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Neoliberais ou Liberais Modernos – partindo dos pressupostos teóricos do liberalismo, os neoliberais sustentam que a natureza da política internacional está mudando, e acreditam que um crescimento radical da interdependência ecológica vai apagar a tal ponto as diferenças entre as políticas internas e internacionais, e que a humanidade vai evoluir para um mundo sem fronteiras. Acreditam que problemas e valores transnacionais vão alterar a orientação estatal do sistema internacional predominante nos últimos quatrocentos anos. Dessa forma, as forças transnacionais estariam desfazendo a Paz de Westfália, o que teria por conseqüência a evolução da humanidade para uma nova modalidade de política internacional.
O Neo-realismo – Longe de significar um declínio da visão realista, as críticas recebidas por esta corrente de pensamento encorajaram um certo depuramento conceitual. O Realismo manteve adeptos ao longo da década de 70, e os mantém até os dias de hoje, porém eventos como a Guerra do Afeganistão ajudaram a instaurar um ambiente político propício à retomada dos argumentos realistas. Kenneth Waltz, com seu livro Theory of international politics (1979), procurou reabilitar a maioria das teses realistas, conferindo maior precisão às formulações oferecidas, descartando alguns argumentos do realismo clássico. Assim, as idéias realistas reformuladas nos termos propostos por Waltz ganharam o nome de neo-realismo. Autores considerados neo-realistas como Stanley Hoffmann, Morton Kaplan e Richard Rosecrance já vinham procurando suprir deficiências das formulações de Morgenthau (a saber, não ter conseguido conceitualizar satisfatóriamente as noções de balança de poder, e atribuição do exercício do poder a concepções vagas sobre a ‘natureza humana’, entre outras), concentrando seus esforços na descrição do ‘sistema’ político constituído pelos Estados, abandonando as referências à ‘natureza humana’. Passaram com isso, a oferecer explicações sobre as mudanças do sistema, e não sobre sua essência, tal como havia sido a intenção de Morgenthau. Para K. Waltz, a política internacional deve ser entendida como decorrente das características puramente políticas do sistema de Estados, sistema que é visto por ele como essencialmente anárquico e conflitivo, e consequentemente, propenso a situações de guerra. Neste sentido, Waltz tenta sustentar o argumento de que a política internacional tem uma dinâmica própria, que é a do sistema internacional, independente de quaisquer circunstâncias ou de personalidade, e procurou formular uma teoria estrutural do sistema internacional, concebida como um domínio distinto do econômico, do social ou de outros domínios internacionais.
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