociedade Internacional do Século XIX à era da Globalização. São Paulo:Saraiva, 2007.

domingo, 15 de agosto de 2010

Tarefas do Estudo Dirigido de Noções de Economia


Tarefas para o Estudo Dirigido de Noções de Economia (Caso você esteja inscrito neste ED, mande sua resposta para estudosdiplomaticos@gmail.com).

O Gabarito será divulgado em 09 de setembro 2010.


1) Os dados abaixo foram retirados dos indicadores de contas nacionais trimestrais do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Eles retratam a situação brasileira em 2004.

Contas Nacionais – BRASIL (2004) – R$ Milhões
Produto Interno Bruto: ________
Consumo das Famílias: 975.245
Consumo do Governo: 332.332
Investimentos: 376.573
Exportações: 318.387
Importações: 235.917


De acordo com o quadro acima, qual o valor do PIB Brasileiro ?



2. Os Estados Unidos da América apresentaram os seguintes valores para sua economia em 2001 (dados em US$ Bilhões):

Produto Interno Bruto: Y

Consumo das Famílias: 6.978
Consumo do Governo: 1.858
Investimentos: 1.586
Gastos líquidos no setor externo: -349

Com base nos dados acima, pede-se o seguinte:

a) Qual o valor do PIB (Y) norte-americano?


b) O que significa o valor negativo da conta Gastos Líquidos do Setor Externo?


c) Lembrando que o investimento global é financiado pelas poupanças privada, pública ou externa, conforme a expressão I= S + (T-G) + (M-X)

E sabendo que os EUA têm um déficit público enorme (G>T), como o investimento está sendo financiado?


3.Pesquise a taxa de câmbio em relação ao euro. Um euro vale quantos reais?

a)Suponha que você esteja de férias em Paris e lá uma lata de coca-cola custa 3 euros. Você possui R$31,00. Considerando que não há taxas nas conversões de moeda, quantas latas de coca-cola você poderá comprar?

b)Se acontecer algo no Brasil que desvalorize abruptamente o real, você conseguirá comprar mais ou menos latas de coca-cola em Paris?



4. Suponha o seguinte Balanço de Pagamentos hipotético:

Balanço de Pagamentos – US$ milhões

BALANÇA COMERCIAL (BC)
Exportações: 60.362
Importações: 51.216
Serviços: -5.038
Rendas: -18.191
Transferências Unilaterais: 2.390


TRANSAÇÕES CORRENTES (TC)
Conta Capital e Financeira: 8.808
Erros e Omissões: -813



RESULTADO DO BALANÇO (BP)



Com base nos dados apresentados, responda as seguintes questões:

a) Qual o valor, em milhões de dólares, da Balança Comercial – BC, do saldo em Transações Correntes – TC e do resultado do balanço de pagamentos – BP ?

b) O saldo em Transações Correntes apresentou sinal positivo ou negativo? O que isso significa?

c) O resultado do Balanço de Pagamento apresentou sinal positivo ou negativo? Como isso pode ser resolvido?

sábado, 14 de agosto de 2010

Língua Portuguesa: 6. Aposto, Adjunto Adverbial e Vocativo. Uso da Vírgula.


Abaixo encontramos o item 1. do Programa de Português do CAD. Exigido de forma direta na 1ª Fase do Concurso ao IRBr, e de forma indireta na primeira prova da 2ª Fase, ele é o objeto principal das nossas postagens sob a rubrica Língua Portuguesa.
1. Língua Portuguesa: modalidade culta usada contemporaneamente no Brasil.
1.1 Sistema gráfico: ortografia, acentuação e pontuação; legibilidade.
1.2 Morfossintaxe.
1.3 Semântica.
1.4 Vocabulário.

Aposto, Adjunto Adverbial e Vocativo. Uso da Vírgula.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

História Mundial Contemporânea: As Vésperas da I Guerra Mundial e o Entre-Guerras

Um Esboço das Relações Internacionais da Europa, das vésperas da I Guerra Mundial, ao período “entre-guerras”

Antonio Carlos Figueiredo

A Europa das vésperas da Grande Guerra mantinha graves focos de tensão, potencializados ainda mais por incluir disputas geopolíticas, competição inter-imperialista, emergência de novos atores, e, por conta de tudo isto, um ambiente propício às alianças militares e à diplomacia secreta, que conduziram à corrida armamentista.
O nacionalismo exacerbado, dito modelo 1914, esperava portanto, apenas uma crise. Em termos geopolíticos, eram em número de três, as principais áreas de disputa no continente europeu. Começando pelos Bálcãs, havia o confronto de interesses entre a Sérvia e a Áustria-Hungria, com os sérvios recebendo sustentação do Império Russo, nominalmente sob a forma de solidariedade de um pretenso pan-eslavismo, ao passo que o multinacional Império Austro-Húngaro recebia apoio alemão. A fronteira franco-alemã possuía, na guerra franco-prussiana, um manancial de ódios represados, materializados no desejo de desforra mantido pelo Estado e sociedade francês, sobretudo no seu Exército (o Plano XVII, o irresistível e ofensivo élan francês, o dólmã azul e a calça vermelha), mas também em seus mestre-escolas: o alemão “bárbaro”, inimigo do “ocidente”. Tudo isto, era atualizado pela posse alemã das antigas províncias de Alsácia e Lorena. A fronteira russo-alemã era outra das áreas de tensão. A Alemanha fizera, da união dos interesses da sua nobreza rural, os junkers, com os industriais das cidades, uma espécie de compromisso de interesses, tornado cimento superestrutural do Reich, o chamado “casamento do ferro com o centeio” (alusão aos seus principais produtos). Desta união surgiu a chamada sociedade guilhermina, modernizada pelo alto, sob uma forma conservadora e de pouca afeição à democracia. Sua produção industrial ameaçava – ao pensarmos em uma força profunda de natureza econômica – os interesses comerciais do Império Britânico. E em uma era de Impérios, torna-se necessário assinalar, as potências européias haviam se lançado, abertamente, a partir da Conferência de Berlin (1885) à conquista de Colônias, fosse pelo controle territorial, ou mesmo mantendo, quando houvesse governo local que merecesse esse nome, uma espécie de independência nominal.
Outro fator incontornável para pensarmos as vésperas de 1914, eram os novos atores, os quais: a) moviam conflitos de nacionalidades; b) o movimento operário em seus moldes traçados na II Internacional; e c) a desenraização de populações rurais, absorvidas parcialmente pelos novos territórios coloniais, ou a engrossar o exército industrial de reserva (essa conhecida expressão de K. Marx), quando não faziam aumentar o chamado lumpen proletariado (essa outra expressão de Marx), que nos leva irremediavelmente a uma expressão da época: as “classes perigosas”, pesadelo do Estado e dos seus organismos de repressão. Foi o medo da força das minorias nacionais, do socialismo e das convulsões proporcionadas pelas “classes perigosas” que favoreceram nas cabeças coroadas da Europa - secundadas pela nobreza nostálgica e a cúpula da alta burguesia – pelos instrumentos do darwinismo social e pela guerra – a continuidade de aspectos daquilo que Arno J. Mayer denominou por “persistência do Antigo Regime”.
Um resumo, bastante simplificado é claro, do ambiente internacional às vésperas da I Guerra Mundial, ajuda a explicar o que foi colocado nas últimas linhas. Observamos inicialmente um forte expansionismo alemão, o qual busca uma paridade naval com sua rival pelos lucros do comércio mundial, a Inglaterra. Porém a Alemanha é um Império central na Europa, cercada de inimigos figadais e seculares, tanto a Oeste, quanto a Leste do seu território. Porém se possui colônias que serviam para a projeção dos seus interesses, em menor número que a Inglaterra, a pretendida paridade naval com os ingleses, poderá colocar as colônias e as rotas navais inglesas em risco, e era óbvio, que a Inglaterra não queria perdê-las. No entanto, uma guerra no continente europeu, em face das alianças possíveis, envolvia o que Joseph Nye costuma chamar de "funil de escolhas". A explicação é bastante simples e fácil de ser identificada, inclusive em termos gráficos: havia um “funil de escolhas” que acabaram por levar à Guerra, e este funil, a partir de tais escolhas, começou a se estreitar em 1870 (com a Guerra Franco-Prussiana), prosseguindo seu estreitamento quando o kaiser Guilherme II demitiu Otto Von Bysmark (1890), e chegando aos vários episódios de alianças e da diplomacia secreta como em 1904 (entente Grã-Bretanha e França), 1907 (Tríplice Entente, com a Rússia passando a integrar-se na aliança anteriormente formada por ingleses e franceses). Em 1910, o funil de escolhas estreita-se ainda mais, gerando insegurança, corrida armamentista, crises localizadas, mas sobretudo, emoldurando cada vez mais, o cenário dos chamados “futuros possíveis contrafatuais”; contrafatuais é claro, se tomarmos por base 1913, último ano gozado em inteira paz, até que houvesse o atentado terrorista de inspiração nacionalista em Seravejo, vitimando o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro. Evento que, como sabemos, acabou por desembocar a Grande Guerra, a partir das garantias dadas à Áustria pela Alemanha; apoio que se revelou um verdadeiro "cheque em branco". O mundo teria que necessariamente ter ido à Guerra? Podemos considerar que não. Pois para haver uma guerra tem que haver certa relação entre causas sistêmicas de nível internacional (digamos, o aumento do poderio alemão), causas societárias a nível interno (nacionalismo em ascensão, conflito de classes interno, política alemã agressiva) as quais se juntam no sistema internacional para causar, tanto uma bipolaridade de alianças (como foi o caso das alianças acima citadas) que acarretam uma perda de moderação no processo do sistema, os quais poderão levar uma crise ao limite. Então, nesse momento, juntamente às causas sistêmicas e societárias, entram as causas pessoais, melhor dizendo, a personalidade dos líderes. O Káiser quis a Guerra em 1914. E não foi o único a querê-la.
Quando os Estados-Maiores da Tríplice Aliança e da Tríplice Entente expediram, em agosto de 1914, as suas ordens de mobilização e marcha com a finalidade de executar, entre outros os Planos XVII (francês) e Schlieffen (alemão), estavam na realidade instrumentalizando, sob o abrigo da febre de nacionalidade, forças profundas como a capacidade industrial de sociedades de massa, cujos experimentos tecnológicos incluíam os gases letais, a metralhadora em larga escala, o avião, o carro blindado e o submarino. Além, é claro das locomotivas, tão úteis em uma guerra que se revelava de "massa". Contudo, uma guerra profundamente estática e desgastante. Impasse cujo fiel da balança, sobretudo após a retirada da Rússia, somente poderia ser superado pela entrada de um ator extra-europeu: os Estados Unidos da América. O conflito mundial levado a efeito em 1914, sob um clima de celebração ufanista das virtudes propaladas por arraigado nacionalismo, acabou por dar ensejo em 1919, a um mundo em que havia espaço para o idealismo esboçado no projeto de segurança coletiva representado pela Sociedade ou Liga das Nações, mas também pelo fortalecimento das idéias pacifistas. Vale lembrar que o acordo de Versalhes é considerado como o primeiro ato constituinte de auto-regulação global por parte de uma sociedade que, de européia, tornara-se mundial; arranjo transitório, é verdade, dadas as ausências da Rússia e da Alemanha. O objetivo em Versalhes era produzir tanto um acerto que pudesse funcionar para a Europa, quanto a planta das regras e das instituições para uma sociedade mundial capaz de manter a ordem e de evitar a guerra. Foi nos poros cedidos pelo imperfeito esboço dessa ordem, que frutificaram o nazismo, o fascismo e o socialismo de Estado, ao longo das décadas de 20 e 30. Convém acrescer que os elementos de continuidade com o passado europeu ainda eram muito fortes, talvez os principais, nas mentes dos estadistas reunidos em Versalhes. Os próprios tratados de paz eram documentos juridicamente geradores de obrigações de acordo com a tradição européia, embora os termos tenham sido mais abertamente ditados pelos vencedores. Os vencedores de então redesenharam fronteiras, aboliram Estados, criaram novos Estados e impuseram indenizações financeiras pouco sábias. A concepção da nova sociedade global, a Liga das Nações, perpetuou a prática de cinco grandes potências, que, exceto em casos de desacordo claro, tinham a finalidade de constituir uma espécie de concerto do mundo, por dominarem o Conselho da Liga; esta concepção de sociedade global incorporava quase todas as regras e as práticas que haviam se desenvolvido na grande republique européia, inclusive seu direito internacional e sua diplomacia, assim como seus pressupostos básicos sobre a soberania e a igualdade jurídica dos Estados reconhecidos como membros independentes da sociedade, deixando virtualmente intactas as capitulações e outras práticas que os europeus haviam instituído coletivamente em países que iam do Marrocos à China, bem como as grandes estruturas imperiais dos Estados dependentes controladas pelos vencedores e por alguns países neutros. A opinião pública dos países democráticos ocidentais, bem como os seus estadistas, em face do horror da carnificina e destruição experimentadas na Grande Guerra, elegeram como tarefa primordial, criar um sistema de segurança, declarar a guerra “fora da lei” e evitar um outro armagedon, o que auxilia a explicar o pacifismo de populações com poder de voto, e a devida cautela por parte de seus governos democráticos nas décadas de 20 e 30, com os gastos militares, em uma época de reconstrução, crise e depressão econômica. A vexatória e humilhante cláusula de culpa de guerra, à qual os alemães tinham sido obrigados a aceitar, e a divisão dos espólios de guerra que tornaram insatisfeita a Itália e o Japão, fizeram surgir diante de uma inoperante Liga das Nações, o fascismo italiano e o nazismo alemães, assim como diversas cópias e simpatizantes pelo continente europeu, e além deste. Nunca é demais dizer que o nacionalismo exacerbado e a crise econômica funcionaram como se fossem “água para o moinho” de Mussolini e Hitler, derrubando as frágeis democracias italiana e alemã. Os ditadores alemão e italiano tinham bons motivos para sorrir às vésperas da II Guerra, quando receberam a companhia do Japão, movido por sua casta militarista. Esperavam as potências ocidentais que o arroubo daqueles ditadores fosse lançado contra a URSS, considerada então um Estado “fora-da-lei”. Na conjuntura do período entre-guerras, as expressões “Ditador”, considerada em certos círculos nada pejorativa, e “ nacional socialismo” possuíam seguidores nada envergonhados, e a inovação trazida pela recén-introduzida forma massiva de propaganda governamental, o rádio e o cinema, aumentavam este círculo de crentes, e colocavam como incontestável a planificação econômica por parte do Estado; afinal, não fora um economista acima de qualquer suspeita, e mesmo avesso confesso ao socialismo – John Maynard Keynes - que se rendera aos benefícios do planejamento estatal ? A legitimação de aberrações contra a espécie humana, desde os campos de concentração, até as algumas pesquisas genéticas extremamente condenáveis, passando pelas "mortes sociais" representadas pelo afastamento sumário dos cargos públicos dos contrários ao regimes de força, ou pelos julgamentos nos tribunais de exceção, tornaram-se de certa forma,palatáveis, sob o abrigo de um pretenso bem estar das "massas". A política de apaziguamento apresentada a uma complacente opinião pública européia por seus governos democráticos e de frentes populares, proporcionou a Hitler os elementos essenciais à sua logística futura na II Guerra, pelas anexações autorizadas, e os conseqüentes recursos encontrados nos parques industriais dos países anexados. O esperado confronto Alemão-Russo, um dos motivos da tolerância das democracias ocidentais a Hitler, revelou-se uma falsa promessa após o pacto Ribemtrop-Molotov. A URSS ganhava tempo, os alemães, territórios e a legenda de exército invencível. Os italianos mandavam bombas e pão sobre a Abissínia, e Hitler testava seus aviadores na Guerra Civil Espanhola, onde a cidade de Guernica ficou tristemente celebrizada em tela homônima de pintor Pablo Picasso.


Bibliografia:


HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos: o breve Século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995.


KENNEDY, Paul. Ascensão e Queda das Grandes Potências: transformação econômica e conflito militar de 1500 a 2000. Rio de Janeiro: Campus, 1989.



MAYER, Arno J. A Força da Tradição: a persistência do Antigo Regime (1848 -1914). São Paulo: Companhia das Letras, 1990.


SARAIVA, José Flávio Sombra (Org.). História das Relações Internacionais Contemporâneas: da Sociedade Internacional do Século XIX à era da Globalização. São Paulo:Saraiva, 2007.

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

O fim da "Guerra Fria", e a Gestação da "Nova Ordem"





O fim da Guerra Fria encontra-se bastante imbricado às questões que levaram, a partir do fracasso no centro do sistema socialista – a URSS – ao colapso das economias de comando que compunham, o conjunto dos países do leste europeu de, a priori, absoluta planificação estatal e comando político entregue a um único partido, que na verdade, longe de ser um partido entregue às “massas”, se constituía em um corpo de oficiais dos cadres, conhecidos nos textos dos dissidentes políticos como a “nomenklatura”. Era este grupo que efetivamente constituía o sistema de comando dos estados leninistas, um quadro que, apesar de encarado no Ocidente por certos grupos, com respeito e até uma relutante admiração, carregavam na realidade um potencial de degeneração burocrática e corrupção pessoal. A “era” Brejnev (anos 60 e 70) revelou a nomenklatura como um grupo interesseiro que combinava incompetência e corrupção, revelando que a “Império Soviético” operava naqueles anos de decadência, sob um sistema de patronato, nepotismo e suborno. A economia soviética e mundial estavam em visível declínio, porém ao contrário do que ocorreu à época da Grande Depressão dos anos 30 (quando os soviéticos estavam praticamente fora da economia mundial), a URSS não estava mais imune. As economias do Socialismo Real, melhor dizendo, da URSS e da Europa Oriental – assim como partes do chamado Terceiro Mundo – acabaram se tornando as grandes vítimas daquilo que Hobsbawm veio a chamar de “crise pós-Era de Ouro” da economia capitalista global. Não é preciso dizer que as economias de mercado desenvolvidas, embora abaladas, conseguiam atravessar os anos difíceis até pelo menos o início da década de 1990. Porém, e aí talvez resida um fator essencial tanto para explicar a estagnação dos anos 70 na URSS, quanto a corrida pelas reformas urgentes da segunda metade dos anos 80, encontrou Gorbachev clamando por Perestroika e Glasnost. A crise do petróleo, teve inicialmente, conseqüências felizes para os soviéticos, por ser o país de um dos principais produtores do líquido negro, então transformado pela alta dos preços, em ouro. A URSS, sem grande esforço, conseguia pagar suas importações do Ocidente capitalista, com a energia exportada, e de quebra, adiava a necessidade de reformas. Na outra parte do “Socialismo Real”, como a Polônia e a Hungria, os empréstimos proporcionados pela inundação de dólares dos multibilionários estados da OPEP, os chamados petrodólares pareceram, naquele momento, uma forma providencial de ao mesmo tempo, pagar o investimento da aceleração do crescimento, e elevar o padrão de vida de seus povos.Em princípios dos anos 80, a Europa Oriental encontrava-se em grave crise de energia, com escassez de alimentos e bens manufaturados. Não é preciso então lembrar que a Europa do Leste era o “calcanhar de Aquiles” dos sistema soviético, sendo a Polônia e a Hungria (esta em menor medida), seus pontos mais vulneráveis. A era da estagnação que Mikhail Gorbachev denunciou ao chegar ao poder em 1985, fora na verdade uma era de aguda fermentação política e cultural para a elite soviética. Este grupo era formado não somente pelo relativamente minúsculo grupo de autocooptados chefetes do Partido Comunista no topo da hierarquia da União, mas também pelo relativamente vasto grupo de classe média educada e tecnicamente formada, os quais, juntamente com os administradores econômicos, mantinha o país à tona, ou acima da “linha d’água”. A resposta das camadas política e intelectual aos apelos de Gorbachev por Glasnost (abertura ou transparência) e seus esforços em prol da Perestroika (reestruturação econômica) não devem contudo serem tomados como uma resposta do grosso dos povos soviéticos. Para a grande massa da população União Soviética, é verdade, o regime socialista russo ainda era legítimo e inteiramente aceito por mera escassez de sobreviventes dos anos anteriores a 1917. Conforme escreveu Joseph Nye, ao assumir o poder, Gorbachev tentara inicialmente disciplinar o povo soviético, como uma forma de superar a estagnação econômica então vivida. Ao lançar a idéia da perestroika, traduzida como reestruturação, ficou revelada a incapacidade soviética de reestruturar de cima, porque os burocratas do partido distorciam as suas ordens. Foi a tentativa de Gorbachev de driblar o bloqueio dos burocratas, utilizando-se da estratégia da Glasnost – ou transparência, discussão aberta e democratização – uma estratégia para fazer a perestroika funcionar, usando como combustível a insatisfação popular contra os burocratas, que trouxe à tona a livre discussão. Mas assim que a Glasnost permitiu que as pessoas dissessem o que pensavam, e votassem de acordo com isso, muitos revelaram a sua consciência de exclusão das benignidades apregoadas pelo sistema. Gorbachev teria cometido erros de cálculo, pensando que o comunismo russo seria corrigido, mas ao tentar corrigí-lo, abriu nele uma grande fenda. Em termos de política externa, a era Gorbachev exprime bem aquilo que se encontra no bojo do conceito conhecido como Dilema de Segurança. A noção de dilema de segurança encontra-se relacionada com os efeitos de uma organização anárquica e a ausência de um governo superior, ou seja, duas das características essenciais da política internacional. O dilema ocorre quando um Estado promove uma ação independente para aumentar a sua segurança, no que acaba em face dessa ação, por tornar todos os outros Estados mais inseguros. Nisto, aqueles Estados que se sentem ameaçados podem vir a aumentar a sua força, para proteger-se do primeiro. O resultado dessas ações é que os esforços independentes de cada um para aumentar a própria força e segurança tornam a todos os envolvidos, mais inseguros. Neste sentido, possuiu um papel fundamental na disputa entre russos e americanos pela hegemonia, constituindo-se em conseqüência como fator de um dilema de segurança, o faraônico projeto arquitetado pelo Pentágono, apelidado de “Guerra nas Estrelas”. Tratava-se de um sofisticado e caríssimo escudo anti-mísseis, ao qual foi dado o nome oficial de “iniciativa de defesa estratégica” (1983), e visava aparentemente, o estabelecimento de um amplo escudo espacial, considerado tão “eficaz” tecnologicamente, quanto irrealizável na prática (conforme escreveu o Prof Amado Cervo). O escudo deveria ser capaz de eliminar a capacidade de penetração dos mísseis intercontinentais soviéticos. Seu único efeito visível – ainda sob a lavra do prof. Cervo – foi esgotar recursos orçamentários dos dois contendores, precipitar a crise fiscal de seus respectivos Estados, e acelerar a ruína econômica daquele dotado de estruturas produtivas menos flexíveis ou inovadoras. O ‘keynesianismo militar’ praticado pela administração Reagan confirmou, por um lado, os efeitos multiplicadores – em termos estritamente microeconômicos – do ‘modo inventivo de produção’, desenvolvido pelo capitalismo ocidental. A política de externa de Gorbachev (que ele chamava de novo pensamento), confrontada com o dilema de segurança, possuía então dois elementos muito importantes. O primeiro eram as idéias de mudança, que os construtivistas enfatizam como o conceito de segurança comum. Nele, o clássico dilema de segurança é explorado com a união para proporcionar segurança. Gorbachev e as pessoas que o cercavam disseram que em um mundo de interdependência cada vez maior, a segurança era um jogo de resultado diferente de zero, e todos poderiam beneficiar-se pela cooperação. A existência da ameaça nuclear significava que todos poderiam morrer juntos, se a competição saísse do controle. Em vez de tentar fabricar o máximo possível de armas nucleares, Gorbachev proclamou a doutrina da “suficiência”, mantendo um número mínimo de proteção. A outra dimensão da política externa de Gorbachev foi sua opinião de que o expansionismo é normalmente mais caro que benéfico. O controle soviético sobre um império na Europa Oriental estava custando demais e proporcionando muito poucos benefícios, e a invasão do Afeganistão fora o desastre mais caro. Não era mais necessário impor um sistema social comunista, como um meio de garantia da segurança nas fronteiras soviéticas. Gorbachev, possivelmente sem querer, desencadeara a desintegração da URSS, tornada mais evidente após o golpe fracassado dos linhas-duras, em agosto de 1991. Em dezembro do mesmo ano, a União Soviética deixava de existir. No Leste , em meados de 1989, os europeus orientais haviam ganho um maior nível de liberdade, com a Hungria permitindo que os alemães orientais fugissem para a Áustria, através do seu território, êxodo que impôs uma pressão enorme sobre o governo da Alemanha Oriental. A realidade era que os governos europeus orientais não tinham mais ânimo – ou o apoio soviético – para reprimir manifestações. Em novembro o muro de Berlin foi rompido.
A Nova Ordem Mundial, surgia então, ao final da Guerra Fria. Costumeiramente é descrita na literatura especializada como um sistema pós-hegemônico, caracterizado por uma multipolaridade estratégica, onde vários grandes atores passaram a reger coletivamente os negócios internacionais. Um desses grandes atores encontramos no G-8, consórcio informal composto por EUA, Japão, Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha, Canadá e Rússia (esta última, a partir de 1992). Caracterizada por incertezas e complexidades, a nova ordem internacional assistiu a emergência de zonas de conflito em áreas sob a a antiga influência soviética (Balcãs, Oriente Próximo, e alguns países africanos, como Somália, Chade, Congo, Angola, Libéria). Também podem ser ressaltados o fim da unidade de discurso do Terceiro Mundo, extensos processos migratórios, alguns deles pelo agravamento das crises da dívida externa dos países em desenvolvimento, um maior interesse pelas políticas ambientais e de direitos humanos, e certo refluxo nas políticas de segurança de alguns Estados. Com o fim do confronto Leste-Oeste, a OTAN e o Pacto de Varsóvia perderam terreno (mas no caso da aliança Ocidental, não a sua capacidade de operar, como ficou claro nos Bálcãs, durante a guerra étnica no antigo território iugoslavo), para as estratégias de defesa propriamente nacionais. O avanço da democracia e o discurso em prol desta foi reforçado pela posição americana de garante de uma ordem inspirada na sua própria estrutura de Estado: liberalismo econômico, democracia política e direitos humanos. Completam o quadro, a contestação dos valores ocidentais, ou ao menos, a sua universalidade, onde o fundamentalismo islâmico parece disposto a ocupar o posto de maior rival, pois a Al Qaeda e outros protagonistas transnacionais formaram redes mundiais de ativistas, desafiando os meios de defesa nacionais convencionais por meio do que têm sido chamado de guerra assimétrica. Os exemplos deste tipo de confronto podemos encontrar tanto nos ataques ao território americano durante o 11 de setembro, quanto em Londres ou Madrid, mas também nas invasões do Afeganistão pela força multinacional articulada pelos EUA e na 2ª Guerra do Iraque. A Globalização parece, no entanto, o grande fio condutor a perspassar todas estas características da Nova Ordem. Afinal, se a todo momento é divulgado por críticos e entusiastas, que o processo de globalização surgiu com as grandes navegações, ou até mesmo antes, com a viagem de Marco Pólo à China, temos a certeza que aspectos do mundo moderno como a mudança do papel do Estado-Nação e o incremento dos processos de regionalização (UE, NAFTA, Mercosul...), foram gestados pelas imposições de uma nova ordem. Praticamente metade de toda a produção industrial atual é realizada por empresas multinacionais, cujas decisões sobre onde localizar a produção têm um efeito importante sobre as economias internas. A globalização, definida como redes mundiais de interdependências, tornou as fronteiras nacionais mais permeáveis, mas não irrelevantes. Já sabemos que globalização não significa a criação de uma comunidade universal, e tanto em termos sociais, quanto em termos econômicos, a homogeneização não resulta necessariamente da globalização do século XXI. São as características de rapidez e intensidade, os chamados “efeitos de rede” – as situações em que o valor de um produto aumenta na medida em que muitas pessoas passam a usá-lo – que se apresenta como um dos traços propriamente distintivos do processo. Outro aspecto importante seria o “Globalismo” ou a densidade das redes de interdependência, significando que os efeitos de um acontecimento em uma região geográfica, ou a dimensão humana, econômica ou ecológica, podem ter conseqüências profundas sobre outras regiões geográficas, em dimensões militares ou sociais.






Bibliografia:

HOBSBAWM, Eric J. Era dos Extremos: o breve Século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

KENNEDY, Paul. Ascensão e Queda das Grandes Potências: transformação econômica e conflito militar de 1500 a 2000. Rio de Janeiro: Campus, 1989.

SARAIVA, José Flávio Sombra (Org.). História das Relações Internacionais Contemporâneas: da Sociedade Internacional do Século XIX à era da Globalização. São Paulo:Saraiva, 2007.