Sejam Benvindos ao Blog Estudos Diplomáticos !

Este espaço foi criado para reunir conhecimentos acadêmicos e informações relacionadas ao Concurso para ingresso no Instituto Rio Branco.



quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Nosso e-mail



Olá, Companheiros de caminhada. Lembro a todos o e-mail para contato direto com o editor deste Blog. estudosdiplomaticos@gmail.com
Dentro do possível, atenderemos as demandas. Um grande abraço a todos, e permaneçamos na luta!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Um abraço a todos os seguidores!




Neste dia de Feriado Nacional, aproveito para dar as Boas Vindas aos novos seguidores do Blog Estudos Diplomáticos, cumprimentando também aos que nos acompanham há mais tempo. Este Blog foi uma idéia surgida meio ao acaso, mas que têm me ajudado a prosseguir nesta difícil caminhada, que é de todos nós, rumo aos Quadros do Corpo Diplomático. Aproveito ainda para convidar a todos a refletir sobre o futuro do Brasil. O que nós representamos e poderemos representar ainda mais para o Mundo. Somos um País de miscigenados. Acho isso ótimo! Muito auxilia o Brasil em sua inserção internacional. Mantenho um elevado amor pelo meu País e sou otimista ( apesar de alguns tristes fatos do presente tentarem me desdizer ) quanto ao nosso Futuro, que começa hoje e a cada dia. O Bem, o Trabalho e a Justiça terão cedo ou tarde, que prevalecer. Não falarei das nossas tão conhecidas riquezas naturais, nem mesmo da capacidade de superação de nosso povo, que reúne as melhores qualidades de todas as etnias. Mas olhemos para o Céu. Que outro País pode ostentar no seu firmamento,com tanta beleza o Cruzeiro, como homenagem àquele que nos ensinou o caminho das verdades eternas? Um grande abraço a todos. Antonio.

domingo, 6 de setembro de 2009

Roteiro de Estudos para Português



Roteiro de Estudos para Português ( Contendo ainda observações sobre Inglês, Francês e Espanhol)


O Idioma Pátrio...O Exame desta disciplina é considerado por muitos como o mais difícil. A Banca preza pela escrita certinha, meio quadrada, formal, em suma a linguagem normatizada e culta. Teria como ser diferente? Então não vamos discutir com a Soberana Banca, e tratemos de por mãos à obra, melhor dizendo, às Gramáticas, aos Dicionários, sem esquecer a Bibliografia Obrigatória.
Sempre é bom lembrar que estas sugestões estão direcionadas para aqueles candidatos que estão fora das salas dos cursinhos por: distância dos Centros onde a preparação é oferecida; por falta de recursos para freqüentar os cursinhos; ou ainda por se recusar a freqüentar, pagando a peso de ouro, aulinhas “Tabajara” onde sabemos que “nenhum dos seus problemas serão resolvidos!”.
Face à minha “exposição de motivos”, tenham ainda, peço, paciência, pois sou apenas um Professorzinho de História tentando apresentar dicas e sugestões que estou sinceramente tentando seguir. Críticas dos Professores de Letras, ou mesmo daqueles que se sentem mais à vontade com “a última flor do Lácio, inculta e bela”, serão sempre bem recebidos.
Talvez seja interessante começar pela Bibliografia Obrigatória. (Repararam que o restante das obras do Programa são colocadas como “Bibliografia sugerida”?)

A Bibliografia obrigatória referente a 2009 foi realmente muito boa. Machado de Assis, Gilberto Freyre, Celso Furtado, Sérgio Buarque de Holanda e Joaquim Nabuco. Podemos desconsiderar o estudo de tais obras? Não! E reparem que à exceção de Machado de Assis e Joaquim Nabuco, as obras pedidas dos autores acima figuram em outros pontos do Programa, e no caso específico de Formação Econômica do Brasil, encontra-se sugestão de leitura para História do Brasil e Noções de Economia. Então, vale caprichar na leitura. (Lembro a todos que disponibilizei minha síntese sobre a Economia Brasileira no Século XIX, após leitura dessa obra...).

Podemos então tratar daquilo que viemos tentando aprender desde as primeiras séries colegiais. Tenhamos em mão uma boa Gramática, e dentro do possível, das respostas dos exercícios nela propostos. Então sugiro esquecer a Gramática do Celso Cunha & L.F. Lindley Cintra (Nova Gramática do Português Contemporâneo)
Claro, se você já estiver acostumado com ela, e melhor, colhendo dela bons resultados, continue. Se não, sugiro a Gramática Contemporânea da Língua Portuguesa, de José de Nicola e Ulisses Infante. Editora Scipione. Esta gramática deve andar lá pela 20ª edição. Conversando na livraria, você poderá conseguir o Caderno de Respostas, material que considero imprescindível, pois lhe dará a segurança de prosseguir no aprendizado dos pontos subseqüentes.
Outra boa dica, seria a Gramática Ilustrada de Hildebrando A. de André. De uso consagrado. Desconheço algum caderno de respostas semelhante ao da Gramática Contemporânea, mas existe o livro do professor, que se costuma conseguir com professores amigos.
E já que a CESPE costuma anular uma questão certa para cada questão considerada errada, compensa fazer muitos exercícios. A boa dica será Português 1200 testes de vestibulares resolvidos, de Hildebrando A. de André. Em mais de 200 páginas, você encontrará exercícios propostos sistematicamente coerentes com o programa da Gramática do mesmo autor. E tudo com respostas ao final do livro. Se não me engano, paguei pela Gramática usada, cerca de R$10,00, e pelo livro de testes, R$5,00. Ambos adquiridos na Estante Virtual.
Ainda uma boa opção de livro de exercícios é Português: Dúvidas, Textos e 1800 Questões, de Jorge Vicente (Editora Impetus). Os livros dessa Editora não costumam ser baratos – mas afinal que Editora no Brasil produz livros baratos? – porém o autor, Prof Jorge Vicente, que tive a honra e satisfação de ter como meu Professor há muitos anos em Niterói, é bastante metódico. E como todo bom livro voltado para concursos, este possui respostas nas páginas finais.
Teremos que escrever, e muito bem. Ortografia, Pontuação e Crase, de Adriano da Gama Kury, obra sugerida no programa do CAD, é uma boa opção de reforço naquilo que se propõe. Teoria, para recordar, e muitos exercícios, com respostas.
Quanto aos Dicionários, sem restrições. Tanto o Aurélio, quanto o Houaiss indicados no Guia de Estudos (disponível no site da CESPE, indicado abaixo), serão boas opções.
Chegamos à parte voltada à Lingüística e Interpretação de Textos.
Três referências parecem se impor. Comunicação em Prosa Moderna, de Othon M. Garcia; Usos da Linguagem, de Francis Vanoye e Pensar com conceitos, de John Wilson. Fáceis de conseguir na Estante Virtual, e em Bibliotecas Universitárias são presenças garantidas nos acervos. Escolha o que lhe servirá melhor. Ou fique com todos.
Temos ainda como boa indicação o livro de Renato Aquino, Interpretação de Textos, editado pela Campus, na série Provas e Concursos. Apresenta teoria e 800 questões comentadas.
Finalmente a indicação de algo que sairá inteiramente “de grátis”, mas que não é de forma nenhuma “Tabajara”. Entre na página da FUNAG e baixe o Manual do Candidato “Português”, de autoria de Francisco Platão Savioli e José Luiz Fiorin, no seguinte endereço: http://www.funag.gov.br/biblioteca-digital/manuais-do-candidato

**Observações sobre Inglês, Francês e Espanhol**

Sem formular um roteiro de estudos para Inglês, Francês e Espanhol, me arrisco a tecer alguns comentários a respeito dessas disciplinas. Conhecer esses idiomas não garantirá, como alguns candidatos que travei contato pensam, a aprovação neste Concurso. O concurso não quer selecionar “Tradutores/Intérpretes”. Há de ser tecnicamente bom em idiomas, sem descurar de Noções de Economia, História do Brasil, Política Internacional, Noções de Direito e Direito Público Internacional e Geografia, além é claro da “pedreira” da Língua Portuguesa.
Penso que o estudo desses idiomas terá de ser feito necessariamente, acompanhado de um professor com formação específica, se possível inicialmente em curso regular. Uma parcela dos cursos de línguas estrangeiras tem condições de oferecer boa preparação. Mas aí vai uma primeira dica: se você não estuda idiomas há muito tempo, comece recordando algo através da coleção “Passo a Passo”, cujo autor é Charles Berlitz. Ajudará bastante a possuir uma visão geral, da estrutura do idioma. Ficará mais fácil acompanhar uma turma. Após alguma frequência em turmas normais, talvez seja melhor conversar e procurar preparação mais específica. A leitura de periódicos em Inglês, Francês ou Espanhol certamente vai auxiliar muito. E a leitura simultânea de obras indicadas para o CAD nas outras disciplinas, e que possuem boa tradução para o Português sempre será uma boa opção de treino. Sem muita neurose.
Um ponto bastante positivo a ressaltar nesse concurso, é que há muitas provas do CESPE, em que estas disciplinas foram exigidas, disponíveis no site http://www.cespe.unb.br
E sempre será válido recordar um dos ensinamentos do “Papa” dos Concursos, Willian Douglas, o qual defende que aquele que faz provas anteriores adquire a “experiência dos veteranos”.

sábado, 5 de setembro de 2009

Algumas palavras sobre as Revoluções Burguesas


O estudo das diversas Revoluções - Americana, Francesa, Mexicana, Russa e Chinesa deve encontrar-se em nossos roteiros de estudo para a História Mundial Contemporânea. São assuntos cuja persistência nos últimos concursos demonstram o seu peso. Desconhecê-los é "morte certa"...
Há algum tempo, elaborei para alunos de um Curso de História Moderna este paper. Talvez seja útil antes de iniciar o estudo factual dessas Revoluções. É interessante ressaltar que mesmo as revoluções nas quais o processo revolucionário foi radicalizado e aprofundado, levando sociedades à via comunista (nomeadamente a Russa e a Chinesa), conheceram suas fases burguesas. Espero que ajude. Um grande abraço a todos. Antonio.
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A Revolução Francesa, uma Revolução Burguesa.
Antonio Carlos Figueiredo

O que são as revoluções burguesas?

Em termos esquemáticos podemos dizer que revoluções burguesas seriam eventos históricos nos quais a burguesia se constituiu, senão como a protagonista, pelo menos como a beneficiária do processo que abriu caminho ao capitalismo, transformando, no Ocidente, a sociedade de aristocrática e feudal em burguesa e capitalista.
Mas um fator que chama atenção quando se analisa o processo revolucionário de uma revolução dita burguesa, é o comportamento “pouco revolucionário” da burguesia, antes e durante esse processo. Ao contrário do que seria lógico supor, nos momentos cruciais dos processos revolucionários, não foi a burguesia que conduziu tais processos à vitória. Se tomarmos como base a Revolução Inglesa do Século XVII, encontramos a alta burguesia aliada com a pequena nobreza, contra o rei, mas não desejando, e isto valia principalmente para os grandes chefes presbiterianos, uma vitória absoluta, no que pretendiam manter a monarquia como uma forma de controle sobre as demandas do povo; povo do qual a burguesia precisava e ao mesmo tempo temia. O “novo exército modelo”, com sua carreira aberta ao talento iria conquistar a vitória militar contra as forças realistas, não obstante trouxesse com suas demandas, que eram as demandas de camponeses e artesãos, a conjuntura de uma revolução social, quando os levellers londrinos entrassem em contato com a agitação do Exército.
Numa perspectiva teórica, toda classe revolucionária é revolucionária por ser capaz de elaborar e por em prática um projeto social novo, trazendo em seu bojo a possibilidade de realização de uma nova sociedade. No caso da burguesia, o liberalismo, produzido pelos filósofos iluministas seria o projeto, e a instauração da sociedade burguesa e capitalista, a realização. Mas o fato de uma classe revolucionária trazer em si a possibilidade de realizar uma nova sociedade não implica que esta realização esteja automática e inevitavelmente garantida. Para que uma revolução venha a ocorrer, é necessário que se crie todo um conjunto de circunstâncias excepcionais, ou seja, uma situação de crise revolucionária.

O que seria uma crise revolucionária ?

Tanto historiadores, quanto cientistas sociais reconhecem que para a existência de uma situação de crise revolucionária tem de haver uma falta de harmonia entre o sistema social e o sistema político, situação à qual Chalmers Johnson chamou de disfunção, palavra derivada do modelo de equilíbrio estrutural –funcionalista dos sociólogos. A disfunção seria o resultado de algum processo novo e em desenvolvimento, em consequência do qual determinados subsistemas sociais se encontram numa condição de privação relativa. Assim, um rápido crescimento econômico, uma conquista imperial, novas crenças metafísicas e mudanças tecnológicas importantes seriam, nessa ordem, os quatro fatores que interviriam com mais frequência. Se a disfunção for um processo lento ou suficientemente moderado, é possível que não atinja níveis perigosos.
O segundo elemento vital na criação de uma situação de crise revolucionária é determinado pela posição e atitude defensiva da elite. Se a elite não se adapta à nova situação de disfunção com suficiente rapidez e habilidade que lhe permita atravessar a tempestade e conservar a confiança popular, ela poderá perder a sua capacidade de manipulação e/ou a sua superioridade militar, ou a confiança em si mesma, ou sua coesão; pode ainda separar-se dos que dela não fazem parte, ou sucumbir a uma crise financeira; pode ser ainda, incompetente, fraca ou brutal. O que resulta ser fatal é a combinação destes erros com a intransigência, quando a elite não consegue antecipar a necessidade de reforma, bloqueando todo meio pacífico e constitucional de ajustamento social, fazendo os elementos que sofrem privação, unir-se numa única oposição contra ela.

A burguesia e as classes populares frente ao processo revolucionário

Costuma-se aceitar que na instauração da sociedade capitalista, a burguesia não se comportou e não lutou como uma classe revolucionária na derrubada da antiga ordem, e havendo sido derrubada a antiga ordem, o comportamento da burguesia teria sido mais reformista do que revolucionário, fazendo com que seja aceito que a instauração da sociedade capitalista e burguesa deva ser creditada mais aos efeitos de correntes de forças desencadeadas pela revolução industrial e à ação política revolucionária das classes populares, do que à burguesia. Assim, a construção da nova ordem teria sido resultado também da ação das classes populares urbanas e rurais, em suas lutas, tanto para defender suas antigas condições de vida, face às transformações em curso, quanto para reivindicar participação no novo sistema de poder.
Haveriam dois tipos de revoluções burguesas, sendo a primeira, de tipo passivo ou pelo alto, de caráter reacionário, pois a burguesia chega ao poder sem derrubar a classe e o Estado dominantes, mas fazendo um arranjo político com elas, a burguesia não assume a direção da sociedade, mas assegura a realização de suas exigências econômicas e as antigas instituições sofrem apenas uma modernização.
Neste sentido, a revolução francesa é considerada uma revolução burguesa ativa, a única verdadeiramente revolucionária, o que não se deu pelo fato da burguesia francesa ser diferente das demais, mas pela conjuntura social da revolução francesa, que permitiu a colocação progressiva na cena política das massas rurais e depois urbanas, no que se torna possível propor o esquema explicativo de uma revolução burguesa com sustentação popular, o que constituiria a originalidade do caminho revolucionário francês, num modelo em que se juntam as revoluções burguesa, urbana e camponesa.
Quanto a uma formulação de hipóteses sobre as etapas sociais de uma Revolução, um interessante estudo foi realizado por Crane Brinton que embora tivesse pensado em especial na Revolução Francesa, estendeu sua problematização para outras Revoluções ocorridas no Ocidente. Crane Brinton entendeu então a primeira fase da Revolução dominada por elementos burgueses e moderados, após o que ocorreria a sua substituição pelos radicais, ocorrendo então um reinado do terror; posteriormente haveria uma reação termidoriana para desembocar finalmente com o estabelecimento de uma forte autoridade central sob direção militar, para consolidar os limitados ganhos da Revolução.


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Lançamento do livro Culturas Políticas na História: Novos Estudos





Encontra-se disponível aos leitores uma nova contribuição para que pensemos a categoria Cultura Política. Culturas Políticas na História: Novos Estudos, obra que tive a honra e felicidade de contribuir com texto da minha lavra, foi lançada em Fortaleza e Belo Horizonte (veja as fotos do lançamento em BH). Com textos que possuem em comum o conceito de Cultura Política como ponto de partida analítico, é uma boa indicação para estudantes e profissionais de História,Sociologia, Jornalismo, entre outras.