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sexta-feira, 27 de março de 2009

Roteiro de estudos de Política Internacional

A Sugestão de leituras que abaixo você encontrará, é de caráter pessoal, fruto de escolhas de aprovação em concurso em um longo prazo. Estou convencido que o Concurso de acesso ao Corpo Diplomático encontra-se entre os certames mais difíceis, e torna-se pouco provável a alguém – exceção para os “iluminados” – assimilar adequadamente as muitas disciplinas no nível exigido para o Concurso (em suas fases eliminatórias e classificatórias). De toda forma porém, é válido o esforço para não comparecer ao Teste de Pré-Seleção como um mero espectador.

Roteiro de Estudo de Política Internacional para o CAD:
Abrindo o Guia de Estudos (versão 2008) nos deparamos com um imponente Programa de Política Internacional. Não é para menos. Levemos as pretensões da Banca, a sério, pois eles irão exigir (muito) do candidato.Basta consultar as provas anteriores. Por outro lado, lembremos que a linha de raciocínio do Teste de Pré-Seleção (que é eliminatório), apresenta caráter interdisciplinar, podendo contemplar conhecimentos de mais de uma disciplina. Então, pela lógica, se os estudos de História, Geografia e Economia auxiliarão na resolução da prova de Política Internacional, cabe escolher dentre os livros indicados para a disciplina Política Internacional, aquelas obras mais abrangentes quanto ao programa. Temas como MERCOSUL, União Européia, Política Externa dos EUA, Argentina, e a Agenda Internacional Brasileira, o que vale dizer especificamente as relações bilaterais do Brasil com outros países, além é claro dos interesses nacionais quanto à reforma da ONU ( com o tão esperada e frustrada tentativa de assento de membro efetivo no Conselho de Segurança) merecem ser contemplados; Aliás, diga-se de passagem, ao tempo da Liga das Nações, o Brasil já pleiteava ser membro permanente do Conselho Executivo da Liga.
Vamos às obras: 1. O Manual do Candidato: Política Internacional, do Demétrio Magnoli , que pode ser baixado no site da FUNAG (Biblioteca Digital de Política Externa) ou comprado na loja virtual. Apresenta tópicos do programa e extratos de textos interessantes. Não esgotará, logicamente o assunto, e o objetivo do manual não é este. 2. Após a leitura dos primeiros tópicos do Manual acima, a curiosidade ficará aguçada a respeito da Teoria Pura, na qual o Manual do Candidato é fraco. Então uma dica seria a leitura de Política e Relações Internacionais, do Marcus Faro de Castro. A leitura é agradável, porém caso o seu tempo esteja muito curto, comece a ler a partir da pág. 87 (Limites da herança clássica). Explicando melhor: o leitor faz até o cap 3, um resumo dos paradigmas seminais da teoria política ( o universalismo platônico e o particularismo aristotélico ) então se você já possui alguma noção de filosofia ou se lembra de disciplinas como História das Idéias Políticas, leia o cap. 3 e a Parte II da obra, cerca de 80 páginas. 3. Então vá para o livro do Alcides Costa Vaz, Cooperação, Integração e Processo Negociador: a construção do MERCOSUL; 4. A Construção da Europa: a última utopia das relações internacionais; 5. Repertório de Política Externa: Posições do Brasil (da Secretaria de Assuntos Diplomáticos do MRE). A obra é uma súmula, uma espécie de contencioso ostensivo do que o Brasil vem tratando, e você encontrará, visando o Programa, muito conteúdo relacionado aos itens 3 em diante; 6. Sobrou tempo? Não? Então arrume. Rs,rs,rs...A Política externa dos Estados Unidos, da Cristina Soreanu Pecequilo, que ainda não li, mas lerei, com certeza (afinal, como desconhecer a Política Externa da Potência Hegemônica?); 7. E já que estamos motivados, vamos para os escritos do José Paradiso, Um lugar no mundo: a Argentina e a busca de identidade internacional. (Na verdade, caso você possua ou tenha acesso a “O Brasil em um Mundo em transição”, série de ensaios escritos pelo Luiz A. Souto Maior, e que foi retirada do programa, poderá ler o Cap III, que vai da pág. 111 até a pág 170. Poderá agregar também com a leitura do Cap “Argentina: do desencantamento da modernidade à força dos lugares, encontrada na obra “Continente em Chamas” indicado na bibliografia de Geografia (afinal a prova não é transdisciplinar?). Esta é uma relação, reitero, precária. Poderíamos incluir ainda “O desafio do Capitalismo Global”, do Robert Gilpin, ou o “Relações Internacionais e Temas Sociais”, que retiraram da bibliografia sem motivo ou substituto à altura. Outra boa pedida seria o “Relações Internacionais: teorias e Agendas”, mas se o tempo estiver mesmo curto, a obra nº 2. da nossa relação, atenderá muito bem. Esperando que tenha respondido, ao menos em parte, algumas dúvidas, renovo meus votos de Bom Estudo a todos. E vamos lá, pessoal.

Um comentário:

  1. Segue a bibliografia do curso Clio:

    BOBBIO, Norberto & MATTEUCI, Nicola. Dicionário de Política, Editora Unb, 1993, verbete: Relações Internacionais
    NOGUEIRA, João Pontes & MESSARI, Nizar. Teoria das Relações Internacionais – correntes e debates, Rio de Janeiro. Elsevier, 2005 – “ O liberalismo” p. 57 - 74
    CARR, Edward. Vinte anos de Crise – 1919 – 1939. Cap 3, 4, 5. São Paulo, Editora Universidade de Brasília, 2001
    WILSON, Woodrow, Mensagem de 8 de Janeiro de 1918 (“Os Catorze Pontos”).
    NOGUEIRA, João Pontes & MESSARI, Nizar. Teoria das Relações Internacionais – correntes e debates, Rio de Janeiro. Elsevier, 2005 – “O realismo”
    Hans J. Morgenthau, A Política entre as Nações. A luta pelo poder e pela paz. São Paulo, Editora Universidade de Brasília, IPRI, 2003 (caps.1, 3, 9, 11, 31, 32)
    DOUGHERTY, J & PFALTZGRAFF, R. Contending Theories of international Relations, London: Longman 2001, pag 36-38
    Kenneth Waltz, Man, the State, and War, New York: Columbia University Press, cap. 1
    Joseph Nye e Robert O. Keohane. “Realism and Complex Interdependence”. In: Andrew Linklater (ed.) International Relations - critical concepts in Political Science, London:” Routledge, 2001, p.
    Kenneth Waltz. Theory of International Politics, Reading: Addison Wesley, 1979, cap. 5 e 6
    Robert Keohane. After Hegemony, Princeton: Princeton University Press, 1984, p. 5-17
    Robert Gilpin. The Political Economy of International Relations, Princeton: Princeton University Press, 1987, p. 65-117 - cap. 3 - The Dynamics of the International Political Economy

    John Mearsheimer. “The False Promise of International Institutions”. In: M. Brown et al (eds.) Theories of War and Peace, Cambridge: The MIT Press, 1998, p. 329-383
    Baumann, Renato. Mercosul: Origens, ganhos, desencontros e perspectivas. In: ________(org.) Mercosul – Avanços e desafios da integração. Brasília: Ipea, 2001. pp.21-68
    Castilho, Marta. Acordos e Desacordos nas Relações Comercias UE-Mercosul. In: Baumann, Renato. (Org.) Mercosul – Avanços e desafios da integração. Brasília: Ipea, 2001. pp. 297-321.
    Baumann, Renato. Alca: Prejuízos inevitáveis ou oportunidade para promover mudanças? In: _________ (Org.) A Alca e o Brasil: uma contribuição ao debate. Brasília: IPEA, 2003. pp. 13-37.
    Guimarães, Samuel Pinheiro. A Alca e o fim do Mercosul. In: ­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­_________ (Org.) Alca e Mercosul – riscos e oportunidades para o Brasil. Brasília: IPRI. pp. 283-303
    Sen, Julius. The North American Free Trade Agreement. In: Sampson, Gary. Regionalism, Multilateralism and Economic Integration: The Recent Experience. New York: United Nations Publications, 2003. pp. 135-166
    Almeida, Paulo Roberto de. Problemas conjunturais e estruturas da integração na América do Sul: a trajetória do Mercosul desde suas origens até 2006. Merdiano 47, nº 68, março 2006.
    Gonçalves, José Botafogo. Mercosul: vale a pena?. RBCE, nº 87, abril-junho, 2006. pp.45-48
    Markwald, Ricardo Andrés. Política Externa Comercial do Governo Lula: O caso do Mercosul. RBCE, nº 83, abril-junho, 2005. pp.21-31
    Vaz, Alcides da Costa. Cooperação, integração e processo negociador: a construção do Mercosul. Brasília: IBRI, 2002. Capítulos 2 e 3.
    Velasco Jr, Paulo Afonso. O Mercosul entre a geografia e a história: desafios, iniciativas e perspectivas. Candelária, vol. 6, janeiro-junho, 2007.
    Lessa, Antônio Carlos. A construção da Europa: a última utopia das relações internacionais. Brasília: IBRI, 2003. Capítulos 3 (pp. 84 a 129), 4 (pp. 131 a 155) e 5 (pp. 157 a 181).
    Menezes, Alfredo da Motta & Penna Filho, Pio. Integração Regional: os blocos econômicos nas relações internacionais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. Capítulo 2 (A integração na Europa).
    Pfetsch, Frank. A União Européia: história, instituições, processos. Brasília: Editora UnB, 2001.Capítulos 1 (pp. 15 a 67) e 5 (pp. 176 a 252).
    Mariano, Marcelo Passini & Tullo Vigevani. A Alca e a política externa brasileira. In: Altemani, Henrique & Lessa, Antônio Carlos (orgs.) Relações Internacionais do Brasil: temas e agendas.. São Paulo: Saraiva, 2006. Parte 3 / Capítulo 11.
    Claude Jr., Inis. Swords into Plowshares. Nova York: McGraw-Hill, 1984. Pp. 141 a 162.
    Weiss, Thomas et Al. The United Nations and Changing World Politics. Third Edition, Westview Press, 2001. Capítulos 5.
    Weiss, Thomas et Al. The United Nations and Changing World Politics. Third Edition, Westview Press, 2001. Capítulos 9
    Weiss, Thomas et Al. The United Nations and Changing World Politics. Third Edition, Westview Press, 2001. Capítulo 4.
    Pereira, Maria Regina. O conceito de anulação ou prejuízo de benefícios no contexto da evolução do Gatt à OMC. Rio de Janeiro: Renovar, 2003. Capítulos 2 e 3.
    Ribeiro, Wagner Costa. A ordem ambiental internacional. Editora Contexto, 2001. Pp. 58-91; 97-103; 107-132.
    Herz, Mônica & Hoffmann, Andrea. Organizações Internacionais: História e Práticas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. Pp. 151 a 158.
    Amorim, Celso. A Onu aos 60. Política Externa, setembro-junho, 2005.
    Velasco Jr., Paulo A. Conselho de Segurança: uma reforma, muitas propostas, nenhum acordo. Candelária vol. 3, pp. 51 a 66, Jul/Dez., 2005.
    Jackson, John H The World Trading System: Law and Policy of International Economic Relations. Second Edition, The MIT Press, 1997. Capítulo 12.
    Ravenhill,John A three bloc world? The new East Asian regionalis. Volume 2 (2002) Pp. 167-195
    Jakobsen, Kjeld. Comércio Internacional e Desenvolvimento: Do Gatt à OMC, discurso e Prática. São Paulo: Ed. Fundação Perseu Abramo, 2005. Capítulo 2
    Veiga, João Paulo Cândia. As negociações comerciais no governo Lula. RBCE, nº 83, abril-junho, 2005.
    FLORENCIO, S. e FRAGA,Ernesto, Mercosul Hoje (Ed. Alfa-Ômega, 1998) parte 1. (Pags. 24-55)
    Roberto Russell e Juan Gabriel Tokatlian, El Lugar de Brasil em la Política Exterior Argentina (Fondo de Cultura Economica, 2003) parte 1. (Pags. 01-71)
    Robert Gilpin, O Desafio do Capitalismo Global, cap. 4 e 5
    Maria Regina Soares de Lima, "A Política Externa Brasileira e os Desafios da Cooperação Sul-Sul" (manuscrito, conferência ministrada em Johannesburg)
    CARISIO, Maria Clara Duclos Carisio. A Política Agrícola Comum e seus Efeitos sobre o Brasil. (Págs. 187-261)
    Jonathan D. Spence. Em Busca da China Moderna. Pags. 587 a 700.
    Ricupero, Rubens. (2001) O Brasil e o Dilema da Globalização. São Paulo: Ed. Senac. (Livro todo)

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