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domingo, 1 de novembro de 2009

A Guerra de Secessão ( Parte V - Final )




A Guerra de Secessão ( Parte V - Final )

(...Continuação)

Em face do que está sendo colocado, parece ficar evidente que os custos da guerra foram, juntamente com o poder industrial, o dobre-de-finados do Sul, pois a principal renda dos Confederados vinha da exportação do algodão, que foi sustada pelo bloqueio nortista. Por outro lado, interessa esclarecer que as potências européias não se envolveram diretamente na luta, auxílio que se constituía em esperança sulista, calcada é verdade em uma interpretação terrivelmente errônea das prioridades políticas britânicas de princípios da década de 1860.
No que toca a questões financeiras, é importante frisar que haviam poucos bancos no Sul e pouco capital líquido. Em termos tributários, a taxação da terra e dos escravos pouca receita proporcionava ao governo confederado, devendo ser tornado claro que o Sul tivera de correr o risco de retirar um número demasiado grande de braços da agricultura, minas e fundições, debilitando mais ainda sua já questionável capacidade de suportar uma luta prolongada.
Quanto ao que foi colocado acima, cumpre dizer que os empréstimos levantados no exterior pouco representaram, e sem divisas estrangeiras, ou sem mercadorias, ficava difícil custear as importações vitais. Havia mais, o volume do papel-moeda confederado, combinado com uma tremenda escassez de mercadorias, criou uma inflação “galopante”. Em contraste com o Sul, o Norte sempre pôde levantar dinheiro, fosse pela tributação ou pelo empréstimo, para custear com dinheiro suficiente, o conflito, pois a produtividade nortista crescera durante a guerra, não somente em munições, mas também em abertura de ferrovias e construção de navios encouraçados, assim como na agricultura.
Refletindo sobre o motivo de fundo da guerra, a expansão da escravidão para o Oeste, Hobsbawm põe em questão que, caso tal extensão da sociedade escravista tivesse ocorrido, se seria factível pensar em um enfraquecimento da escravidão. Ora, o Norte, conforme informa esse historiador, estava em posição de unificar o continente, condição que o Sul não possuía. Agressivos em postura – assim os avaliou Hobsbawm – o recurso real dos sulistas estava em abandonar a luta, e separar-se da União. O sinal para isso foi dado pela eleição de Lincoln, em 1860, o que significava que haviam perdido o “meio-Oeste”.
Não obstante, se o triunfo do Norte era o triunfo do capitalismo norte-americano e dos Estados Unidos moderno, não seria o triunfo do Negro, pois embora a escravidão fosse abolida, depois de alguns anos de “reconstrução”, o Sul retornou ao controle dos brancos conservadores sulistas. O Sul permaneceu então, pobre, agrário, atrasado e ressentido, mas guardando uma autonomia substancial, com seu voto em bloco a exercer alguma influência nacional, sendo este apoio essencial para o sucesso do partido Democrata.

(Na foto acima o importante centro ferroviário de Atlanta, no Oeste, após capturado pelas tropas da União sob o comando do General Sherman, em setembro de 1864)

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Bibliografia:

HOBSBAWM, Eric J. A era do Capital (1848-1875). 3. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982.
Kennedy, Paul. Ascensão e Queda das Grandes Potências: transformação econômica e conflito militar de 1500 a 2000. 3. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1989.
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É sempre oportuno lembrar que o texto que produzi acima não ambiciona esgotar o assunto que é objeto do Concurso ao IRBr.

Para saber mais...

Saindo um pouco das obras sugeridas para o concurso ao IRBr, creio que pode ser sugerida a seguinte obra:
SELLERS, Charles, MAY, Henry, McMILLEN, Neil. Uma reavaliação da História dos Estados Unidos: de Colônia a Potência Imperial. Rio de Janeiro: Zahar, 1990.

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