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segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Política Internacional: Conceitos Fundamentais em Política Internacional - X (Final)



Forças profundas: este conceito refere-se aos variados aspectos da vida da sociedade, o que significa o conjunto de causalidades, ou vale dizer, as forças materiais sobre as quais os homens de Estado têm de atuar em seus desígnios e cálculos estratégicos. Esta noção, cunhada por Pierre Renouvin(imagem à direita), mas também tributária dos desafios propostos por esse historiador francês no sentido da construção de novas explicações visando a evolução do estudo das relações internacionais, encontrou em Federico Chabod, considerado o pai da historiografia italiana das relações internacionais, a sugestão de incluir os sentimentos, as paixões, as mentalidades e as psicologias coletivas. Surgia aí um debate entre seminais historiadores que propunham uma renovação epistemológica para o estudo das Relações Internacionais.

Hegemonia : conceito bastante empregado na Teoria das Relações Internacionais. Um estudioso como Adam Watson utiliza este termo quando entende que alguma potência ou autoridade num sistema encontra-se em condições de “escrever as leis” sobre as operações de tal sistema, o que valeria dizer, consegue determinar em alguma medida as relações externas entre Estados-membros, deixando estes internamente independentes. A autoridade, ou nestas situações, o exercício da hegemonia pode ser exercido por um Estado individual poderoso, ou por um grupo de Estados que venham a se encontrar nessas condições. Um exemplo deste último caso seria a ‘hegemonia difusa’ exercida pelas cinco grandes potências européias depois de 1815 (Congresso de Viena). Para o Prof. Watson, uma hegemonia não é um fiat ditatorial, pois em vários exemplos históricos, tanto a hegemonia exercida por uma potência individual, quanto aquela exercida por um pequeno grupo, envolveram diálogo contínuo entre a autoridade hegemônica e os outros Estados, e uma noção, dos dois lados, da vantagem da celeridade. Não obstante, Adam Watson defendeu ainda que as regras e as instituições da sociedade internacional européia estavam longe de ser puramente voluntárias, pois eram em grande medida, impostas pelos principais vencedores nos grandes acertos pacíficos como Vestfália, Viena e Versalhes, e eram nesse sentido, hegemônicas.
(Final)

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