(Continuação...)
Teerã, Yalta e Potsdam: os acordos para uma sociedade bipolar (1944 – 1945)
Os Estados Unidos, a União Soviética e a Grã-Bretanha haviam formado sua aliança temporária somente para contrapor-se às ameaças do poder alemão e japonês, e também somente após o início das operações militares. Com aquele poder destruído, a razão básica para a aliança desapareceu.
Dessa forma, as Conferências realizadas pelas três potências em Teerã, Yalta e Potsdam meramente estabeleceram, anotou Adam Watson, esferas de dominância de fato, e em termos amplos. O poder no sistema Global de Estados rapidamente se reorganizou em torno de dois pólos opostos: a União Soviética e uma aliança ocidental na qual os EUA eram o parceiro mais forte. Assim, os EUA e a URSS eram o centro em torno dos quais se desenvolveram sociedades muito separadas, estrategicamente presas uma contra a outra, mas isoladas pela Geografia e pela ideologia.
Naquele contexto, a Instituição Internacional superior não deveria ser um governo mundial, mas um congresso diplomático permanente (acima, a Conferência de 26 Jun 1945, em San Francisco) ao qual cada Estado indicaria um delegado e que com o tempo se tornaria “omnilateral” pela admissão de todos os Estados “amantes da paz”.
Apesar do quadro para uma Organização nesses moldes existir na Liga das Nações, os três aliados da época da guerra decidiram pelo estabelecimento de uma versão reformada da mesma. Cinco grandes potências atuariam como membros permanentes do Conselho de Segurança, e assim, a oposição ativa de qualquer uma dessas potências poderia bloquear decisões do Conselho geradoras de obrigações, de modo que o apoio, ou pelo menos a aquiescência, das cinco potências fosse necessário para que as Nações Unidas adotassem qualquer ação coletiva significativa.
Quando as grandes potências estivessem de acordo, as Nações Unidas poderiam revelar-se um meio adequado para o estabelecimento e a implementação de planos de ação conjuntos. O poder de veto foi e continua sendo impalatável para os idealistas e para os Estados que não podem exercê-lo.
O veto contudo, tem funcionado como uma válvula de segurança, diminuindo a tensão dentro da Instituição. As Nações Unidas tinham por objetivo a universalidade, mais do que a eficácia, e doravante ser membro da organização seria o símbolo da qualidade de Estado independente e da aceitação na sociedade internacional global.
As nações estabeleceram também algumas organizações especializadas de participação universal para difundir e intercambiar entre governos vários aspectos da tecnologia, tais como a saúde e a medicina, ou a alimentação e a agricultura. Tal como originalmente constituídas, as Nações Unidas não funcionaram como um Concerto das maiores potências, mas mantiveram a Ordem.
Teerã, Yalta e Potsdam: os acordos para uma sociedade bipolar (1944 – 1945)
Os Estados Unidos, a União Soviética e a Grã-Bretanha haviam formado sua aliança temporária somente para contrapor-se às ameaças do poder alemão e japonês, e também somente após o início das operações militares. Com aquele poder destruído, a razão básica para a aliança desapareceu.
Dessa forma, as Conferências realizadas pelas três potências em Teerã, Yalta e Potsdam meramente estabeleceram, anotou Adam Watson, esferas de dominância de fato, e em termos amplos. O poder no sistema Global de Estados rapidamente se reorganizou em torno de dois pólos opostos: a União Soviética e uma aliança ocidental na qual os EUA eram o parceiro mais forte. Assim, os EUA e a URSS eram o centro em torno dos quais se desenvolveram sociedades muito separadas, estrategicamente presas uma contra a outra, mas isoladas pela Geografia e pela ideologia.
Naquele contexto, a Instituição Internacional superior não deveria ser um governo mundial, mas um congresso diplomático permanente (acima, a Conferência de 26 Jun 1945, em San Francisco) ao qual cada Estado indicaria um delegado e que com o tempo se tornaria “omnilateral” pela admissão de todos os Estados “amantes da paz”.
Apesar do quadro para uma Organização nesses moldes existir na Liga das Nações, os três aliados da época da guerra decidiram pelo estabelecimento de uma versão reformada da mesma. Cinco grandes potências atuariam como membros permanentes do Conselho de Segurança, e assim, a oposição ativa de qualquer uma dessas potências poderia bloquear decisões do Conselho geradoras de obrigações, de modo que o apoio, ou pelo menos a aquiescência, das cinco potências fosse necessário para que as Nações Unidas adotassem qualquer ação coletiva significativa.
Quando as grandes potências estivessem de acordo, as Nações Unidas poderiam revelar-se um meio adequado para o estabelecimento e a implementação de planos de ação conjuntos. O poder de veto foi e continua sendo impalatável para os idealistas e para os Estados que não podem exercê-lo.
O veto contudo, tem funcionado como uma válvula de segurança, diminuindo a tensão dentro da Instituição. As Nações Unidas tinham por objetivo a universalidade, mais do que a eficácia, e doravante ser membro da organização seria o símbolo da qualidade de Estado independente e da aceitação na sociedade internacional global.
As nações estabeleceram também algumas organizações especializadas de participação universal para difundir e intercambiar entre governos vários aspectos da tecnologia, tais como a saúde e a medicina, ou a alimentação e a agricultura. Tal como originalmente constituídas, as Nações Unidas não funcionaram como um Concerto das maiores potências, mas mantiveram a Ordem.
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