
O Blog entra em breve recesso. Volto em Fevereiro. Aproveitem as matérias postadas até aqui, pois são muitas. Feliz 2011 a todos. Antonio Carlos



Uma Visão Geral da Eficiência Energética no Mundo - Parte II






composto de onze membros, sendo cinco permanentes com direito a veto, decidindo por minoria de sete, com a participação concorrente e imprescindível dos cinco membros permanentes. A atribuição do poder de veto aos cinco membros permanentes (EUA, Reino Unido, França, China e URSS), foi justificada no memorando explicativo das Quatro Potências Patrocinadoras, como decorrentes de sua primary responsability na manutenção da paz. Após a entrada em vigor da Carta das Nações Unidas, e da instalação do Conselho de Segurança, revela-se o que já estava em gestação: o rompimento entre EUA e URSS, que dará início à Guerra Fria.
ou o nazi-fascismo ao poder na Europa. E se em relação à nova ordem econômica a pressão política por ação vinha de Washington, mesmo quando muitas idéias e iniciativas partiam da Inglaterra, nomeadamente de J. M. Keynes. Sobre a criação final do FMI, os EUA prevaleceram. As duas únicas instituições internacionais de fato criadas sob os acordos de Bretton Woods de 1944, o Banco Mundial (Banco Internacional para a Reconstrução e Desenvolvimento) e o FMI (Fundo Monetário Internacional), acabaram por tornar-se de fato, subordinadas à política americana. Sobre Bretton Woods, conforme escreveu Paul Kennedy, o sistema de paridade funcionou bem (a partir de 1945), quando os EUA eram financeiramente supremos, para desabar em 1973, momento em que seu principal pilar, não pôde suportar as tensões. No pós-guerra, o FMI e o Banco Mundial passavam a ser os vetores do investimento internacional, e a manter a estabilidade do câmbio, além de tratar de problemas de balança de pagamento, com atuação destacada nas crises das dívidas dos países do chamado Terceiro Mundo.
também como uma contribuição das consequências da II Grande Guerra, para as relações internacionais. Basta lembrar que já em setembro de 1946, Winston Churchill preconizava em Zurique, a constituição dos Estados Unidos da Europa. No seguimento, ocorreram eventos como a unificação das Zonas de ocupação britânica e americana na Alemanha. Pode se considerar, ainda, que a criação, em 1951, da Comunidade Européia do Carvão e do Aço (CECA), reunindo países do BENELUX, a França, a Itália e a República Federal da Alemanha, é o embrião da União Européia. Estas iniciativas associacionistas foram tributárias da Doutrina Truman, e do seu correspondente econômico, o Plano Marshall, este último uma criação bastante imbricada à reorganização da vida política e econômica do pós-guerra. 
is, envolvia o que Joseph Nye costuma chamar de "funil de escolhas". A explicação é bastante simples e fácil de ser identificada, inclusive em termos gráficos: havia um “funil de escolhas” que acabaram por levar à Guerra, e este funil, a partir de tais escolhas, começou a se estreitar em 1870 (com a Guerra Franco-Prussiana), prosseguindo seu estreitamento quando o kaiser Guilherme II demitiu Otto Von Bysmark (1890), e chegando aos vários episódios de alianças e da diplomacia secreta como em 1904 (entente Grã-Bretanha e França), 1907 (Tríplice Entente, com a Rússia passando a integrar-se na aliança anteriormente formada por ingleses e franceses). Em 1910, o funil de escolhas estreita-se ainda mais, gerando insegurança, corrida armamentista, crises localizadas, mas sobretudo, emoldurando cada vez mais, o cenário dos chamados “futuros possíveis contrafatuais”; contrafatuais é claro, se tomarmos por base 1913, último ano gozado em inteira paz, até que houvesse o atentado terrorista de inspiração nacionalista em Seravejo, vitimando o arquiduque Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro. Evento que, como sabemos, acabou por desembocar a Grande Guerra, a partir das garantias dadas à Áustria pela Alemanha; apoio que se revelou um verdadeiro "cheque em branco". O mundo teria que necessariamente ter ido à Guerra? Podemos considerar que não. Pois para haver uma guerra tem que haver certa relação entre causas sistêmicas de nível internacional (digamos, o aumento do poderio alemão), causas societárias a nível interno (nacionalismo em ascensão, conflito de classes interno, política alemã agressiva) as quais se juntam no sistema internacional para causar, tanto uma bipolaridade de alianças (como foi o caso das alianças a
cima citadas) que acarretam uma perda de moderação no processo do sistema, os quais poderão levar uma crise ao limite. Então, nesse momento, juntamente às causas sistêmicas e societárias, entram as causas pessoais, melhor dizendo, a personalidade dos líderes. O Káiser quis a Guerra em 1914. E não foi o único a querê-la.
O conflito mundial levado a efeito em 1914, sob um clima de celebração ufanista das virtudes propaladas por arraigado nacionalismo, acabou por dar ensejo em 1919, a um mundo em que havia espaço para o idealismo esboçado no projeto de segurança coletiva representado pela Sociedade ou Liga das Nações, mas também pelo fortalecimento das idéias pacifistas. Vale lembrar que o acordo de Versalhes é considerado como o primeiro ato constituinte de auto-regulação global por parte de uma sociedade que, de européia, tornara-se mundial; arranjo transitório, é verdade, dadas as ausências da Rússia e da Alemanha. O objetivo em Versalhes era produzir tanto um acerto que pudesse funcionar para a Europa, quanto a planta das regras e das instituições para uma sociedade mundial capaz de manter a ordem e de evitar a guerra. Foi nos poros cedidos pelo imperfeito esboço dessa ordem, que frutificaram o nazismo, o fascismo e o socialismo de Estado, ao longo das décadas de 20 e 30. Convém acrescer que os elementos de continuidade com o passado europeu ainda eram muito fortes, talvez os principais, nas mentes dos estadistas reunidos em Versalhes. Os próprios tratados de paz eram documentos juridicamente geradores de obrigações de acordo com a tradição européia, embora os termos tenham sido mais abertamente ditados pelos vencedores. Os vencedores de então redesenharam fronteiras, aboliram Estados, criaram novos Estados e impuseram indenizações financeiras pouco sábias. A concepção da nova sociedade global, a Liga das Nações, perpetuou a prática de cinco grandes potências, que, exceto em casos de desacordo claro, tinham a finalidade de constituir uma espécie de concerto do mundo, por dominarem o Conselho da Liga; esta concepção de sociedade global incorporava quase todas as regras e as práticas que haviam se desenvolvido na grande republique européia, inclusive seu direito internacional e sua diplomacia, assim como seus pressupostos básicos sobre a soberania e a igualdade jurídica dos Estados reconhecidos como membros independentes da sociedade, deixando virtualmente intactas as capitulações e outras práticas que os europeus haviam instituído coletivamente em países que iam do Marrocos à China, bem como as grandes estruturas imperiais dos Estados dependentes controladas pelos vencedores e por alguns países neutros. A opinião pública dos países democráticos ocidentais, bem como os seus estadistas, em face do horror da carnificina e destruição experimentadas na Grande Guerra, elegeram como tarefa primordial, criar um sistema de segurança, declarar a guerra “fora da lei” e evitar um outro armagedon, o que auxilia a explicar o pacifismo de populações com poder de voto, e a devida cautela por parte de seus governos democráticos nas décadas de 20 e 30, com os gastos militares, em uma época de reconstrução, crise e depressão econômica. A vexatória e humilhante cláusula de culpa de guerra, à qual os alemães tinham sido obrigados a aceitar, e a divisão dos espólios de guerra que tornaram insatisfeita a Itália e o Japão, fizeram surgir diante de uma inoperante Liga das Nações, o fascismo italiano e o nazismo alemães, assim como diversas cópias e simpatizantes pelo continente europeu, e além deste. Nunca é demais dizer que o nacionalismo exacerbado e a crise econômica funcionaram como se fossem “água para o moinho” de Mussolini e Hitler, derrubando as frágeis democracias italiana e alemã. Os ditadores alemão e italiano tinham bons motivos para sorrir às vésperas da II Guerra, quando receberam a companhia do Japão, movido por sua casta militarista. Esperavam as potências ocidentais que o arroubo daqueles ditadores fosse lançado contra a URSS, considerada então um Estado “fora-da-lei”. Na conjuntura do período entre-guerras, as expressões “Ditador”, considerada em certos círculos nada pejorativa, e “ nacional socialismo” possuíam seguidores nada envergonhados, e a inovação trazida pela recén-introduzida forma massiva de propaganda governamental, o rádio e o cinema, aumentavam este círculo de crentes, e colocavam como incontestável a planificação econômica por parte do Estado; afinal, não fora um economista acima de qualquer suspeita, e mesmo avesso confesso ao socialismo – John Maynard Keynes - que se rendera aos benefícios do planejamento estatal ? A legitimação de aberrações contra a espécie humana, desde os campos de concentração, até as algumas pesquisas genéticas extremamente condenáveis, passando pelas "mortes sociais" representadas pelo afastamento sumário dos cargos públicos dos contrários ao regimes de força, ou pelos julgamentos nos tribunais de exceção, tornaram-se de certa forma,palatáveis, sob o abrigo de um pretenso bem estar das "massas". A política de apaziguamento apresentada a uma complacente opinião pública européia por seus governos democráticos e de frentes populares, proporcionou a Hitler os elementos essenciais à sua logística futura na II Guerra, pelas anexações autorizadas, e os conseqüentes recursos encontrados nos parques industriais dos países anexados. O esperado confronto Alemão-Russo, um dos motivos da tolerância das democracias ocidentais a Hitler, revelou-se uma falsa promessa após o pacto Ribemtrop-Molotov. A URSS ganhava tempo, os alemães, territórios e a legenda de exército invencível. Os italianos mandavam bombas e pão sobre a Abissínia, e Hitler testava seus aviadores na Guerra Civil Espanhola, onde a cidade de Guernica ficou tristemente celebrizada em tela homônima de pintor Pablo Picasso.
ento, um maior interesse pelas políticas ambientais e de direitos humanos, e certo refluxo nas políticas de segurança de alguns Estados. Com o fim do confronto Leste-Oeste, a OTAN e o Pacto de Varsóvia perderam terreno (mas no caso da aliança Ocidental, não a sua capacidade de operar, como ficou claro nos Bálcãs, durante a guerra étnica no antigo território iugoslavo), para as estratégias de defesa propriamente nacionais. O avanço da democracia e o discurso em prol desta foi reforçado pela posição americana de garante de uma ordem inspirada na sua própria estrutura de Estado: liberalismo econômico, democracia política e direitos humanos. Completam o quadro, a contestação dos valores ocidentais, ou ao menos, a sua universalidade, onde o fundamentalismo islâmico parece disposto a ocupar o posto de maior rival, pois a Al Qaeda e outros protagonistas transnacionais formaram redes mundiais de ativistas, desafiando os meios de defesa nacionais convencionais por meio do que têm sido chamado de guerra assimétrica. Os exemplos deste tipo de confronto podemos encontrar tanto nos ataques ao território americano durante o 11 de setembro, quanto em Londres ou Madrid, mas também nas invasões do Afeganistão pela força multinacional articulada pelos EUA e na 2ª Guerra do Iraque. A Globalização parece, no entanto, o grande fio condutor a perspassar todas estas características da Nova Ordem. Afinal, se a todo momento é divulgado por críticos e entusiastas, que o processo de globalização surgiu com as grandes navegações, ou até mesmo antes, com a viagem de Marco Pólo à China, temos a certeza que aspectos do mundo moderno como a mudança do papel do Estado-Nação e o incremento dos processos de regionalização (UE, NAFTA, Mercosul...), foram gestados pelas imposições de uma nova ordem. Praticamente metade de toda a produção industrial atual é realizada por empresas multinacionais, cujas decisões sobre onde localizar a produção têm um efeito importante sobre as economias internas. A globalização, definida como redes mundiais de interdependências, tornou as fronteiras nacionais mais permeáveis, mas não irrelevantes. Já sabemos que globalização não significa a criação de uma comunidade universal, e tanto em termos sociais, quanto em termos econômicos, a homogeneização não resulta necessariamente da globalização do século XXI. São as características de rapidez e intensidade, os chamados “efeitos de rede” – as situações em que o valor de um produto aumenta na medida em que muitas pessoas passam a usá-lo – que se apresenta como um dos traços propriamente distintivos do processo. Outro aspecto importante seria o “Globalismo” ou a densidade das redes de interdependência, significando que os efeitos de um acontecimento em uma região geográfica, ou a dimensão humana, econômica ou ecológica, podem ter conseqüências profundas sobre outras regiões geográficas, em dimensões militares ou sociais.